Cesta básica mais cara

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Salário mínimo para suprir necessidades da família deveria ser quase cinco vezes maior

A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgada nesta quarta-feira, 9, mostra que, em fevereiro, o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em todas as capitais onde o Dieese realiza mensalmente a pesquisa. 

As altas mais expressivas ocorreram em Porto Alegre (3,40%), Campo Grande (2,78%), Goiânia (2,59%) e Curitiba (2,57%). São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou o maior custo (R$ 715,65), seguida por Florianópolis (R$ 707,56), Rio de Janeiro (R$ 697,37), Porto Alegre (R$ 695,91) e Vitória (R$ 682,54). 

A comparação do valor da cesta em 12 meses, entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2021, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preços, com variações que oscilaram entre 10%, em Porto Alegre, e 23%, em Campo Grande. 

Com base na cesta mais cara, que, em fevereiro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. 

Em fevereiro de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.012,18, ou 4,96 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. 

Cesta x salário mínimo 

Em fevereiro de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 114 horas e 11 minutos, maior do que o registrado em janeiro, de 112 horas e 20 minutos. 

O preço do feijão aumentou em todas as capitais. Para o tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, as altas oscilaram entre 1,81%, em Natal, a 10,14%, em Belo Horizonte. 

Já o preço do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, apresentou taxas entre 1,20%, em Vitória, e 7,25%, no Rio de Janeiro. 

Em fevereiro de 2022, o preço do quilo do café em pó subiu em 16 capitais, exceto em São Paulo, onde houve redução de -3,86%. 

A batata, pesquisada no Centro-Sul, apresentou elevação de preços em todas as 10 cidades, em fevereiro. As maiores altas foram registradas em Campo Grande (48,40%), Vitória (36,47%), Brasília (31,77%), Goiânia (31,69%) e Curitiba (30,08%). As chuvas reduziram a oferta do tubérculo e elevaram os valores no varejo. 

A carne bovina de primeira teve o preço elevado em 14 capitais. Os principais aumentos ocorreram em Aracaju (4,75%), Brasília (3,69%), Salvador (3,37%) e Belém (3,20%). As reduções foram observadas em Recife (-3,84%), Vitória (-1,43%) e São Paulo (-0,58%). 

No Rio de Janeiro 

Em fevereiro de 2022, a cesta básica na capital fluminense apresentou alta de 0,66%, na comparação com janeiro de 2022, e custou R$ 697,37, o terceiro maior valor entre as 17 cidades onde o DIEESE realiza a pesquisa. 

Em 12 meses, o percentual de aumento do conjunto de alimentos básicos foi de 10,73%. 

Entre janeiro e fevereiro, 10 produtos tiveram alta acumulada de preço: batata (17,91%), feijão preto (7,25%), farinha de trigo (4,63%), manteiga (3,04%), pão francês (1,38%), Carne bovina de primeira (1,11%), óleo de soja (1,03%), açúcar refinado (0,89%), café em pó (0,81%) e leite integral (0,73%). 

Em fevereiro de 2022, o trabalhador carioca remunerado pelo salário mínimo comprometeu 126 horas e 35 minutos da jornada mensal para adquirir os gêneros essenciais. Em janeiro, o tempo de trabalho necessário ficou em 125 horas e 46 minutos e, em fevereiro de 2021, em 125 horas e 58 minutos.

 

 

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