Ele morreu aos 88 anos, sendo 65 de atuação como ator profissional

Redação Rede Brasil Atual

O ator Milton Gonçalves morreu nesta segunda-feira (30), aos 88 anos, após complicações decorrentes de um AVC sofrido em 2020. Sua carreira abrange 65 anos como ator profissional, desde a estreia, em 1957, no Teatro de Arena (na peça Ratos e Homens, de John Steinbeck). Mas sua trajetória artística inclui filmes e mais de 40 novelas, desde que passou a fazer parte do elenco da Globo, nos anos 1960. O velório está previsto para amanhã, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

São vários trabalhos marcantes na TV. Como O Bem-Amado, de 1973, em que ele protagoniza uma das cenas mais lembradas, a do voo de Zelão das Asas, seu personagem. Atuou ainda em Pecado Capital (1975) e Sinhá Moça (1986), além das primeiras versões da série A Grande Família (1972) e da novela Irmãos Coragem (1970). A última novela de que participou foi O tempo não para (2018), interpretando um catador de material reciclável.

Filho de trabalhadores rurais, Milton nasceu em Monte Santo, interior de Minas Gerais, e foi pequeno com a família para São Paulo. Fez um pouco de tudo – alfaiate, gráfico, aprendiz de sapateiro –, até entrar para o teatro e descobrir sua vocação para toda a vida. Viúvo, ele deixa três filhos e dois netos.

Política e futebol

No cinema, um dos papéis marcantes foi o do operário Bráulio em Eles não usam black-tie, de 1981, dirigido por Leon Hirszman. O elenco tinha ainda, entre outros Gianfrancesco Guarnieri (autor da peça original), Fernanda Montenegro, Bete Mendes, Carlos Alberto Riccelli e Francisco Milani. Ele fez também um homossexual no filme A Rainha Diaba (1974), com direção de Antonio Carlos da Fontoura..

Milton também sempre procurou defender e abrir espaço para atores negros. Na política, depois de se aproximar do PCB quando jovem, chegou a ser candidato a governador do Rio pelo PMDB em 1994. Teve 278 mil votos. Também tentou ser vice-presidente do Flamengo, seu time do coração.

Líderes dos partidos de oposição e da base fizeram acordo para retirada de pauta dos requerimentos de audiência pública e a não apreciação da PEC

Líderes dos partidos de oposição e da base fizeram acordo para retirada de pauta dos requerimentos de audiência pública e a não apreciação da PEC

Os líderes dos partidos políticos acertaram a retirada de pauta dos requerimentos de audiência pública e a não apreciação da PEC enquanto não houver discussão com a sociedade civil, segundo a agência Globo. Na prática, a medida emperra o avanço do tema na Câmara e faz com que não haja perspectiva de que a PEC seja votada na comissão.

Deputados da oposição comemoraram a retirada da proposta. “Nossa luta em defesa da educação resultou em vitória”, escreveu a deputada Maria do Rosário (PT-RS).

“Acordo bom é quando concorda a base de oposição e do governo. Há uma unanimidade na CCJ pela retirada de pauta daPEC 206 e também de todos requerimentos. A audiência pública só volta em outro momento. E vossa excelência liderou esse acordo”, afirmou o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA).

A PEC de autoria do deputado General Peternelli (União-SP) propõe que cursos em universidades públicas sejam gratuitos somente para alunos que comprovem não ter recursos financeiros. A proposta estabelece ainda que o Ministério da Educação (MEC) deve definir faixas de valores mínimos e máximos para cada curso. Segundo a PEC, pode haver diferentes faixas de valores de acordo com a região do país.

O texto recebeu parecer favorável do relator do tema na CCJ, deputado Kim Kataguiri (União-SP), que também é presidente da Comissão de Educação. Na semana passada, a PEC gerou polêmica na CCJ e acabou saindo de pauta já que Kataguiri estava convenientemente de licença médica. (por BRASIL 247)

POR BRASIL DE FATO

Medida do governo Bolsonaro não ajuda consumidor que vai continuar pagando caro pelos produtos. Os beneficiados serão o importador, ou o comércio que vão aumentar suas margens de lucro, diz Dieese

Em mais uma ação eleitoreira, o governo de Jair Bolsonaro (PL) anunciou que vai diminuir em 10% a taxa de importação de diversos produtos, inclusive alimentos, como o feijão, o arroz e a carne, mas medida não ajuda o consumidor que vai continuar pagando caro pelos produtos. Os maiores beneficiados serão o importador, ou o comércio que vão aumentar suas margens de lucro, afirma o diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fausto Augusto Junior.

O anúncio da redução das tarifas de importação, que terá validade desta quarta-feira (1º) até 31 de dezembro de 2023, veio no momento em que as pesquisas eleitorais indicam que a crise econômica e a disparada da inflação estão entre as maiores críticas que os brasileiros fazem ao desgoverno Bolsonaro, que deve perder a corrida pela reeleição para o ex-presidente Lula (PT) já no primeiro turno, de acordo com o Datafolha.

O problema para os planos de Bolsonaro é que as  taxas menores de importação desses produtos (veja abaixo) não vão beneficiar os brasileiros com preços menores, ressalta Fausto Augusto Junior.

Para ele, o governo Bolsonaro está perdido em relação ao combate à inflação e “atira para todos os lados”, ao invés de garantir o funcionamento da máquina que poderia conter a escalada de preços.

