Há duas semanas, pastor Gilmar Santos, alvo da PGR e da PF, investiu R$ 450 mil em negócios; filha trabalha na Câmara

Eduardo Barretto-25/3/2022 

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A mulher e uma filha do pastor Gilmar Santos, investigado por cobrar propina para destravar recursos no Ministério da Educação, receberam cerca de R$ 10 mil em auxílio emergencial do governo federal até o ano passado. Há duas semanas, o pastor investiu R$ 450 mil para fundar uma faculdade e uma editora.

Filha do pastor, Quézia dos Santos obteve R$ 5,2 mil de auxílio do governo federal, entre abril de 2020 até julho de 2021. Desde junho do ano passado, Quézia tem um cargo de confiança na Câmara dos Deputados e recebe R$ 4,2 mil mensais, como mostrou o repórter Bruno Abbud. Ela foi nomeada no gabinete do deputado João Campos, do Republicanos de Goiás, integrante da bancada evangélica e próximo a Gilmar Santos.

A pastora Raimunda dos Santos, casada com Gilmar, recebeu R$ 4.650 de auxílio durante a pandemia, de junho de 2020 até outubro do ano passado. Uma das exigências para obter o socorro financeiro do governo federal é ter uma renda familiar mensal de até R$ 3,3 mil.

No início deste mês, Gilmar Santos investiu R$ 450 mil para criar uma faculdade e uma editora em Goiás, como informaram os repórteres Dimitrius Dantas e Daniel Gullino. Apesar do pagamento, o líder religioso deve R$ 204 mil à União.

Atualmente, Gilmar Santos é investigado na PGR e na PF por pedir propina para vender facilidades no Ministério da Educação, comandado pelo pastor Milton Ribeiro. Um prefeito acusou Santos de pedir o dinheiro ilegal por meio de venda de Bíblias.

 

 

Com músicas e intervenção artística, movimento protesta contra caso que ficou conhecido como “Bolsolão do MEC”

Paulo Motoryn- Brasil de Fato | Brasília (DF) | 25 de Março de 2022 

Intervenção do MST em Brasília teve militantes fantasiados de ministro da Educação e presidente da República, com referências a propina – Matheus Alves/MST

Militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram um protesto em frente ao Ministério da Educação, em Brasília (DF), na manhã desta sexta-feira (25).

A ação denunciou a existência de um “gabinete paralelo” no Ministério da Educação, formado por pastores lobistas próximos ao ministro Milton Ribeiro e ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em comunicado, o movimento afirma que o caso que ficou conhecido como Bolsolão do MEC “evidencia como o Ministério da Educação se tornou um balcão de negócios voltado a atender os interesses escusos do governo”.

“Enquanto isso, diversas políticas públicas são desmontadas, como é, por exemplo, o caso do Programa Nacional de Educação da Reforma Agrária (Pronera)”, afirma o MST, em nota divulgada à imprensa logo após a ação.

Com os corpos pintados de tinta dourada, os militantes protestaram contra Ribeiro e Bolsonaro. “Ei, você aí, me dá propina aí, um quilo de ouro aí”, cantaram os integrantes do grupo.