Djamila Ribeiro é nossa homenageada no 11º dia de ativismo contra o racismo. Ela é uma importante voz contemporânea em defesa dos negros e das mulheres.
Filósofa, ativista social, professora e escritora, Djamila corajosamente denuncia a violência e a desigualdade social – principalmente contra negros e mulheres – tão características da sociedade brasileira. E traz à tona o racismo estrutural, que é herança dos tempos da escravidão e que condena, até os dias de hoje, a população negra a um determinado lugar social, com piores índices de desenvolvimento humano e fora dos espaços de poder.
Djamila é mestre em filosofia política pela Unifesp e foi secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo.
É autora de O que é lugar de fala (2017), Quem tem medo do feminismo negro? (2018) e Pequeno manual antirracista (2019). Com este último, recebeu o prêmio Jabuti.
Além dos livros publicados, Djamila criou o Selo Sueni Carneiro, que publicou livros de autores negros com preços mais acessíveis.
#21dias

Diante da explosão de casos, mortes e internações, cientista Miguel Nicolelis já prevê, além da crise hospitalar, colapso funerário o país

Matéria retirada do site da Revista Fórum. 

O Brasil subiu de patamar na quantidade de mortes diárias causadas pela Covid-19. Nesta quinta-feira (11), o país registrou, pelo segundo dia consecutivo, mais de 2 mil óbitos em decorrência da doença nas últimas 24 horas.

Segundo o painel atualizado divulgado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), de ontem para hoje foram contabilizadas 2.233 novas mortes, apenas um pouco a menos do número recorde de 2.286 óbitos registrados na quarta-feira (10).

Ao todo, a Covid-19 já tirou a vida de 272.889 desde o início da pandemia, que completou oficialmente um ano justamente nesta quinta-feira (11). Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou oficialmente a crise do coronavírus como uma pandemia global.

A atualização do Conass dá conta, ainda, de que nas últimas 24 horas foram confirmados 75.412 novos casos de Covid, o que totaliza 11.277.717 infecções desde o início da crise sanitária.

O ritmo crescente dos contágios no país têm feito o sistema de saúde brasileiro, a nível nacional, entrar em iminência de colapso. Inúmeras cidades já estão com seus leitos para Covid 100% lotados e tentam conter o avanço da doença endurecendo medidas de restrição.

Enquanto isso, Jair Bolsonaro, apesar de ter aparecido de máscara pela primeira vez em meses nesta quarta-feira (11), segue pregando contra o isolamento social, principal medida para a contenção do vírus enquanto não há vacinação em massa. O filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro, por sua vez, mandou as pessoas “enfiarem a máscara no rabo”, mais uma vez demonstrando a irresponsabilidade do bolsonarismo para com o momento mais grave da pandemia no país.

Em entrevista à CNN Brasil nesta quarta-feira, Miguel Nicolelis, considerado um dos maiores cientistas do mundo, afirmou que, sem isolamento social e medidas de proteção, o país viverá um colapso não só hospitalar, mas também funerário. Ele também vem alertando que, ainda em março, o Brasil pode atingir o patamar de 3 mil mortes por Covid por dia.

 

 

Número de leitos de UTI para Covid-19 que recebem financiamento do governo Bolsonaro em todo o país caiu de 12.003, em dezembro, para 3.372 em março. Presidente também ignora decisão do STF

Matéria retirada do site Rede Brasil Atual. 

O governo de Jair Bolsonaro cortou a verba federal para o financiamento de 72% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para pacientes com Covid-19. Em dezembro, a União repassava verba para a manutenção de 12.003 leitos de UTI para a doença. Nesta quarta-feira (10) eram financiados 3.372. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass). A redução se dá em meio ao momento mais grave da pandemia do novo coronavírus no Brasil, com quase todos os estados à beira do colapso no sistema de saúde e quase 2 mil mortes ocorrendo todos os dias.

Dados do Conass mostram que o corte do financiamento de leitos de UTI para Covid-19 pelo governo Bolsonaro foi total em Goiás, Maranhão, Acre e Rondônia. Em São Paulo, que tem o maior número de leitos de UTI do país, a redução foi de 81%. Semelhante ao ocorrido em Minas Gerais, Espírito Santo, paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Amazonas, Ceará, Paraíba e Sergipe. A redução no financiamento desses leitos bate com o período de colapso generalizado na saúde em todo o Brasil.

Em parte, o problema se deve à paralisação do projeto de lei do orçamento de 2021 no Congresso Nacional. Os deputados e senadores, bem como o governo Bolsonaro, deixaram o projeto de lado para se concentrar na eleição dos presidentes das duas casas. Com isso, o ano de 2021 começou sem orçamento. Na prática isso significa que o governo federal só pode usar 1/12 dos recursos previstos por mês, sem fazer remanejamentos ou repasses de valores acumulados. Até agora o orçamento de 2021 não foi votado.  

