Sem acesso a bolsas e vagas em suas áreas, cientistas doutores enfrentam desemprego, precarização e desperdício do saber

Alex Mirkhan. Brasil de Fato | Brasília (DF) | 13 de Dezembro de 2021

O antropólogo Pedro da Glória foi a campo na Amazônia para sua pesquisa sobre a saúde bucal da população ribeirinha, e só conseguiu uma vaga de professor sete anos após concluir o doutorado – Rodrigo Erib

A renúncia coletiva de 34 pesquisadores da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), nesta terça-feira (7), é mais um marco na crise vivida há cinco anos por cientistas e pesquisadores de ponta no Brasil. Agora, já são mais de 100 cientistas que deixaram suas funções na fundação responsável por consolidar os programas de pós-graduação stricto sensu – os mais afetados pelos seguidos cortes de orçamento promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro (PL-RJ). 

Os cientistas de áreas ligadas à Engenharia se juntaram a outros 80 que já haviam deixado a fundação. Eles alegam não terem condições de produzir avaliações de qualidade para os cursos de mestrado e doutorado, fundamentais para a distribuição de recursos para as unidades que mais se destacam e possuem um corpo científico mais relevante.

Pesquisadores doutores, que já foram contemplados por bolsas de estudo nos últimos anos, relatam as consequências do corte no orçamento destinado à academia nos trabalhadores com formação altamente especializada. Sem apoio, muitos são empurrados para o desemprego ou são incorporados ao mercado de trabalho fora de

suas áreas, em situações muitas vezes precarizadas e, acima de tudo, convivendo resignados diante do desperdício de tempo e conhecimento acumulado por anos e até décadas. 

“Consegui uma bolsa para o doutorado, sem ela eu não faria, que terminou em março do ano passado, bem no meio da pandemia. Até consegui aproveitar esse momento do trabalho remoto para terminar a minha tese, mas depois me vi sem possibilidade de entrar no mercado de trabalho e com dois filhos para criar”, conta o advogado e pesquisador em Direitos Humanos e Justiça, Rodrigo Lentz, que precisou se tornar prestador de serviços como micro empreendedor individual (MEI): “isso abala o psicológico e a confiança na carreira acadêmica”.

Assim como Lentz, o biólogo e antropólogo Pedro da Glória também viu sua carreira como pesquisador ser ameaçada pelo fim de uma bolsa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e já até contava com a possibilidade de trocar os estudos pela carreira de perito criminal. Até que, em 2019, ele finalmente conseguiu uma vaga como professor de pós-graduação em Antropologia na Universidade Federal do Pará (UFPA), sete anos depois de concluir o doutorado.

Nesse período antes de se tornar concursado, da Glória avançou sua tese para um pós-doutorado e, além de se preparar para os concursos, também continuou debruçado sobre as amostras que colheu durante suas pesquisa de campo financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Mas também dependeu do apoio contínuo da bolsa do CNPq, sem o qual teria seu caminho ainda mais dificultado no concorrido acesso à uma vaga na universidade.

“Eu tive a sorte de pegar a última leva de vagas da UFPA em 2019, depois disso abriram novos concursos só agora”, conta o cientista, que também descreve a corda bamba que vivem, especialmente, os jovens pesquisadores doutores. “Para você manter um doutor ativo na sua área, você tem que dar uma bolsa para que ele continue realizando a pesquisa, mas para que ele continue sobrevivendo sem ter que mudar de área, e há um tempo entre o seu doutorado e sua fixação em um concurso.”

Como pano de fundo para a redução de subsídios para a produção científica está a “franca desindustrialização do país desde os anos 1990”, explica a historiadora Flávia Calé da Silva, presidente da ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos). Ela credita à “falta de visão estratégica” o descompasso entre a “profunda revolução tecnológica mundial e a participação de uma força de trabalho qualificada para abastecer uma indústria nacional competitiva”. 

