Estudantes protestam em defesa dos terceirizados

Compartilhar:

Manifestação dos estudantes no Conselho Universitário (Consuni) e piquete em frente ao Instituto de Filosofia e Ciências sociais (IFCS), no Largo de São Francisco, marcaram a manhã de protestos, nesta quinta-feira, dia 27, contra o atraso dos salários de parte dos trabalhadores terceirizados na UFRJ. De acordo com a Associação dos Trabalhadores Terceirizados (Attufrj), a empresa é a Sá Construções.

As estudantes Mariana Maia e Julia Vilhena expuseram no Consuni a situação dos terceirizados na universidade. Até o dia anterior, os trabalhadores no IFCS não haviam recebido o pagamento pelo mês trabalhado. Já os do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) e do Ladetec só foram pagos há uma semana e isso só ocorreu depois da mobilização da  associação, com o apoio do Sintufrj e do DCE Mário Prata.

Sem comida

“O lixo está sendo recolhido, os banheiros estão limpos, mas as pessoas que fazem esse trabalho não têm o que comer”, denunciou Julia Vilhena. Ela contou que o DCE fez uma assembleia e alguns desses terceirizados até choraram por não ter dinheiro para pôr comida em casa e pagar contas. Naquele momento, segundo a representante estudantil, alunos e terceirizados faziam piquete para impedir a entrada no IFCS. “Só vão deixar entrar quando pagarem os trabalhadores”, disse.

Explicação

A reitora Denise Pires de Carvalho explicou que o atraso dos salários estava ocorrendo devido a “transição contratual entre empresas”, e que lamentava muito pelas dificuldades dos trabalhadores. Mas que a Reitoria havia deixado de pagar as concessionárias (de água e luz) para não ter que dispensar terceirizados.

Já o pró-reitor de Gestão e Governança, André Esteves, disse que “a mobilização de trabalhadores e estudantes estimula iniciativas para aprimorar essa transição”. Segundo ele, as empresas têm obrigação legal de suportar atraso no pagamento por parte da instituição de até dois meses.

Piquete e aula pública

A coordenadora do DCE Mário Prata e do Centro Acadêmico de História, Dulce Silva, informou que o piquete no IFCS começou às 5h30 da manhã daquela quinta-feira. Segundo a estudante, um dia antes conversaram com os diretores dos Institutos de Filosofia e História (IH) sobre a paralisação, e cobraram um posicionamento da Pró-Reitoria de Gestão e Governança (PR-6) e da empresa Sá Construções.

A mobilização constou também de aula pública com professores do IFCS e do IH sobre a precarização do trabalho e da vida. E ainda estava prevista uma aula sobre racismo e mudanças no mundo do trabalho, e apresentação artística.

“Nossa esperança é que até hoje (quinta-feira, 27) a empresa efetive o pagamento dos trabalhadores. O piquete vai continuar até que isso aconteça”, adiantou a líder estudantil.

Nome social é um direito!

Representantes de vários Centros Acadêmicos e do DCE Mário Prata se mobilizaram para reivindicar da Reitoria, na sessão do conselho Universitário desta quinta-feira, 27, que os nomes sociais dos alunos e alunas da UFRJ constem das listagens estudantis que vão para as salas de aula e dos processos eleitorais.

A listagem enviada para a eleição do Centro Acadêmico da Escola de Serviço Social ignorou o nome social registrado na UFRJ.

COMENTÁRIOS