Ato Público na rua marca os 58 anos de golpe Militar no Brasil

Compartilhar:

Nesta próxima sexta-feira (01 de abril), a partir das 16h acontece o Ato Público “Ditadura Nunca mais”, na av. Rio Branco – em frente à Estação Carioca, no centro do Rio de Janeiro. O ato é iniciativa de entidades que lutam por memória, verdade, justiça e reparação. O Objetivo da ação é cobrar por justiça, para que todos os torturadores da ditadura militar sejam punidos. Há 58 anos, soldados comandados pelo general Mourão Filho, num ato de traição ao Presidente João Goulart, marcharam em direção ao Rio de Janeiro, iniciando o golpe militar que durou duas décadas no Brasil.

“Ditadura Nunca Mais, por memória, verdade, justiça e reparação. Punição a todos os assassinos e torturadores. Não esqueceremos jamais. Num momento político delicado de nosso país, quando em muitas instâncias de poder, e mesmo em parcelas da nossa sociedade, impera a cultura do ódio, da violência, da intolerância, da exclusão e do medo, as entidades e coletivos comprometidos com a verdade, justiça e reparação voltam às ruas para clamar por ‘Ditadura nunca mais’ e por ‘Reinterpreta Já STF’. Parem de matar a nossa juventude negra nas favelas e fora Bolsonaro”, diz Orlando Guilhon do Coletivo Fernando Santa Cruz. 

De acordo com o levantamento do Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada, o Brasil tem recorde de 30% dos desempregados em busca de trabalho há mais de 2 anos. É o maior percentual desde 2012, ano em que a pesquisa iniciou.

Até agora, a desastrada gestão pública de enfrentamento da Covid-19, cercada de deúncias de corrupção e descaso já chegou ao absurdo número de 660 mil vidas perdidas. Hoje, como ontem, o povo reage nas redes, nas ruas, nas instituições! Basta de Genocídio! Vamos juntos firmar nossos direitos! Ditadura nunca mais!”, conclui os organizadores do ato. 

A Ditadura militar aconteceu por 21 anos, teve início em 1964, com um golpe militar que destituiu da presidência o então presidente João Goulart. A ditadura impôs ao povo brasileiro um regime autoritário, baseado na repressão, medo, terror e ódio. Com isso, órgãos como: imprensa, manifestação artística e culturais foram censurados. Lideranças foram mortas e outros ficaram desaparecidos. 

Com o governo Bolsonaro, desde 2018, algumas dessas situações voltaram à tona, como por exemplo, a tentativa de calar a imprensa e as lideranças comunitárias, cerceando a liberdade de expressão no país. Já são inúmeras tentativas de censurar a imprensa e manifestações culturais desde as formas mais sutis, como o corte de verba para determinados setores, como com ações mais violentas. Soma-se a isso o ataque a direitos dos trabalhadores, da ciência e política. 

O governo Bolsonaro, atravessou a pandemia, e se revelou um governo negacionista, contra a ciência. Em agosto de 2020, ano do início da pandemia da covid-19, Jair Bolsonaro, zombou da ciência negando a epidemia que, para ele, se tratava de uma gripezinha. Depois, incentivou o uso do kit para tratamento precoce, contra todas as afirmações de sua eficácia divulgadas por todas as entidades da saúde e culminou em insitir junto a seus apoiadores que a eficácia do uso da máscara é praticamente zero. Na ocasião, o Congresso derrubou o veto de Bolsonaro e votou pelo  uso obrigatório da máscara e obrigatório em áreas públicas em todo o território nacional.

Antes, logo no início do seu governo, Bolsonaro já dava o tom das perseguições e de suas atitudes de um poklítico de direita, ao enaltecer um torturador. Em 2019, Bolsonaro classificou como herói o coronel Brilhante Ustra, torturador que chefiou o DOI-Codi, divisão de repressão e inteligência da ditadura, entre 1970 e 1974. Ustra foi o primeiro militar condenado por crimes cometidos durante o regime. 

Diversas lideranças políticas e comunitárias estão divulgando o ato desta sexta-feira e convocando a todos e todas para a manifestação, na avenida Rio Branco, em frente ao Largo da Carioca, às 16h, no Centro do Rio de Janeiro.

 

 

 

COMENTÁRIOS