Em março do ano passado, uma série de portarias assinadas pela Capes resultou no corte de milhares de bolsas, agravando ainda mais o fato de haver mais doutores se formando do que vagas abertas em suas áreas. Entre 2014 e 2017, o total de doutores saltou 36,1%, enquanto o número de doutores sem emprego formal em suas respectivas áreas avançou 53,3%, de acordo com dados do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Com a cara e a coragem

Também subvencionada por bolsas, a pesquisa de pós-doutorado de Filipe Gaudie Ley Lindau envolveu intensas etapas de coleta de amostras de gelo nas montanhas mais altas da Bolívia, com as quais ele estuda a variabilidade do clima na Floresta Amazônica e em todo continente, um trabalho desenvolvido junto ao Centro Polar Climático da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). 

Engenheiro químico Filipe Lindau foi às Cordilheira dos Andes para sua tese: “as geleiras guardam informações da atmosfera Amazônica” / Arquivo pessoal

Mesmo tendo coletado material suficiente para subsidiar novos estudos e apoiar novas descobertas em um tema tão sensível como a crise climática, Lindau ainda não sabe que rumo tomará a partir de fevereiro, quando sua bolsa do CNPq chega ao fim. Há no radar planos de viabilizar uma parceria internacional com um colega cientista francês, que participou na longa empreitada em campo, mas isso dependeria de apoio junto aos governos da França ou do Brasil. 

Outra alternativa é se inscrever em editais internacionais, “que são extremamente concorridos porque envolve o mundo todo”, ou atrair o interesse da iniciativa privada especializada. “Já fiz algumas tentativas, mas ainda não tive sucesso”, comenta o jovem pesquisador, que embora ainda se veja um “estranho no ninho” fora da universidade tem otimismo de que o que desenvolveu nos últimos anos “tenha valor para a sociedade, de forma geral, incluindo empresas e o setor público”. 

Outra barreira para postulantes de pesquisas de doutorado é o alto custo para financiar pesquisas que necessitem de insumos específicos e tecnologias avançadas. Para a etapa de campo de seu projeto, da Glória precisava viajar de São Paulo para o interior do Amazonas, onde colhia amostras biológicas da população ribeirinha, como as de saliva, por exemplo. “E tudo isso eu tinha que congelar e trazer para São Paulo, então foi uma pesquisa muito cara, que eu jamais teria condição de fazer agora só com o financiamento do CNPq”, observa.

Além das incertezas, há casos mais dramáticos de pesquisados com currículos excelentes, que se depararam com o desemprego e a falta de perspectivas até em áreas teoricamente menos exigentes, simplesmente por falta de domínio de treinamento.

“Ontem, recebi um email de um cara extremamente qualificado dizendo ‘a minha bolsa acaba em janeiro e não sei o que vou fazer. Eu tenho uma filha e vou, sei lá, vender bala no sinal, fazer qualquer coisa’”, ilustra da Glória. [Continua após o vídeo.]

Fuga de cérebros

A possibilidade de concluir os estudos em alguma instituição no exterior é uma válvula de escape para cientistas que não encontram condições para desenvolver suas pesquisas no Brasil. Segundo Flávia, o país vive “um processo crônico de fuga de cérebros”, e alerta tratar-se de um quadro “não diagnosticado”, pois o país não possui um levantamento atualizado sobre quem são os pesquisadores que emigram e quais suas áreas de atuação para posteriormente buscar uma reaproximação. 

Dessa forma, ela acredita que a tendência é de êxodo cada vez maior de talentos brasileiros, “que tendem a ser absorvidos por empresas dos países onde residem e produzir patentes para esses países e não para o Brasil”, defende. Em contrapartida, Rodrigo Lentz acredita que esse processo ainda é bastante restrito e elitizado, devido às barreiras culturais, financeiras e de idioma. 

Lindau mesmo não descarta recorrer à universidades estrangeiras, embora saliente ser possível se debruçar lá fora sobre situações circunscritas ao próprio país e continente. Mesmo assim, ele reforça sua intenção de encontrar soluções para permanecer em solo brasileiro. “É onde eu tenho mais interesse de continuar a desenvolver meu trabalho, por eu sempre ter buscado agregar conhecimento para a nossa região, aqui no Brasil e na América Latina”.

Pedro da Glória prevê que, com o ritmo atual, “o corpo de pesquisadores do país está erodindo aos poucos (…), o que poderá ser sentido daqui cinco ou dez anos”. Para Lentz, grande parte da comunidade de estudantes e recém-doutores aguardam “e até lutam dentro das suas limitações” para que um novo governo “minimamente democrático” retome uma agenda positiva para a produção científica. 