Dados do Conass mostram a grave redução de leitos financiados com verba federal

STF ignorado

O governo Bolsonaro também está ignorando a decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o repasse de verbas aos estados para financiamento destes leitos, em 27 de fevereiro deste ano, em ação movida pelos governos de São Paulo, Maranhão e Bahia.

Nessa quarta, o governador paulista, João Doria (PSDB), cobrou do governo Bolsonaro a retomada do financiamento de leitos de UTI para pacientes com Ccovid-19 ovid-19, com a reposição de R$ 1,5 bilhão dos meses anteriores, além da garantia do repasse de R$ 245 milhões por mês. No entanto, o estado informou ter condições de manter os leitos em operação com verbas próprias de forma emergencial. E anunciou um aumento de leitos até o final do mês, devido ao colapso da saúde no estado.

Além disso, enquanto não houver aprovação do orçamento de 2021, não há garantia de recursos federais para o financiamento de leitos de UTI para pacientes com covid-19. O que pode levar ao corte no financiamento de mais leitos em março, por falta de recursos. O Brasil registra mais de mil mortes por dia há 18 dias consecutivos e a redução de leitos pode ter contribuído para essa situação. Ontem, o Ministério da Saúde solicitou R$ 5,2 bilhões ao Ministério da Economia para financiamento dos leitos de UTI para pacientes com covid-19.

“O governo federal está desobedecendo a decisão do STF para reabilitação de leitos COVID em São Paulo. Parece inacreditável, mas é verdade. Não é diferente na Bahia, Maranhão e Ceará, estados que, como nós, também entraram com medidas no supremo, ganharam e não tiveram reabilitação de seus leitos”, afirmou o governador.

 

 

 

Mulheres negras ocupam os postos mais precários e expostos à covid, afirma Alva Helena de Almeida, enfermeira aposentada

Matéria retirada do site Brasil de Fato

As mulheres negras representam 53% dos profissionais de enfermagem, segundo pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Engermagem (Cofen) em 2017. Apesar de ter um peso relevante na categoria, elas estão concentradas em postos de nível médio, mais precarizados e com menor remuneração. Quase 60% das técnicas e auxiliares de enfermagem são negras.

Entre profissionais com graduação, o cenário é inverso. Cerca de 57% das enfermeiras são brancas. 

Na avaliação de Alva Helena de Almeida, enfermeira aposentada, mestre em Saúde Pública e doutora em Ciências, os dados explicitam uma herança racista na profissão.

Integrante da Articulação Nacional de Enfermagem Negra (Anem), ela explica que, no início do século passado, todo o trabalho de atenção à saúde e cuidado com crianças, adoecidos e idosos era realizado por mulheres negras, escravizadas e indígenas.

Mas, quando o primeiro curso de enfermagem foi criado, dando início a profissionalização, o acesso foi restrito a mulheres brancas, excluindo as demais profissionais, que posteriormente, da década de 30, voltaram a ocupar níveis médios. Um processo que fomentou ainda mais a feminilização e a exploração da força de trabalho na área da saúde.

 “Temos uma divisão hierárquica, de classe, de raça e de funções dentro da área da enfermagem. Temos uma retenção no nível médio dessas mulheres negras que têm muita dificuldade em acessar a graduação por inexistência de políticas que favorecem essa formação”, afirma Almeida. 

“Não é possível esperar que haja uma mobilidade apenas pelos sujeitos para uma igualdade racial na profissão. Essa desigualdade, essa racialização, se mantém há quase 100 anos.” 

Segundo dados do Cofen, 649 óbitos em razão da covid-19 entre profissionais da enfermagem foram registrados, sendo que boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde já apontam que a maioria das contaminações ocorre entre auxiliares de enfermagem.

Considerando a informação, é possível afirmar que as profissionais negras, são, mais uma vez, as mais afetadas.

“Se a maior parte desse processo de adoecimento e morte aconteceu em postos de nível médio, porque é a maior força de trabalho da enfermagem e quem está mais próximo do cuidado direto do paciente, são as mulheres com maior vulnerabilidade social as mais atingidas”, ressalta Almeida, citando a tripla jornada de trabalho dessas profissionais.

Geralmente, dois vínculos empregatícios devido à baixa remuneração e o trabalho doméstico imposto ao gênero feminino.

Em entrevista ao programa Bem Viver, da Rádio Brasil de Fato, a enfermeira aposentada fala ainda sobre a sobrecarga mental e importância da profissão em meio à pandemia.

Confira a entrevista na íntegra.

