O spoiler sobre o final de mais uma temporada da série “UFRJ não cabe em seu orçamento”, foi do decano do CFCH Vantuil Pereira, no Consuni desta quinta-feira, dia 10. Ele disse o seguinte: “O final do ano aqui nos promete fortes emoções”. Mas ele mesmo sabe que, além de nada boa, esta não é nenhuma novidade. E argumenta: “Não dá pra gente normalizar o que a gente vê”. Ele se referia a quantidade de “linhas vermelhas” no quadro apresentado pela Pró-Reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças no dia 7 com o propósito de atualizar a comunidade universitária..

O quadro mostra como as despesas contratadas ultrapassam o limite do orçamento.

Não dá para normalizar

“É uma situação bastante preocupante. Não dá para normalizar e achar que isso é normal”, alerta, argumentando que, se o quadro está assim, e considerando que, o que não se puder pagar esse ano, tem que ser pago no início do outro ano, não apenas o orçamento de 2024 estará comprometido, mas também o de 2025 se não houver nenhuma alteração da gravíssima situação atual.

“ A posição que poderia se adotar é a gente antecipar, por exemplo, posicionamentos. Acho que é preciso deixar a comunidade esclarecida, mas não só o quadro apresentado pela PR3. É preciso colocar isso para a comunidade. Os riscos e, sobretudo, atuar de uma forma para além do pedido ao governo federal, se antecipando. Porque, o que está desenhado, pode colocar em risco o funcionamento real da Universidade, pagamento de contratos de limpeza, segurança, que coloca a gente numa situação bastante delicada”, apontou Vantuil.

Um dos efeitos dos contingenciamentos dos recursos foi o recolhimento do orçamento participativo, o que gerou muitas questões. O  pró-reitor Helios Malebranche sugeriu uma reunião extraordinária da Coaf no dia 15 a respeito.

“Nós estamos permanentemente demandando suplementação orçamentária para o MEC. Na verdade, a suplementação não é o nosso caminho, o ideal é que, tenho sempre dito aqui, nós temos que rever realmente o orçamento da universidade, porque ele é baseado na matriz Andifes, que nos desfavorece pesadamente”, pondera. Segundo ele, a matriz trata basicamente de alunos, principalmente da graduação e da pós-graduação estrito senso. Não contempla, por exemplo, hospitais ou a Extensão. E isso é um problema para a gente”, diz ele, explicando que a UFRJ desenvolve muitas atividades de extensão e tem diversos hospitais que demandam recursos.

Sem resposta

“Nós temos um problema grave, fizemos já quatro demandas por suplementação, sem resposta”, alertou. A primeira, da ordem de R$198 milhões (que, mesma assim levaria a UFRJ a fechar o ano com um déficit de R$70 milhões e tampouco as demais (houve também solicitação para suprir necessidades dos estudantes, principalmente quanto a  restaurantes universitários) obtiveram resposta. Depois, a UFRJ solicitou recursos para evitar a suspensão do fornecimento de energia. Sem resposta.

“Fizemos uma mais recente, porque essa questão de água e energia se transformou em uma situação absolutamente crítica. A questão da Light já está judicializada, mais de uma forma precária, que a qualquer momento pode ser derrubada, e a questão da água do rio não está nem de longe equacionada”, alerta contando que a UFRJ vive em reuniões diárias e pressão, ameaças de corte e lembrando que no Coaf

Não foi premonição

O pró-reitor lembra que foi anunciado que 2023 seria um ano crítico mas que 2024 seria muito pior. “E está sendo muito pior. E não foi um exercício de premonição, não, é o nosso orçamento mesmo, que já estourou dois meses antes do ano passado. Então estamos vendo uma situação muito crítica. E nós não temos orçamento para fazer frente a todas as nossas necessidades mínimas (como limpeza, vigilância). “Não podemos ficar sem limpeza nos alojamentos, nas salas de aula, nos laboratórios, então a situação é absolutamente crítica”, alertou, explicando que, se a UFRJ deixa de pagar os trabalhadores não recebem e, com justa razão, não trabalham.  Consequentemente tudo para porque limpeza e vigilância são fundamentais”.

 

 

 

  • Dias 15 e 16 de outubro, a categoria em todo o país vai parar e realizar manifestações pelo cumprimento integral do acordo.

  • No caso da CIS, trabalhadores denunciaram postura autoritária da PR-4

  • Assembleia também discute o drama de trabalhadores do HUCFF sob comando da Ebserh

Fotos: Renan Silva

Por unanimidade, os técnicos administrativos em educação da UFRJ que participaram, nesta quinta-feira, 10, da assembleia simultânea – auditório do Centro de Tecnologia, Museu Nacional e no campus UFRJ/Macaé – deliberaram participar da paralisação nacional convocada pela Fasubra e Sinasefe, na terça-feira, 15, e na quarta-feira, 16.