Edição: Vinícius Segalla

 

 

 

De janeiro a setembro aumentou em 70% o número de pensões por mortes, em comparação com o mesmo período de 2020. Para especialista, índice pode ser maior, mas com benefícios menores

Publicado: 13 Dezembro, 2021 – Escrito por: Rosely Rocha

MARCELLO CASAL JR / AGÊNCIA BRASIL

Subiu de 273.742 para 462.373 o número de pensões por mortes pagas pela Previdência Social entre janeiro e setembro de 2020 em comparação com o mesmo período de 2021. O aumento é de 70%.

Apesar do governo dizer que ainda não tem elementos para relacionar este aumento às mortes em consequência da Covid-19  e que a provável causa é o envelhecimento da população, o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Remígio Todeschini afirma que esses números têm tudo a ver com a pandemia do novo coronavírus.

O pesquisador fez uma projeção que considera simples: metade da população brasileira tem proteção social da Previdência, se levarmos em consideração os quase 615 mil mortos pela Covid no país, pelo menos 300 mil mortes estão relacionadas a segurados da previdência.

Este número é projetado a partir da análise da tabela da curva de mortes por idade (pirâmide etária), explica Remígio. Por Covid, cerca de  70% dos mortos tinham mais de 60 anos e os demais 30%, menos de 60 anos de idade. Então muitos dos  familiares dos mortos devem receber pensão desde janeiro.

O pesquisador calcula que quando saírem os números do ano inteiro de 2021, as pensões por morte devem ser 251 mil a mais.

Além do alto número de mortes, Todeschini ressalta que a fala do novo secretário de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência, Leonardo Rolim, ao jornal Valor Econômico, de que este salto de pensões requeridas não afetou os gastos do órgão, é fruto da reforma da Previdência de 2019.

“O valor das pensões por morte caíram pelo menos 40% com a reforma do governo Bolsonaro. Hoje o benefício para a viúva ou viúvo  é de 60% da aposentadoria que a pessoa teria direito mais 10% para cada filho. Isto fez cair o valor ”, afirma o pesquisador.

Outro problema social apontado Todeschini  foi a  decisão dos médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social( INSS) não fazerem exames presencias no auge da pandemia, o que pode ter provocado um menor número de pensão por morte  acidentária.

A falta de perícia fez cair sobremaneira os benefícios de pensão por morte que deveriam ser de 100% da remuneração. Isto pode ser visto nos dados do último Boletim Estatístico da Previdência Social (BEPS). A média da  pensão previdenciária foi  de RS1.677,35 em outubro de 2021, enquanto que os poucos casos de pensão acidentária tiveram a média de 2.242,43.  

Os segurados perderam 33% de seus benefícios acidentários, segundo o pesquisador, sabendo que boa parte deles decorreu de contágio laboral devido aglomerações e faltas de cuidados nas empresas, e deveria ter sido emitida a Comunicação de Acidentes (CAT).
Segundo ele, médicos que atendem em hospitais não pararam. O mesmo com quem trabalha na indústria, em que 70% de seus trabalhadores continuaram em suas atividades, além dos profissionais de supermercados e farmácias. Esses trabalhadores utilizam transporte público e o contágio entre eles foi maior.

Outra projeção que dá respaldo a análise do pesquisador da UnB é o levantamento feito junto aos trabalhadores do Petróleo e Químicos, sendo que 60% dos contaminados segundo estudo da UNB/FETQUIM-CUT, contraíram a doença por falta de cuidados das empresas.
Ele lembra que um petroleiro quando vai para uma plataforma, vai de helicóptero, não pega ônibus lotado e ainda assim, o número de mortes e contaminados (60 mortos e mais de 8 mil contaminados)  foi grande entre eles, imagine quem sofre com o transporte público.

“ Além da perda familiar, do luto, tem questões de ordem social. Essas pessoas que morreram tem história na sociedade, são conhecimentos e  cultura que se perdem. É muita falta de sensibilidade deste governo, de num momento como este, não proteger a população”, critica Todeschini.

