Nova assembleia geral, dia 29, que será realizada de forma híbrida (virtual e presencial) vai avaliar a mobilização e novos encaminhamentos.

Nova assembleia geral, dia 29, que será realizada de forma híbrida (virtual e presencial) vai avaliar a mobilização e novos encaminhamentos.

A assembleia Geral dos trabalhadores da UFRJ, realizada nesta quinta-feira, 17, em ambiente virtual, teve como pauta central a discussão sobre o indicativo da Fasubra de greve dos servidores públicos federais por tempo indeterminado a partir do dia 23 de março.

Depois de extensa discussão em que se identificou nas intervenções e avaliações a necessidade de intensificar a mobilização, ampla maioria dos presentes (81%) aprovou paralisação de 24 horas no dia 23, com a realização de assembleia híbrida posteriormente para avaliação e discussão dos passos seguintes. Apenas 18% dos presentes aprovaram o indicativo da federação de greve por tempo indeterminado a parir do dia 23.

A assembleia foi marcada para dia 29 e o local ainda será definido.

Um minuto de silêncio 

A assembleia foi aberta com o pedido pela mesa de um minuto de silêncio pelo falecimento do companheiro Francisco de Paula, militante do movimento técnico-administrativo, representante TAE atuante no Consuni, que contribuiu para a luta e conquistas da categoria.

Urgência do Trabalho Externo

Diante da proximidade do retorno presencial previsto para 11 de abril foi abordado com ênfase a necessidade de uma ação de mobilização para que o Conselho Universitário aprove a proposta do GT-Consuni alternativa ao programa de gestão da IN 65. A proposta já foi encaminhada há algum tempo à Reitoria.

Como ficou acertado, o Sintufrj vai produzir cards (como esse que ilustra esse texto) com o fim de fortalecer o tema inserindo o debate e pressionando o colegiado para definir a questão.

 

 

Presidente da Câmara informou ainda que aguarda análise de dois partidos para colocar em votação proposta de combate às fake news

17/3/2022  

Lira voltou a cobrar uma resposta rápida da Petrobras sobre o preço dos combustíveis/ Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o projeto (PL 2564/20) que estabelece o piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras terá sua urgência votada pelo Plenário na próxima semana. Conforme a proposta, o valor mínimo inicial para os enfermeiros será de R$ 4.750, a ser pago nacionalmente pelos serviços de saúde públicos e privados.

Lira disse, após a reunião de líderes desta quinta-feira (17), que o mérito do texto será analisado apenas em abril. Segundo o presidente, foi estabelecido um cronograma de trabalho para que sejam encontradas as fontes de recursos para bancar esse aumento nas redes públicas e nos hospitais filantrópicos.

“Vamos conversar com o Senado, que votou [o projeto] e nos enviou. Ficamos aqui com uma proposta que gera impacto de R$ 16 bi a 18 bilhões e afeta muitas instituições e a vida dos que estão envolvidos”, explicou.

Combustíveis

Arthur Lira cobrou mais uma vez que a Petrobras reduza o preço dos combustíveis em razão da queda dos preços do petróleo e do dólar. De acordo com ele, é preciso que a estatal dê uma resposta rápida à população.

“Ela não pode ficar com sua política com valores defasados, mas, quando baixam o petróleo e o dólar, não recuar nos preços é uma incapacidade da Petrobras de dar uma resposta ao povo brasileiro”, criticou Lira.

Lira também destacou que a proposta (PL 1472/21) que cria um sistema de bandas de preços para limitar o reajuste dos derivados de petróleo e gás de cozinha (GLP) ao consumidor final vai ser discutida com calma e não vai entrar na pauta de forma urgente. Ele comentou que, por ser algo estruturante e a longo prazo, precisa ter tempo para ser discutido.

Fake news

Questionado sobre o projeto que estabelece regras para combater as fake news (PL 2630/20), Lira afirmou que aguarda a análise de dois partidos (MDB e PL) para colocar a proposta em votação no Plenário.

De acordo com o presidente, o projeto é prioridade do Parlamento. “É um assunto delicado, cheio de questões importantes; é importante ter uma legislação clara.”

Reportagem – Luiz Gustavo Xavier

Edição – Marcelo Oliveira

Fonte: Agência Câmara de Notícias

 

 

 

Atos contra despejos acontecem em dezenas de cidades brasileiras nesta quinta (17); acompanhe

Confira a lista dos protestos marcados que, sob o lema “Prorroga STF”, querem evitar a remoção de meio milhão de pessoas

Gabriela Moncau/Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 17 de Março de 2022

Se o STF não prolongar sua decisão, a partir de 31 de março 132.291 famílias podem ser removidas à força de suas casas – MTD PE

Faltando exatamente duas semanas para que, em 31 de março, acabe a vigência da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu as remoções forçadas durante a pandemia, as ruas são tomadas em todo o país nesta quinta-feira (17). 

