O Sisejufe, Sintufrj e o Coletivo Enegrecer participam da campanha “21 dias de ativismo contra o racismo” homenageando, diariamente, mulheres que se destacaram e se destacam na luta contra a discriminação e o preconceito racial. 

A homenageada desta terça-feira, 2, foi a escritora, compositora e poetisa brasileira Carolina Maria de Jesus, que se tornou conhecida pelo  seu livro “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada” publicado em 1960. 

Carolina de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais importantes na literatura do país. Recentemente, o Conselho Universitário da UFRJ a homenageou com o título de Doutora Honoris Causa.

Todos os dias, até 21 de março, Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, pelos canais do Youtube, Facebook e Instagran, uma variedade de eventos produzidos no Brasil e em outros países, estão à disposição do público, como debates, lançamentos de livros, encontros, oficinas, lives, rodas de conversa e de capoeira.

“Massacre de Sharpeville”

O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória ao “Massacre de Sharpeville”, ocorrido em 21 de março de 1960, na África do Sul, quando tropas do exército atiraram na multidão que protestava pacificamente contra a lei que obrigava negros a portarem um cartão que indicava os locais por onde poderiam circular. Saldo: 69 pessoas mortas no local e 186 feridas.

Esse foi o ponto de partida para a organização da campanha “21 dias de ativismo contra o racismo”, em 2017, com o objetivo de estimular a realização de atividades autônomas e ações, na cidade do Rio de Janeiro, para assegurar as conquistas dos últimos anos e ampliar as discussões sobre a necessidade de se avançar. 

Participam da campanha professores, pesquisadores, ativistas, estudantes, coletivos, entidades, instituições e militantes do movimento negro e da luta antirracista. Até agora, mais de três pessoas já aderiram a iniciativa pelas redes virtuais do WhatsApp,  Telegram, facebook e Instagram (@21diasdeativismocontraoracismo).

Entrevista “Racismo no Brasil mata mais do que em outras partes do mundo“

Para a militante da Rede de Mulheres Negras e da Marcha Mundial de Mulheres, Vera Miranda (Sisejufe), “desde as décadas passadas aos dias atuais, a importância dos movimentos antirracista é um processo vital para barrar todo tipo de assimetria e de violência. Hoje vivemos no Brasil e no mundo uma situação de violência de Estado baseada e estruturada no racismo”. 

Segundo a militante, (os manifestos) “Parem de nos matar” e  “Vidas negras importam” foram baseadas num basta necessário ao processo da imposição do racismo como manutenção de uma situação de assimetria entre brancos e negros. “A forma de manter os privilégios brancos e uma sociedade desigual, inclusive para a manutenção do capitalista, está estruturada no racismo”, afirma Vera.  

“Mas, no Brasil, o racismo está matando muito mais do que no resto do mundo. Se por um lado temos a violência do Estado, que ocorre desde o perfilamento racial para o encarceramento, temos a violência de Estado pela ausência de atendimento e de políticas públicas para negros e negras. Então, combater o racismo significa garantir, inclusive, uma agenda mundial para o desenvolvimento sustentável, que diz que é preciso garantir  igualdade de oportunidades para todos”, observa Vera, que é assessora política do Sisejufe.  

 “Combater o racismo significa barrar as mortes de negros e negras, que ocorre em maioria na pandemia do coronavírus, porque são os que não têm acesso a empregos, não têm condições de ficar em casa e que se desdobram para gerar sua parca renda familiar”, pontua Vera. “Portanto”, acrescenta, “além da morte pela violência do Estado, há também a morte causada pela ausência do Estado com políticas que garantam direitos básicos, como moradia, saúde, educação, emprego e renda para os negros e negras”.

Vera conclui afirmando que “não queremos apenas 21 dias de ativismo contra o racismo, queremos lembrar todos os dias que é preciso barrar o racismo para que a gente possa ter igualdade de oportunidades. E barrar o racismo não é só na relação entre pessoas, é nas entranhas, em toda estrutura do Estado e na cultura disfarçada de relação fraterna, mas que, na verdade, mantém negros e negras em situação de assimetria do ponto de vista econômico e cultural e do acesso a direitos. Por isso, a importância dos 21 dias contra o racismo, por isso, a importância dos movimentos que organizam a luta pela promoção de igualdade no Brasil e no mundo”. 

Programação dos 21 dias

No dia 15 de março está previsto o painel virtual “A carne mais barata do mercado é a carne negra: emprego, geração de renda e territorialidade”. Mas a programação diária é vasta. Assista, participe da diversidade de ações antirracistas pelos canais:  https://drive.google.com/file/d/1s2utVc-geLB31Jzd5ACVm6U86X10_nN3/view

Mais informações no facebook do movimento: https://www.facebook.com/21diasdeativismo/?_rdc=1&_rdr

Confira a programação inteira AQUI.

