Terreiros do Engenho Velho da Federação Lançam Memorial Digital que Conta a História da “Caminhada pelo Fim da Violência e do Ódio Religioso, pela Paz!”

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Contemplado no Programa Aldir Blanc-Bahia, memorial foi lançado no dia 29 de maio

Fonte: Da Coalizão Negra por Direitos

Preservar história, memória, tradição religiosa e cultura negra do bairro Engenho Velho da Federação em Salvador, é um dos objetivos do “Caminhos da Sagrada Resistência: Histórias e Memórias no Território Negro do Engenho Velho da Federação”. 

O projeto propõe a criação de um site com registros de memória em fotos, vídeos, áudios e textos da “Caminhada pelo Fim da Violência e do Ódio Religioso, pela Paz!”. O memorial digital ressalta o compromisso político, social e cultural que a Caminhada possui ao longo de 16 anos no enfrentamento às diversas manifestações de violência sofrida pelo povo de Terreiro, e o engajamento das lideranças religiosas e sociais na organização do evento.

O acervo é composto por informações que contam a história do Engenho Velho da Federação e suas manifestações culturais, conteúdos ligados às temáticas abordadas em cada edição da Caminhada e registros das etapas de sua elaboração e realização. O projeto é realizado pelo Terreiro do Cobre através da Sociedade Flaviana Bianc, em parceria com os Terreiros Ilê Axé Omire Ojuire, Ilê Axé Mana Dandalunda Oya, Nzo Onimboyá, Zoogodô Bogum Malê Rundó, Ilê Axé Alarabedé, Pena Branca Jussara, Nzó Tanuri Junsara, Odé Mirin de Oxossi, Obá Tony, Centro de Caboclo Marujo, IIê Axé Opo Oya Omim,Tumbalagi Junçara, Ilê Axé Omadó Ny Osun, Ilê Oyo Bomim e Ilê Axé Awa Negy.

O memorial foi lançado dia 29 de maio, às 17h, numa transmissão ao vivo pelo YouTube (https://abre.ai/cHnb). O lançamento aconteceu na mesma semana em que se comemorava o Dia da África. A escolha da data representa um ato de resistência e valorização da ancestralidade.

Terreiros do Engenho Velho (Foto: Imagem retirada do site Coalizão Negra Por Direitos)

A Caminhada

Terreiros do Engenho Velho (Foto: Imagem retirada do site Coalizão Negra Por Direitos)

Em 2004, templos religiosos do Engenho Velho da Federação foram invadidos por adeptos de igrejas neopentecostais em ato de total desrespeito à história e tradição religiosa, símbolo desses espaços sagrados. Diante do contexto de extrema violência, lideranças e comunidades de Terreiros de Candomblé, Caboclos, Umbanda e de outras religiões afro-brasileiras, além da comunidade do bairro, vão às ruas todo os anos no dia 15 de novembro para denunciar o desrespeito às tradições religiosas de matriz africana e indígena, resultado dos efeitos danosos do racismo e da ausência ou violação de políticas públicas voltadas para a garantia da integridade dessas religiões.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Pedro Calmon (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

 

Terreiros do Engenho Velho (Foto: Imagem retirada do site Coalizão Negra Por Direitos)

 

 

 

 

 

 

 

 

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