Brasil de Fato – Qual a importância das enfermeiras, auxiliares e técnicas de enfermagem para a saúde pública e, principalmente, em meio à pandemia?

Alva Helena – A enfermagem é vital. Geralmente a mídia faz uma menção a profissionais médicos ou profissionais de saúde, mas a enfermagem é aquela equipe que operacionaliza toda a atenção à saúde do ponto de vista mais próximos dos pacientes. São enfermeiras atendendo não só pacientes hospitalizados, em uma situação de risco ou maior gravidade, mas as profissionais, de uma maneira geral, estão em qualquer outro serviço. 

Nas unidades básicas, de pronto atendimento, pronto-socorro. É essa equipe que vai prestar o cuidado à população de uma maneira geral, estando ela doente ou não. Nesse momento em que tivemos o início da vacinação também. A atividade de vacinar é mais uma que a enfermagem está assumindo no contexto da pandemia. 

As outras atividades dos serviços de atenção básica continuam e agora acrescenta-se a vacinação contra covid-19. Do acolhimento ao cuidado do corpo pós morte, tudo que você imaginar, passa pelas mãos da enfermagem. Não existe atenção à saúde sem enfermagem.

Para além da sobrecarga de trabalho, como fica a saúde mental da categoria neste momento? Com tantas mortes e colapsos do sistema de saúde?

A saúde mental foi identificada como um dos grandes agravantes nessa situação de recrudescimento da pandemia, motivado pelo estresse, pelo desconhecido. Hoje acumulamos conhecimentos em relação ao vírus, a sua forma de atuação, mecanismos de proteção, técnicas específicas no cuidado direto aos pacientes, a questão do distanciamento, de técnicas específicas em uma situação de acolhimento.

Mas, um ano atrás, isso não era dessa forma, com essa profundidade de conhecimento. Lidar com o desconhecido e em uma condição de despreparo técnico e de equipamentos, era uma situação de bastante estresse.

Há relatos de profissionais que se afastaram, adoeceram, tiveram problemas de equilíbrio durante o desenvolvimento de suas atividades por conta desse estresse. Além disso, se soma a isso, a condição crônica de subdimensionamento do pessoal da enfermagem.

 Não existe atenção à saúde sem enfermagem

No país, podemos falar em pelo menos uma década, uma década e meia, que os serviços de saúde operam com o quadro da enfermagem subdimensionado. Há uma sobrecarga que é crônica e, além disso, o estresse em relação ao desconhecido em condições inadequadas. Isso configurou um quadro de maior exposição e desgaste físico e mental das profissionais.

Particularmente é uma maioria de mulheres. Se considerar os postos de ensino médio, auxiliares e técnicas, elas têm no mínimo dois vínculos empregatícios. Deslocam-se de um serviço para outro, depois para domicílio, com medo da contaminação de familiares, de filhos. Isso implicou em uma série de questões nas relações familiares e interpessoais dessas profissionais, promovendo a expansão da questão do estresse.

Sabemos que as mulheres têm dupla jornada de trabalho, mas como você citou, no caso de muitas profissionais da enfermagem é tripla, com dois empregos e o trabalho doméstico. Como está sendo para essas profissionais lidar com o peso da tripla jornada em meio à pandemia?

É uma sobrecarga absurda. Não necessariamente são vínculos em dois hospitais, mas pode ser atenção básica em determinado período e depois o deslocamento para o serviço hospitalar.  Ou dois vínculos hospitalares. Existe a possibilidade de programação da jornada de forma que cumpra vínculos em dias alternados.

Além dos vínculos empregatícios essas profissionais têm a jornada de cuidados da casa, da família, e crianças que ficaram nos domicílios e precisavam de acompanhamento no desenvolvimento escolar. 

Covid-19 já atingiu 180 mil profissionais de Saúde no Brasil 

Isso tudo foram aspectos dessa dinâmica bastante intensificada nesse momento de pandemia. Não é só o trabalho fora, mas o trabalho dentro de casa, a atenção ao familiar que pode ter necessidades de saúde, que precisa de cuidados e proteção para evitar a contaminação.

E a presença de filhos, menores, adolescentes, que estão em casa e precisam de uma atenção dessa profissional.

Sabemos que o racismo é estrutural na sociedade brasileira e é uma outra questão que você aborda em suas contribuições. Qual a situação das enfermeiras negras nesse momento? 

Seria legal retroceder na história da enfermagem para chegarmos ao presente. Antes da profissionalização na enfermagem, que teve início no século passado em 1923, data do primeiro curso de enfermagem do país, no Rio de Janeiro, o cuidado à saúde era desenvolvido por mulheres negras, escravizadas ou libertas, e indígenas.