 

Relatório do senador Márcio Bittar (MDB-AC) da PEC Emergencial prevê o congelamento de salários de funcionalismo e a possibilidade do uso de recursos da ciência e pesquisa para pagar dívida pública

Matéria retirada do site da CUT. 

Após ser rechaçado pela oposição, por entidades sociais e a população em geral, o trecho do relatório da PEC Emergencial (nº 186) que propunha o fim dos gastos mínimos com saúde e educação caiu. No entanto, como é praxe no governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) e seus aliados, como o senador Márcio Bittar (MDB-AC), relator da PEC, há várias maldades que continuam no texto.

Duas delas chamam mais a atenção: a que prevê o congelamento dos salários de servidores públicos federais, estaduais e municipais, mesmo para repor a inflação, toda vez que as despesas obrigatórias da União atingirem 94% da despesa sujeita ao Teto de Gastos.

Outra é a que proíbe a vinculação de receitas a órgãos ou fundos públicos. Isto significa, por exemplo, que os repasses obrigatórios como ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) poderão ser utilizados de acordo com a necessidade do governo federal. Um verdadeiro passe livre ao ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, que poderá  pegar este dinheiro para pagar a dívida pública.

“Isto deixará o FNDCT sob o risco de ser extinto. Isto é gravíssimo porque o Fundo é responsável pelo fortalecimento da Embrapa, que fez o Brasil ser uma potência na agricultura, pela pesquisa da descoberta de petróleo no pré-sal e pela produção de vacinas”, diz o economista e assessor do PT no Senado, Bruno Moretti.

Pontos polêmicos retirados

Segundo informações da Globonews, o relator tirou os pontos polêmicos da PEC: a desvinculação dos recursos da Saúde e da Educação, a diminuição da carga horária e salário dos servidores público,  a revogação do repasse do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o BNDES e a suspensão da aplicação de 70% dos recursos do Fundeb para o pagamento de pessoal. Ao mesmo tempo incluíram na PEC a preservação da vinculação das receitas destinadas ao FIES e a inserção do ProUni entre as exceções à determinação de redução de benefício tributário.

Na versão anterior do relatório vazada para a imprensa, Bittar condicionava o pagamento de um novo auxílio emergencial de quatro parcelas de R$ 250 à aprovação da PEC com ajustes fiscais que deveriam ser seguidos por estados e municípios. No texto constava o fim da obrigatoriedade de gastos mínimos com saúde e educação,  além do fim de repasses do PIS/PASEP ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

O novo relatório da PEC Emergencial está marcado para ser apresentado no Senado nesta terça-feira (2), a partir das 16 horas. A previsão é que seja votado no Senado já na quarta (3). Para ser passar a valer precisa ser aprovado em  duas votações, com maioria dos votos, tanto no Senado como na Câmara Federal.

 

Brasil registra dia mais letal desde o início da pandemia; balanço dos veículos de imprensa divulga número ainda pior: 1.726 óbitos nas últimas 24h

Matéria retirada do site da Revista Fórum. 

O Brasil, a cada semana, vem superando marcas macabras da pandemia e, nesta terça-feira (2), bateu um novo recorde: foram registradas nas últimas 24 horas, de acordo o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), 1.641 mortes em decorrência da Covid-19, o que totaliza 257.361 óbitos. Já o consórcio dos veículos de imprensa, com base nos dados de secretarias estaduais de saúde, apresenta um número ainda mais alarmante: 1.726 mortes em um dia.

Trata-se do maior número de óbitos em um só dia registrado desde o início da crise sanitária, em fevereiro de 2020. A pior marca até então era de 29 de julho daquele ano, quando foram contabilizadas 1.595 em 24 horas.

Ainda segundo o balanço do Conass, de ontem para hoje foram confirmados mais 59.925 casos da doença do coronavírus, totalizando 10.646.926 de infecções desde o começo da pandemia.

Segundo informe da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado nesta terça-feira (2), atualmente 12% dos óbitos por Covid que vêm ocorrendo em todo o mundo estão concentrados no Brasil.

 

Hoje, a mulher em destaque é a escritora, compositora e poetisa brasileira Carolina Maria de Jesus.

A autora viveu boa parte de sua vida na favela do Canindé, na Zona Norte de São Paulo, sustentando a si mesma e seus três filhos como catadora de papéis. Em 1958, tem seu diário publicado sob o nome Quarto de Despejo, com auxílio do jornalista Audálio Dantas. O livro fez um enorme sucesso e chegou a ser traduzido para catorze línguas.

Ela foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais importantes autoras do país.

Na última quinta-feira (27/02), o Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Consuni/UFRJ) aprovou o título póstumo de doutora honoris causa a Carolina. Merecido reconhecimento para essa mulher que é exemplo de luta e superação.

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