O impacto dos cortes no orçamento da UFRJ no combate à pandemia

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O combate à pandemia do novo coronavírus que a UFRJ vinha fazendo desde 2020, com aplicação de leitos no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) para atender a crescente demanda de pacientes com a covid-19 e os investimentos em  pesquisas (com recursos extras) podem cessar este ano em consequência de decisão do governo Bolsonaro em reduzir o orçamento da universidade. 

Pelas contas do pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças, Eduardo Raupp, seriam necessários R$ 141 milhões para a atuação contra a covid-19, por exemplo, para novos leitos no HUCFF, produção de vacinas e outras ações de enfrentamento da pandemia e para a retomada das aulas práticas, em 2021. 

“Mas, o que nos restou foi o corte orçamentário”, disse Raupp. Portanto, a pandemia se agrava, mas não haverá aportes extraordinários para a UFRJ este ano continuar atuando em favor da população conforme vinha fazendo. 

Reação institucional

Na nota enviada ao MEC, a UFRJ informou que necessitava de cerca de um pouco mais de R$ 118 milhões para o Complexo Hospitalar: para contratação de pessoal para funcionamento de leitos de UTI, aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs) para as equipes médicas.

E de mais R$ 23 milhões para atender as demandas das outras  unidades acadêmicas, incluindo o Centro de Ciências da Saúde (CCS), onde são realizados exames de RT-PCR e testes sorológicos no Centro de Testagem e Diagnosticado, e o campus Macaé; para produção de álcool 70 e álcool em gel, desenvolvimento de vacinas, aquisição de EPIs e testagem para suporte à retomada de aulas práticas e para viabilizar trabalhos de campo.

Vacina 

Entre as 15 vacinas em desenvolvimento no país contra a covid-19, uma delas, já em fase de testes clínicos assim como pelo menos mais duas, acontece em laboratório da UFRJ. Porém, como não há investimento do Ministério de Ciência e Tecnologia, (também houve cortes nos fundos de desenvolvimento nesta área) as pesquisas podem morrer na “na gaveta” do pesquisador,  lamentou a reitora Denise Pires de Carvalho. 

As pesquisas sobre a vacina é coordenada pelo chefe do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, professor Amílcar Tanure, com base na tecnologia RNA, como ocorre com a vacina da Pfizer. “Não temos recursos para garantir o término dos ensaios pré-clínicos”, disse a reitora, explicando que a universidade não consegue a produção em grande escala para possibilitar as fases clinicas.

 

 

 

 

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