Esse era o grupo que prestava cuidado para as crianças, aos adoecidos, idosos e ao parto. Com a profissionalização, determinou-se como critérios para ingresso no primeiro curso, década de 20 do século passado, que as profissionais deveriam ter o curso normal e ser da raça branca.

Isso eliminou o contingente de mulheres pobres, negras e indígenas que estavam habituadas a exercer o trabalho. As mulheres negras voltam ocupar posições na estrutura do sistema de saúde na década de 30 do governo Getúlio Vargas, mas no nível médio.

Alva Helena é integrante da Articulação Nacional de Enfermagem Negra (Anem) / Foto: Arquivo Pessoal

Não tinham a escolaridade necessária para o curso de enfermagem de graduação. Essa estratificação se mantém até hoje. A maioria das mulheres em postos de nível médio são negras. E é a maior força de trabalho também. Temos uma divisão hierárquica, de classe, de raça e de funções dentro da área da enfermagem.

A maioria das profissionais do ensino médio, maior força de trabalho dentro da enfermagem, correspondem a 2/3 das áreas. Cerca de 57% são pretas e pardas. 

No caso das enfermeiras, é o contrário. Nós, enfermeiras negras, somos 1/3 da força de trabalho e 57% são enfermeiras brancas.

Então, temos uma retenção no nível médio dessas mulheres negras que têm muita dificuldade em acessar a graduação por inexistência de políticas que favorecem essa formação.

E aí temos que analisar como essas pessoas acessam a formação. Dados de pesquisa do Cofen, realizada 2013, revelam que 72% dos cargos de ensino médio, que ganham menos, acessam instituições privadas. Na graduação, apenas 30% é formado por universidades públicas, o resto é privada.

Aí está a dificuldade. Não é possível esperar que haja uma mobilidade apenas pelos sujeitos para uma igualdade racial na profissão. Essa desigualdade, essa racialização, se mantém há quase 100 anos. 

De acordo com o Cofen, o total de óbitos entre profissionais de enfermagem é de 648. Sendo a maior parte entre profissionais do ensino médio. Isso significa que o vírus também impacta diretamente as mulheres negras, certo? Há dados específicos sobre isso?

Uma das maiores demandas do movimento negro é a questão do requisito raça/cor em todas as políticas e setores. Os dados a respeito da contaminação não tem o recorte racial, existe apenas o recorte de gênero. 

Mas, podemos concluir que, se a maior parte desse processo de adoecimento e morte aconteceram em postos de nível médio, porque é a maior força de trabalho da enfermagem, quem está mais próximo do cuidado direto do paciente, são as mulheres com maior vulnerabilidade social as mais atingidas.

Estamos falando de uma parcela de mulheres que mora na periferia, que usa o transporte público, que está em territórios com mais precariedade em termos de serviço de saúde. Essas são outras questões estruturais que vulnerabilizam essa força de trabalho, esse quadro de contaminação e óbitos que chama atenção internacionalmente.

Como o coronavírus ficará registrado na trajetória dessas profissionais?

A pandemia marca uma cronicidade das precárias condições de trabalho da enfermagem e de uma maior exposição dessa profissionais diante das crise sanitária. Se as condições não fossem tão ruins, não chegaríamos a esse número de afastamento, adoecimento e mortes dessas profissionais. Veja que nesse processo da pandemia, pouca coisa mudou. Poucos são os locais, municípios, que estão contratando enfermeiras. O quadro já era deficitário, já era um quadro de exposição, de exploração, que está ainda mais sobrecarregado diante da pandemia. É um momento sofrido, marca muito.

Vale a pena observar que o setor saúde vem há décadas mostrando uma feminilização da força de trabalho. A maior parte é feminina. Se lida com hierarquias na estrutura ocupacional de um sistema suportado por mulheres.

São mulheres na recepção, nos laboratórios, nos equipamentos de raio-x, agentes comunitárias de saúde, enfermagem, maioria absoluta de mulheres. A estrutura de ocupação dos serviços de saúde se apoia em uma certa lógica de exploração da força de trabalho feminina. Exploração porque a questão salarial impacta profundamente. Se não fosse o salário insuficiente, não levaria a maioria absoluta das pessoas a buscar o segundo vínculo. 

É uma lógica de organização do sistema que expõe essas mulheres ao trabalho, ao deslocamento e ao trabalho doméstico. Espero que no prazo mais curto possível, nós, mulheres trabalhadoras da enfermagem, possamos engrossar outros movimentos de mulheres por igualdade de condições no mercado de trabalho, por maior respeito. O baixo salário no setor da saúde é um desrespeito. Precisamos mexer, transformar, mudar. Esse é o momento. Não tem outro que nos leve, seja pela dor ou pelos aplausos, a reconhecer o valor da nossa atuação profissional.