Convocados pela Campanha Despejo Zero e por diversos movimentos populares, atos com o lema “Prorroga STF” acontecem nas cinco regiões do Brasil.  

O objetivo é evitar que cerca de meio milhão de pessoas sejam despejadas.  

Organizados em ao menos 21 cidades, protestos acontecem em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Salvador (BA), Maceió (AL), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Belém (PA), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), entre outras.  

Confira aqui a lista completa, os horários e locais.   

Em São Paulo, estado que concentra o maior número de famílias com o risco iminente de despejo – 42.499 de acordo com a Campanha Despejo Zero – uma carta aberta de movimentos foi publicada nesta quinta (17).  

“O lucro não pode estar acima da vida” 

“Somos famílias que, diante do desemprego, dos baixíssimos salários, da ausência de políticas públicas habitacionais e de segurança social, ocupamos prédios e terrenos que antes estavam vazios, ociosos e improdutivos”, narra a carta.  

“Construímos ali nossas casas, damos abrigo seguro às nossas crianças, plantamos para nos alimentar e temos agora, uma vez mais, nosso direito a ter um teto e uma casa ameaçados”.  

O texto é assinado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento Luta Popular, as Brigadas Populares, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a União de Movimentos de Moradia (UMM), a Central de Movimentos Populares (CMP), o Movimento de Lutas em Bairros, Vilas e Favelas (MLB), a Frente de Luta por Moradia (FLM), o Movimentos Unidos pela Habitação (MUHAB), o Movimento Sem Teto do Centro (MSTC), a Ocupação do Ouvidor 63 e a Federação das Associações Comerciais de SP.  

A carta convoca a sociedade civil a se engajar na solução de uma questão que, para os movimentos, diz respeito a todo mundo.  

O fato de centenas de milhares de pessoas no país estarem sob risco de perder a moradia no mesmo período escancara, de acordo com a carta, que o tema habitacional não é “pontual ou jurídico”, mas estrutural.  

 

 

16/3/2022 – Porta Geledes

Com o objetivo de dialogar com estudantes e profissionais da educação básica sobre as pedagogias das culturas juvenis urbanas, Geledés Instituto da Mulher Negra, apoiada pelo Itaú Educação e Trabalho, deu início ao projeto Pedagogias da Geração Hip-hop e Culturas Juvenis nas Escolas, que tem como objetivo reconhecer, valorizar e sistematizar os “modos de fazer, pensar e agir” elaboradas pela geração Hip-hop e pelas novas culturas juvenis no ambiente educacional, as quais podem contribuir para diminuir as desigualdades enfrentadas por crianças,  adolescentes e jovens em idade escolar.

Esta iniciativa se conecta com um projeto realizado pela instituição no período de 1992 a 1998 e que teve como foco específico a juventude negra – o Projeto Rappers, que consistiu em uma parceria pioneira entre uma ONG e artistas de rap por meio da articulação da agenda de Direitos Humanos a partir da ação cultural. Os ativistas de Hip-hop pertencentes a grupos de rap da cidade de São Paulo procuraram Geledés para denunciar a violência policial das quais eram vítimas, em razão das letras de suas músicas, que destacavam as condições de marginalização social, racismo, preconceitos e violências a que estavam (e estão) expostos os jovens negros Como resultado, eram retirados dos palcos em que se apresentavam, em desrespeito ao direito de liberdade de expressão. O Projeto Rappers ofereceu formação sobre as agendas de raça e gênero para ativistas do movimento hip-hop, orientação jurídica para a garantia do direito de ocupação de espaços públicos e estratégias para atuação e incidência nos espaços de tomada de decisão. Além disso, possibilitou a realização de importantes eventos culturais e a elaboração da primeira revista de Hip-hop do país, a “Pode Crê“, que trazia informações sobre a cena cultural e temas de interesse da juventude negra, pobre e periférica.

Aliar a educação, o combate à violência e o racismo sempre foi central na atuação de praticantes da cultura Hip-hop. Consideramos que a geração Hip-hop tem muito a ensinar e contribuir, principalmente para reduzir os índices de desigualdades na educação e propor metodologias que contemplem e agreguem adolescentes e jovens em suas diversidades e diferenças. Da mesma forma, esse movimento coloca em evidência a importância que as culturas juvenis têm no processo educacional.

