“O retorno presencial das atividades escolares ainda representa grande risco à saúde pública devido ao aumento da vulnerabilidade de grande número de indivíduos da população associada às dificuldades de preparação e resposta a esta situação emergencial”, avaliou o Grupo Técnico Multidisciplinar para o Enfrentamento da Covid-19 (O GT Coronavírus da UFRJ), em resposta, no dia 10, ao Ministério Público.
Segundo os cientistas do GT, sem a concreta disponibilidade de vacinas ou medicamentos seguros e eficazes, todas as sociedades permanecem vulneráveis à doença e permanecem, portanto, orientações de distanciamento social, uso de máscaras e higienização frequente das mãos para evitar a propagação da Covid-19.
Após flexibilização, aumento de casos
O estudo argumenta que os indicadores apresentados pela Prefeitura do Rio de Janeiro apontam redução da ocupação dos leitos hospitalares e de óbitos. No entanto, o que se observa é que após as medidas de flexibilização do isolamento houve aumento do número de casos
O estudo menciona pesquisa de Harvard que apontou que o potencial de disseminação do vírus por jovens e crianças tem sido subestimado. “Vale ressaltar que o risco de contágio não se restringe somente aos alunos, mas aos professores, funcionários e familiares”, argumentam os pesquisadores..

Risco alto
Além disso, o indicador de reprodução (R), uma estimativa da taxa de contágio do vírus mostrado pelo Covidímetro da UFRJ, mostra que o município ainda está sob risco moderado, muito próximo de alto, com uma taxa de contágio de 1,16 (https://dadoscovid19.cos.ufrj.br ).
Diante disso, o grupo considera que pode ser precoce a flexibilização do isolamento com o aumento progressivo da circulação de pessoas e resultados indesejados tal como em Manaus após a abertura das escolas, nos Estados Unidos e várias localidades na Europa.
A preocupação com a transmissibilidade da doença entre escolares, e destes para pessoas de maior vulnerabilidade – familiares, funcionários e professores idosos ou com comorbidades – “torna essencial a manifestação científica contrária ao retorno das aulas presenciais em escolas no município do Rio de Janeiro neste momento”, diz o texto.

UFRJ segue em modo remoto
O Grupo de Trabalho (GT) Pós-Pandemia da UFRJ havia apresentado em junho plano com projeção de fases para retorno gradual até em 2021, em que se previa a possibilidade de aula e trabalho presencial a depender da existência de uma vacina ou medicação.
Pela planilha, estimava-se ser possível uma fase híbrida entre outubro e dezembro. No entanto, como explicou o coordenador do GT Pós-Pandemia, pró-reitor de Patrimônio Desenvolvimento e Finanças, Eduardo Raupp, os meses constavam ali apenas como indicativos: “O que vale é taxa de contágio e decisões dos conselhos. Por ora, seguimos apenas remoto”, garantiu, informando que não há previsão para uma fase híbrida.
Segundo ele, para os trabalhadores há o mesmo entendimento.: “Não mudamos a fase, seguimos (em modo) remoto. Ainda não temos previsão de rever. Estamos acompanhando os dados epidemiológicos. Discutindo constantemente. Por ora, não há perspectiva de mudar. Mas isto é dinâmico. Se o contágio cair bastante pode ser revisto. Mas não é o caso por enquanto”, explicou.

 

Coordenadora Noemi Andrade conduziu a assembleia

Por unanimidade, a segunda assembleia virtual do Sintufrj, realizada nesta sexta-feira, 11, aprovou encaminhamentos para o fortalecimento da luta conjunta contra a intenção do governo  Bolsonaro de destruir os serviços públicos e o patrimônio da Nação.

A assembleia também aprovou a prorrogação do mandato da atual direção da entidade (que se encerraria em outubro) até abril de 2021 – por falta de condições seguras de saúde para a realização do pleito decorrência da pandemia. Essa decisão será reavaliada em outra assembleia, em fevereiro.

A assembleia teve duração de três horas e trinta minutos e 237 técnicos-administrativos em educação se inscreveram para participar dos debates sobre a pauta pré-estabelecida: conjuntura (corte de verbas, reforma administrativa e IN 65), encaminhamentos do Fórum Uberização do Serviço Público e Calendário Eleitoral do Sintufrj.

“A granada já está no nosso bolso, por isso não há tempo a perder com pequenas coisas. Os cortes ocorrem desde 2016 e estão impossibilitando a sobrevivência dos trabalhadores terceirizados e os programas de apoio estudantil. A cada dia na universidade as relações de trabalho ficam mais precarizadas. Esta assembleia tem que discutir de forma sincera e leal o que fazer daqui para frente”, propôs a coordenadora-geral do Sintufrj, Gerly Micelli.

Alzira, psicóloga da Prefeitura Universitária, defendeu a necessidade de uma política institucional de saúde para os servidores, principalmente no atual momento de pandemia da Convid-19. Proposta foi endossada pela coordenadora-geral do Sintufrj, Neuza Luzia, que também defendeu a organização de um movimento em defesa do serviço público e a qualidade de vida da população, sob ameaça com a reforma administrativa que desmonta o Estado brasileiro.

Várias intervenções na assembleia conclamaram à unidade diante da ferocidade do governo Bolsonaro. Foi o caso de Luiz Antônio, Márcia Tosta, Francisco de Assis e Fábio Marinho, entre outros companheiros.

Nivaldo Holmes conclamou a categoria a aderir ao movimento nacional em defesa da educação no dia 17 de setembro, e, como dirigente da Fasubra, informou que a Federação orienta às bases a combater a IN 65 e o governo Bolsonaro.

“A pedrada tem que ser na política neoliberal para destruir Paulo Guedes (ministro da Economia), porque Bolsonaro quer a reeleição”, avaliou Cícero, da Escola de Comunicação, que também propôs massificar a campanha contra os ataques ao servidor.

A coordenadora do Sintufrj, Joana de Angelis, informou que o Grupo de Trabalho para discutir e apontar encaminhamentos sobre a IN 65, criada no Conselho Universitário por sugestão da bancada técnico-administrativa, realizou a primeira reunião deliberando que, na próxima, agendada para o dia 22 de setembro, às 9h, on line, deverá contar com a participação de um representante da Reitoria. Também foi recomendado que todos os integrantes do GT lessem a íntegra na IN, como também a CLT,

Categoria aprovou:

. Criação de uma campanha de valorização do serviço público, em defesa do trabalho decente e de Fora Bolsonaro.

. Criação de uma Comissão de Mobilização.

. Participação da categoria nos encontros e plenárias em defesa do serviço público, com destaque para a plenária dos servidores públicos contra a reforma administrativa no dia 17 de setembro.

. Criação de uma campanha para reforçar os recursos já apresentados na unidade (e também para os que ainda não o fizeram) contra o lançamento do código TR na frequência, para ser levado ao Conselho Universitário.

. Participação no Enclat (Encontro Nacional da Classe Trabalhadora) a ser construído pelas centrais sindicais.

. Criação de uma comissão da direção sindical com trabalhadores da TIC para avaliar ferramentas e procedimentos adotados nas assembleias virtuais.

. Divulgação da carta aprovada pelos conselheiros no Conselho Universitário nas redes sociais do Sintufrj.

. Prorrogação do mandato da direção sindical até abril de 2021 e realização de assembleia no mês de fevereiro para reavaliação dessa decisão.