Andifes: normalidade nas universidades só em 2022

Compartilhar:

Segurança em relação a vida, inclusão de todos os estudantes e manutenção da qualidade do ensino foram relacionadas pela Andifes, a associação que reúne os dirigentes das Ifes, como pré-condições para o retorno das atividades nas instituições. Pelas previsões do presidente da entidade, Edward Brasil, as universidades só devem retormar o calendário normal em 2022.

Segundo números da Andifes apresentados em coletiva nesta quinta-feira 20, das 69 instituições que compõem o sistema federal de ensino superior, 54, já voltaram com as atividades por meio remoto.

O presidente da Andifes traçou um panorama das providências tomadas pelas universidades desde o início da pandemia. Ele destacou o esforço para manter as atividades essenciais e a grande contribuição à sociedade e a governantes por meio de orientações, pesquisa de tratamentos e busca de vacinas, além da produção de insumos e equipamentos.

Há uma grande preocupação dos reitores em poder viabilizar a retomada das atividades com segurança. Eles têm consciência dos desafios diante de uma pandemia que não terminou e cujos efeitos ainda perdurarão por um longo tempo. O presidente da Andifes antecipou que as universidades só devem retomar seu calendário normal em 2022.

Retorno remoto
Edward Brasil afirmou que neste momento a realidade é o retorno remoto, mas que haverá o tempo em que o presencial se fará necessário. “E as universidades precisam estar organizadas para isso.” Mas, para tanto, as verbas são mais do que necessárias.

“De todas as questões que estamos lidando, é a que mais nos atinge e exige nosso empenho para reverter a possibilidade de envio de uma lei anual orçamentária com redução de 18,2% do nosso orçamento”, observou o presidente da Andifes.

Nesta realidade estão 1.005.865 estudantes de graduação com seu futuro em jogo. Destes, 905.791 necessitam de auxílio através dos programas de bolsas ofertadas pelo sistema federal de ensino e pelas universidades. Neste contingente, 403.792 têm renda familiar per capita de até 1/2 salário mínimo, isto é, não mais do que R$ 500,00.

“A média que precisa desse apoio dos programas é de 30%, de 350 a 400 mil estudantes”, informou Edward.

Escolas militares
Estes estudantes mais carentes não estão sendo levados em conta pelo presidente Jair Bolsonaro. Sua prioridade é outra, e já está em andamento: o programa das escolas cívico-militares. “Uma promessa de campanha que funciona como mais uma fonte de rendimentos para militares inativos que, sem experiência na área, são plantados em colégios públicos país afora com a tarefa de disciplinar estudantes e administrar as unidades”, noticia o Jornal GGN em matéria desta quinta-feira, 20.

É a pasta da Defesa quem paga esse pessoal. E o MEC, por sua vez, estaria disposto a destinar mais verbas à Defesa, num incremento do programa que passaria a R$ 108 milhões em 2021 contra R$ 54 milhões destinados este ano.

O Jornal do Sintufrj aproveitou a oportunidade da coletiva para perguntar sobre a Instrução Normativa do Teletrabalho. Até que ponto ela poderia comprometer o esforço de retomada das atividades nas universidades.

Edward Brasil respondeu que o teletrabalho ainda será alvo de estudos da entidade, mas que veio para ficar. “O teletrabalho é uma realidade hoje nas universidades. No momento estamos voltados para garantir a segurança das pessoas neste momento de pandemia que não acabou e cujos efeitos não acabaram, não terminarão nos próximos meses e nem no próximo ano. Mas precisamos discutir e aprimorar o instrumento do teletrabalho, que é uma realidade hoje nas universidades”.

 

 

 

COMENTÁRIOS