Apresentamos abaixo alguns dados que justificam a importância desse projeto:

O Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, realizado pelo Fórum de Segurança Pública, aponta que 80% dos jovens assassinados de 15 a 29 anos no Brasil entre 2016 e 2020 são negros;

No Ensino Fundamental, embora as taxas de matrícula sejam equivalentes para negros (97,7%) e brancos (98,3%), no 5 º ano apenas 51% dos negros apresentam proficiência em língua portuguesa, enquanto para os brancos este indicador é de 70% (“Anuário Brasileiro da Educação Básica”, 2019);

No Ensino Médio as disparidades de frequência escolar voltam a aparecer: a) em 2018 apenas 64,3% dos adolescentes de 15 a 17 anos estavam matriculados no Ensino Médio, enquanto 75,4% dos brancos do mesmo grupo de idade frequentavam este nível de ensino; b) apenas 55% dos jovens negros de até 19 anos haviam concluído o Ensino Médio, enquanto 73,7% dos brancos na mesma faixa etária tinham finalizado este nível de ensino (“Anuário Brasileiro da Educação Básica”, 2019).

As diferentes gerações do Hip-hop, provocada pelas temáticas que esse movimento traz para o debate público, estas que envolvem reflexões sobre a história, leituras críticas da realidade e construção de projetos/novas expectativas de vida, extrapolaram os limites colocados por uma sociedade excludente e hoje vêm produzindo/articulando conhecimentos que podem contribuir para as diferentes áreas de conhecimento, como história, geografia, física, química, letramento, matemática, sociologia, artes etc. Isto porque praticar os elementos da cultura Hip-hop exige cálculo, habilidade, segurança, reflexão, leitura e desenvolvimento de técnicas.

A produção do rap envolve a observação e leitura sociohistórica, tecnologia de produção e programação musical com samplings e colagens musicais, além de uma escrita que conecta cenário, análise crítica e perspectivas sobre o problema abordado; já o graffiti é, ao mesmo tempo, um domínio de traços, cores e química e a elevação de identidades marginalizadas e suas ideologias projetadas nas paredes das cidades; o breaking, por sua vez, hoje inserido nos jogos olímpicos mundiais, exige conhecimento sobre o corpo, noção de espaço, interpretação da performance do grupo ou do sujeito rival, respostas criativas e comunicação corporal. Em síntese, não seria exagero afirmar que a prática do hip-hop também é ciência e pedagogia. 

Nesse sentido, visto que o Brasil já produziu diferentes gerações da cultura hip-hop e, hoje, tem grandes artistas projetados na esfera pública que influenciam e inspiram as novas gerações de adolescentes e jovens das periferias brasileiras, propomos, neste projeto, um exercício de sistematização das práticas protagonizadas pela geração Hip-hop e uma pesquisa sobre as culturas juvenis em cena no ambiente escolar que podem auxiliar as estratégias pedagógicas de profissionais da educação.

É importante também ressaltar que a cultura Hip-hop produz hoje o estilo musical mais ouvido no mundo, o rap, ocupa grandes galerias de arte com o graffiti, e a partir de 2024 estará nos Jogos Olímpicos Mundiais com a inserção do breaking como categoria esportiva. Como movimento que sofreu diferentes formas de cerceamento e perseguição política nas últimas décadas, o atual cenário demonstra o reconhecimento e dá dimensão de seu impacto social nas periferias do Brasil e do mundo.

Buscando valorizar e registrar as pedagogias da geração Hip-hop, o projeto constituirá um grupo de trabalho de ativistas do Hip-hop que atuam como educadores e, por meio  de pesquisa participativa, produzirão o levantamento de materiais sobre Hip-hop e Educação; realizará a identificação e sistematização das pedagogias da cultura Hip-hop; e mapeará outras expressões culturais juvenis que estão no espaço escolar, em diálogo ou como decorrência do hip-hop, a exemplo das batalhas de rima, slam, funk, games, entre outras expressões. A pesquisa sobre hip-hop e educação contará com a parceria do Arquivo Brasileiro de Hip-hop (AEL-UNICAMP).

A iniciativa tem por objetivo contribuir com a construção de novos diálogos e parcerias que possibilitem a introdução das pedagogias do Hip-hop na formação de professores da educação básica, assim como fortalecer as culturas juvenis em espaços escolares. Ao final do projeto, apresentaremos um material de referência das ações desenvolvidas para que sejam replicadas em outras localidades, como forma de contribuir com reflexões e ações sobre a escola e o seu papel como um espaço democrático que valoriza as diferentes vozes e formas de vivenciar o mundo.

Todas as etapas do projeto e seus resultados serão apresentados em seminários formativos voltados à comunidade escolar, além de disponibilizados na área de educação do Portal Geledés.