Educação Infantil em busca de um destino

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Trabalhadores da EEI levam reivindicação de retorno ao Fundão ao reitor em exercício. Terceirizados sem salário

Os trabalhadores da Escola da Educação Infantil (EEI) do Colégio de Aplicação se reuniram em frente ao auditório onde se realizou sessão do Conselho Universitário, no Parque Tecnológico, nesta quinta-feira, 23, para apresentar à Reitoria e à comunidade apelo eloquente por uma solução para a dramática situação em que se encontram. Estavam lá também trabalhadores terceirizados da EEI com situação indefinida; alguns, sem salário.

Eles contaram com apoio do Sintufrj. Estavam lá o coordenador-geral Esteban Crescente, a coordenadora Marly Rodrigues (Coordenação de Políticas Sociais), Ana Célia (de Aposentados e Pensionistas, também do Consuni), Edmilson Pereira (de Educação, Cultura e Formação Sindical), o apoiador da gestão, Francisco de Assis e do representante técnico-administrativo do Consuni, Roberto Gambine.

O reitor em exercício Carlos Frederico Leão Rocha informou medidas que a Administração vem adotando para o caso que, segundo ele, é prioridade, como o aluguel de um prédio provisório.

Eles resumiram para o reitor, o conteúdo do documento que entregaram com um relato da situação e suas reivindicações. Em meados de fevereiro, laudo do Escritório Técnico Universitário demonstrou a deterioração da edificação, agravada pelas chuvas intensas e recomendou a suspensão das atividades na sede da Escola de Educação Infantil no IPPMG, no Fundão, até que ofereça condições de segurança. Abruptamente, tudo foi transferido, para a sede Lagoa do CAP, onde professores e técnicos administrativos passariam a exercer suas atividades.

Ainda hoje, lá, eles não têm local certo para ficar. Quatro turmas com 15 crianças cada (entre 2 e 5 anos) foram reunidas em duas salas. Mas ao invés do horário integral, ficam só até 12h, porque não há almoço no CAP. Portanto, uma mudança repentina na vida de todos os envolvidos.

Assim, eles reivindicam enfaticamente a recuperação do espaço no IPPMG e, até lá, um espaço provisório, mas no Fundão. “Sabemos que a Cidade Universitária conta com um amplo espaço e alguns deles seriam adaptáveis para nos receber enquanto a reforma não se finda. No entanto, caso não haja possibilidade, solicitamos a urgente locação de espaço próximo à sede, no Fundão”, pedem.

O documento aponta que mais da metade das crianças matriculadas não estão conseguindo frequentar o Colégio pela dificuldade de deslocamento. Em sua maioria famílias pobres e negras, cujas crianças precisam atravessar a cidade para estarem na escola por apenas meio período.

O que disse o reitor em exercício

Carlos Frederico Leão Rocha avalia que esta é uma questão social que envolve também as famílias das crianças que sofrem pela falta do regime integral. A Reitoria está estudando o aluguel de uma edificação (talvez um prédio na Tijuca, próximo ao metrô), mas que são necessários vários passos até a viabilização. Em simultâneo, solicitou vistoria para preparação de espaço no Polo de Biotecnologia (antiga Bio-Rio), cuja reforma não teria a proporção da necessária no prédio do IPPMG.

“A ideia é ficar seis meses ou um ano neste prédio alugado, e depois ir para este espaço (Bio-Rio) até ter uma sede definitiva para vocês. Esses são os passos que estamos seguindo”, informou.

Dentro da comissão

Os trabalhadores pedem também participação do corpo técnico da EEI e das famílias na comissão que organiza a locação e a obra da sede Fundão (até aqui com representantes da Reitoria, do ETU, direção Geral e direção de Ensino da sede Fundão).

Mudança também atinge terceirizados

Os trabalhadores terceirizados – de serviços de cozinha e limpeza – também estavam lá, reivindicando a regularização de sua situação. Embora se revezem durante a semana para limpeza da sede fechada, querem saber para onde vão agora. Para piorar, uma das empresas terceirizadas não pagou o salário de março e vale alimentação de seus sete trabalhadores (de limpeza), alegando que a UFRJ não realizou pagamento.

Rodrigo Gama, superintendente geral de Gestão da Pró-Reitoria de Gestão e Governança (PR-6), propôs uma reunião com fiscais de contrato da EEI para verificar a situação dos contratos com as empresas (são quatro diferentes) dos trabalhadores. Será na sexta-feira, às 10h, na PR-6.

 

Eles querem no Fundão

Marly lembrou que o Sintufrj está acompanhando as reuniões no CAP e constatando a dificuldade que os trabalhadores estão enfrentando no seu dia a dia, seja por conta do deslocamento, seja por falta de estrutura. E reiterou o desejo do grupo de retornar ao Fundão. “Mudou tudo, na vida das trabalhadoras, das crianças e dos pais”, apontou.

Francisco de Assis apontou a importância da representação do coletivo na comissão que vem trabalhando na busca pelo novo local. O reitor em exercício concordou com a participação como ouvintes e pediu que os trabalhadores enviassem ao gabinete as demandas e a indicação dos nomes.

“O objetivo é o Fundão, seja para trabalhadores ou familiares. Nem mesmo a Tijuca atende a necessidade da comunidade da Educação Infantil. Sair de um destino para outro, distante, mesmo a Tijuca, mexe com o deslocamento, não é viável. A ida para a Bio-Rio seria mais adequada”, ponderou uma trabalhadora com mais de 40 anos de EEI, na manifestação que contou com apoio inclusive de ex-funcionários.

SERVIDORES DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL cobram providências a reitor em exercício acompanhados de dirigentes do Sintufrj
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