 

 

 

Ministra Rosa Weber marcou o início da sessão virtual que vai julgar o mérito da ação para a meia-noite de quarta-feira

Redação Rede Brasil Atual | 13 de Dezembro de 2021 às 08:36

A decisão sobre o passaporte da vacina terá validade a partir do momento em que os órgãos envolvidos forem notificados – Fellipe Sampaio/SCO/STF

A decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinando a obrigatoriedade do passaporte da vacina para todo viajante que chega do exterior para desembarcar no Brasil será apreciada pelo plenário da Corte, em sessão virtual, a partir da quarta-feira (15).

Neste sábado (11), Barroso deferiu parcialmente medida cautelar pedida pelo partido Rede Sustentabilidade na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 913. A ministra Rosa Weber marcou o início do julgamento do mérito da ação para a meia-noite de quarta-feira, com possibilidade de se estender até as 23h59 de 16 de dezembro.

A decisão sobre o passaporte da vacina terá validade a partir do momento em que os órgãos envolvidos forem notificados. De acordo com a assessoria do STF, a comunicação oficial será feita na segunda-feira (13). Na concessão da liminar, Barroso afirmou que há urgência para o tema em razão do aumento do número de viagens no período que se aproxima e pelo risco de o Brasil se tornar um destino de turistas antivacina.

“O ingresso diário de milhares de viajantes no país, a aproximação das festas de fim de ano, de eventos pré-carnaval e do próprio carnaval, aptos a atrair grande quantitativo de turistas, e a ameaça de se promover um turismo antivacina, dada a imprecisão das normas que exigem sua comprovação, configuram inequívoco risco iminente, que autoriza o deferimento da cautelar”, pontuou em sua decisão.

Barroso lembrou em sua decisão que o Supremo Tribunal Federal tem obrigação constitucional de proteger os direitos fundamentais à vida e à saúde da população. “Já são mais de 600 mil vidas perdidas e ainda persistem atitudes negacionistas”, disse, destacando as diversas decisões já tomadas pelo Supremo durante a pandemia, como a que determinou a a possibilidade de imposição de restrições a quem se recusar a se imunizar contra a covid-19.

 

 

FONTE:  Enviado ao Portal Geledés/13/12/2021

Foto: Divulgação

“InterPretativas: políticas afirmativas para cultura” é um projeto de formação voltado para a inclusão de afrodescendentes no setor cultural e economia criativa em Mato Grosso.

As oficinas acontecem em formato on-line, entre os dias 13 a 16 de dezembro de 2021, de segunda à quinta, a partir das 18h horário de MT (19h horário de Brasília). 

Inscrições gratuitas pelo link: https://forms.gle/CdDz3r4U1YxeULZQ7

De acordo com Jackeline Silva, idealizadora do projeto aprovado pelo Edital MT Nascentes 2020/Lei Aldir Blanc – SECEL MT, “trata-se de uma iniciativa afrocentrada, feita com e para as pessoas negras, por compreender as nossas especificidades. Por isso, o foco será a troca de experiências entre negras/ES profissionais e interessadas/es”.

O intuito da iniciativa é provocar reflexão crítica e ao mesmo tempo, sensibilizar para uma efetiva implementação das ações afirmativas por meio das políticas públicas, em todas as áreas e segmentos da cultura visando a equidade racial e de gênero.

A respeito das políticas afirmativas, como ativista do movimento de mulheres negras (IMUNE MT, Coletivo Quariterê e AMNB), Jackeline Silva sinaliza a necessidade de promover formação e informação, para que as pessoas negras escrevam seus prórprios projetos, disputem editais e tenham acesso ao fomento.

“Existem contratantes – de diversas áreas – que invisibilizam a nossa experiência, sequer valorizam nosso talento e habilidades profissionais. No setor cultural, eu já ouvi algumas pessoas dizerem ‘não encontrei pessoas qualificadas’, mas não haviam procurado e nem pedido indicação. É cômodo fazer de conta que nós negros não trabalhamos com competência. E sobre esse apagamento, o fato de não nos enxergarem como profissionais competentes, ou nos contratar apenas para funções subalternas tem nome: racismo.”

No primeiro dia de Oficina InterPretativas, teremos a facilitação de Fernanda Quevedo (Instagram: @quevedonanda), jornalista e digital marketing, MBA Comunicação e Marketing em Mídias Digitais, com 11 anos de experiência, cofundadora da CUFA e uma das fundadoras do Mídia Ninja, entre outros importantes trabalhos.