“O governo desmontou todas as estruturas de silagem, de estoque reguladores de grãos, de arroz, feijão e não construiu nenhuma alternativa para a agricultura familiar, responsável por 70% do que o brasileiro põe à mesa, e a carne, somos o maior exportador do mundo. Um dos poucos produtos que pode baixar de preço é o trigo, que somos dependentes de importação”, afirma o diretor-técnico do Dieese.

Segundo ele, enquanto o governo não mexer na política de Preço de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras, que impacta nos aumentos do diesel, utilizado no transporte e na agricultura, a inflação vai continuar em alta.

Redução de imposto causa instabilidade na cadeia de produção

Segundo Fausto Augusto, a decisão vai impactar na política de preços por um longo tempo, embora o governo tenha estabelecido o prazo de redução de impostos até dezembro de 2023. Ele explica que os contratos agrícolas normalmente têm prazos mais alongados, que a safra do ano que vem é comprada este ano, e é o produtor que decide se vai vender no mercado interno ou externo.

“O açúcar, por exemplo, quem dita a política de preço mundial é o Brasil que é o maior produtor. Toda política de importação compromete os anos seguintes por que o produtor vai pensar na safra seguinte, quais preços serão definidos no novo mercado. A importação acaba em curto prazo num ajuste de preço, mas pode comprometer a própria produção”, afirma Fausto.

Para o diretor-técnico do Dieese, há outra incoerência do governo que deve perder em arrecadação cerca de R$ 3,7 bilhões com a redução em 10% das taxas de importação, enquanto corta R$ 8,2 bilhões do orçamento para manter o teto de gastos públicos que congelou os investimentos federais até 2036. Esse é o segundo bloqueio no orçamento de 2022. O primeiro, realizado em março deste ano, foi de R$ 1,72 bilhão.

“Bolsonaro quer manter o limite de investimentos com o teto de gastos, mas ao mesmo tempo compromete as contas públicas reduzindo a arrecadação de impostos. Não há coerência nisso”, conclui Fausto Augusto.

Produtos com taxas de importação reduzidos

A decisão da redução de impostos foi tomada em reunião extraordinária da Câmara de Comércio Exterior (Camex), ligada ao Ministério da Economia, e alcança cerca de 87% do universo tarifário do país, com 6.195 códigos de produtos.

Os produtos que terão taxas de importação reduzidas em 10% são: feijão, carne, massas, biscoitos, arroz e materiais de construção.

Em 11 de maio, o governo já tinha feito outra redução. Da lista fazem parte as carnes desossadas de bovinos (sujeito até então a uma tarifa de 10,8%), pedaços de frango (9%), farinha de trigo (10,8%), trigo (9%), milho em grãos (7,2%), bolachas e biscoitos (16,2%) e outros produtos de padaria e pastelaria (16,2%).

De acordo com o governo 1.387 códigos de produtos ficarão fora da medida e não terão tarifas reduzidas. Entre eles, estão têxteis, calçados, brinquedos, lácteos e alguns itens do setor automotivo.

NALU VACCARIN / MGIORA

por CUT NACIONAL

Entidades da categoria se reúnem para pedir reposição emergencial de perdas salariais

Brasil de Fato – Entidades que representam os servidores públicos federais realizam um ato em Brasília, a partir das 9h desta terça-feira (31), reivindicando reajuste emergencial de 19,99%. O índice é baseado na reposição das perdas salariais de 2019, 2020 e 2021, mas o governo até agora acenou apenas com a possibilidade de um reajuste de 5%. A concentração será no Espaço do Servidor, entre os blocos C e D da Esplanada dos Ministérios.

Por ser um ano eleitoral, a data limite para sanção da lei concessiva de qualquer tipo de reajuste para o funcionalismo público vai até 180 dias antes do final do mandato do presidente da República, ou seja, até 4 de julho.

De acordo com a Confederação Nacional dos Servidores Públicos (Condsef), o objetivo do ato também é denunciar o desmonte do serviço público. A entidade aponta que, quando Bolsonaro assumiu seu mandato, o Brasil tinha 675 mil servidores e hoje conta com 501 mil.

“O governo federal faz uma reforma silenciosa, ao não realizar concursos públicos e não oferecer reajustes que a categoria tem direito. A contrário, se preocupa apenas em dar reajustes aos militares, base de apoio de Bolsonaro”, pontua Sergio Ronaldo da Silva, coordenador-geral do Condsef, ao site da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Sem diálogo com o governo

O calendário de atividades da categoria nesta terça inclui uma audiência pública com com parlamentares da liderança da Minoria, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, às 14h. Na semana passada, dirigentes sindicais participaram de outra audiência, realizada na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Casa, para discutir a situação do funcionalismo público.

O presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), Rudinei Marques, criticou a falta de diálogo por parte do governo federal. “Não temos uma mesa de negociação, estamos no meio da pandemia, mas queremos uma palavra firme que diga qual é a política salarial do governo. Até agora não sabemos”, disse.

Na reunião, a economista Mariel Angeli, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ressaltou que no governo Bolsonaro os salários da maioria dos servidores não tiveram correção. Embora a realidade para os servidores de uma forma geral seja o arrocho, a regra teve exceções. “Todos esses anos os militares tiveram reajuste, mas em 2019, sob o governo Bolsonaro, com a reestruturação de carreira, e por terem ficado de fora da reforma da Previdência, eles ganharam muito mais do que qualquer servidor civil”, destaca o coordenador-geral da Condsef à página da CUT.

Reajustes dos militares

JORNADA. Servidores de todo país têm participado de uma sucessão de manifestações em Brasília no curso da campanha salarial contra um governo Bolsonaro insensível