No segundo dia teremos como facilitadora Raíssa Gomes (Instagram: @raiogomes), com o tema “Pautas Negras Importam? Comunicação e divulgação de projetos de cultura afro”. Raio Gomes é assessora de Comunicação na UnB, editora do site Mundo Negro e atua com comunicação estratégica no coletivo Paó Comunicação.  

No terceiro dia quem vai compartilhar conhecimento é Kety Kim (Instagram: @ketykimfarafina), que facilitará o encontro sobre “Produção de festivais de cultura negra”. 

Encerrando as oficinas, a idealizadora do projeto InterPretativas, Jackeline Silva (Instagram: @afroprodutora”) vai trocar experiências e fazer a facilitação do encontro sobre “Elaboração e Gestão de Projetos de cultura afro-brasileira”.

Confira a programação

Oficinas InterPretativas: políticas afirmativas para cultura

Inscrições gratuitas pelo link: https://forms.gle/CdDz3r4U1YxeULZQ7

Período: 13 a 16 de dezembro de 2021, segunda a quinta.

Horários: de segunda a quarta, das 18h às 19h30 (horário de MT); na quinta das 18h às 20:30 (horário de MT).

Realização: Iaiá Produções e Projetos, SECEL MT / Lei Aldir Blanc, Secretaria Especial da Cultura e Ministério da Cultura.

Informações: (21) 99959-2789 – whatsapp

Dia 13/12 – Elaboração de portfólio na área cultural, com Fernanda Quevedo.

Dia 14/12 – Pautas Negras importam? Comunicação e divulgação de projetos da cultura afro, com Raissa Gomes.

Dia 15/12 – Produzindo festivais de cultura negra, com Kety Kim.

Dia 16/12 – Elaboração e Gestão de projetos, com Jackeline Silva.

 

 

Cantor e compositor carioca morreu no sábado (11), por complicações posteriores a uma cirurgia no intestino

Redação.Brasil de Fato |Recife(PE) | 12 de Dezembro de 2021 

Sambista Monarco da Portela após ter sido vacinado contra covid-19, em pleno sábado de Carnaval , em evento simbólico no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro – Beth Santos

Artistas, parceiros de trabalho e admiradores da obra de Monarco se pronunciaram nas redes sociais prestando as últimas homenagens a ele que foi consagrado como baluarte da Portela. O cantor e compositor Hildemar Diniz, o Monarco, morreu no sábado (11), aos 88 anos, vítima de complicações de uma cirurgia no intestino. Símbolo da Escola de Samba Portela, Monarco foi velado na quadra da escola, em Oswaldo Cruz, cercado por uma roda de samba. Um bandeira da agremiação foi colocada sobre o caixão. O velório começou às 11h, e o sepultamento ocorreu às 15h30 sob o hino da agremiação.

Histórico compositor da Portela, Monarco é autor de clássicos como “Passado de glória” e “Coração em desalinho”. Além deixar um grande acervo de canções gravadas, ele também foi parceiro e inspiração para muitos artistas.

Marisa Monte, que gravou um disco em 1999 em homenagem à Portela, escreveu que Monarco “sempre foi um mestre nato” e “uma testemunha viva da história”. 

“A ele a gente recorria quando queria saber sobre os assuntos dos bambas. Um homem generoso e gentil. Um grande brasileiro. Nesse dia eu pude dizer o quanto o amo e digo agora que o amarei para sempre. Obrigada mestre, você viverá eternamente”, disse a artista.

Paulinho da Viola, outro sambista ícone da Escola, contou que Monarco ajudou, com sua voz e consciência, “a escrever a história do samba e da Portela por mais de 60 anos”. E concluiu, em luto: “Um grande artista e uma grande figura, com o coração do tamanho de um talento de valor imensurável. Perdemos hoje um grande baluarte”. 

Em suas redes sociais, Martinho da Vila escreveu: “Eu estou profundamente triste. Perdi um grande amigo, Monarco. Esteja na paz de Deus”. Também abalada, a cantora e compositora Tereza Cristina agradeceu ao mestre. “Monarco me ensinou, me acolheu, me incentivou. Tô arrasada. baluarte”, escreveu no Twitter.