Um ato unificado de todos os servidores da educação e de outras categorias do serviço público, no Rio de Janeiro e em Brasília, e manifestações na UFRJ, marcarão o protesto.

Outra decisão aprovada pela categoria de forma unitária, após ouvir o relato dos representantes do Sintufrj, foi em relação à eleição da Comissão Interna de Supervisão da Carreira (CIS).

Pela postura que consideraram autoritária e antidemocrática da Pró-Reitoria de Pessoal (PR4) expressa nos erros inequívocos no edital publicado, sem considerar os acertos aprovados em assembleia anterior da categoria, os trabalhadores se posicionaram favoráveis ao conteúdo dos recursos apresentados até o momento à comissão eleitoral (que é mista, com indicados pela Reitoria e pelo sindicato) e autorizaram a judicialização do processo.

Indignação

A postura indignada da Fasubra, que enviou ofícios aos Ministérios de Gestão e Inovação e Educação, e das direções das outras entidades nacionais, e a divulgação do calendário de lutas, já obrigou o governo a marcar para o dia 15 (terça-feira), uma mesa de negociação. A Federação não aceita a intenção do governo em retirar do projeto de lei quatro itens do termo de acordo fechado (reposicionamento dos aposentados, Reconhecimento de Saberes e Competências, Regra de transição para capacitação e cargo amplo em auxiliar de educação).

Ebserh é contra o servidor e a população

Laura Gomes, coordenadora-geral do Sintufrj e servidora do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, fez um relato dramático sobre a situação em que se encontra a unidade sob a gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

“Os novos dirigentes estão desmontando o Serviço de Atendimento ao Trabalhador (Sesat) e está proibido o atendimento a terceirizados que passem mal durante o expediente de trabalho. Outra decisão deles prejudica a população: mesmo em tratamento na unidade, os pacientes não poderão ser encaminhados internamente para outra clínica. Eles têm que entrar na fila do Sisreg. Ou seja: Se você é acompanhado na cardiologia, faz uma cirurgia do coração e descobrem que tem um câncer de tireóide, o médico não pode mais encaminhá-lo direto para o endócrino. Tem que mandar para o Sisreg. O doente vai morrer mais rápido”, disse emocionada a dirigente.

Mobilizar para garantir os termos do acordo de greve

Mobilizar, protestar e lutar para garantir que o termo do acordo assinado com o governo seja cumprido. Essa foi a palavra de ordem da assembleia que uniu todas as forças políticas presentes na assembleia. E a tomada de decisões foi ocorrendo em seguida aos informes e análises do seminário nacional sobre a carreira e a plenária da Fasubra que aconteceram no final de setembro.

O relatório do GT Carreira Sintufrj sobre os itens em discussão para regramento, como projeto de lei, portarias e decretos (Reconhecimento de Saberes e Competência, Desenvolvimento, Reposicionamento dos Aposentados e Racionalização de Cargos) foi utilizado como base dos debates no seminário da Fasubra e enviado às bases para nortear a continuidade das discussões, visto que o governo está dificultando o cumprimento integral do acordado.

“Sem lutar, sem mobilizar, ir às ruas, não vamos mudar essa realidade. As redes sociais são muito importantes, mas o fundamental é o trabalho de base com o jornal na mão, o panfleto. A nossa greve atrasou a reforma administrativa, pôs a educação e o servidor público na pauta nacional. O erro do governo foi não valorizar a nossa greve”, disse o coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, motivando a categoria a participar da paralisação e das manifestações.

O coordenador da Fasubra, Francisco de Assis, lembrou que no Congresso Nacional apenas 130 parlamentares estão do lado das pautas dos trabalhadores. “É importante termos esse olhar e o ato unificado no Rio tem que estar conectado com o protesto dos aposentados em Brasília. Fechamos com o governo um excelente acordo com conquistas importantes. O que a federação fez foi acertado”, afirmou.

O Sintufrj participará do Encontro Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Aposentandos da Fasubra com 16 representantes da base, incluindo pensionistas. O evento acontecerá de 15 a 17 de outubro, em Brasília.

Confira as deliberações

  • Adesão à paralisação nos dias 15 e 16 orientada pela Fasubra.
  • Construir agenda unificada de protesto e paralisação com o conjunto dos servidores públicos federais. Para este ato concentrar o máximo de forças de mobilização, garantindo a vinda de sindicalizados de Caxias e Macaé que tenham disponibilidade.
  • Realizar protesto de paralisação em 15 de outubro, com panfletagem e concentração a partir das 7h na entrada do HUCFF, denunciando os problemas vividos pelos trabalhadores e trabalhadoras e da população devido a entrada da Gestão Ebserh. Sairemos em protesto às 9h30.
  • Realizar protesto de paralisação dia 16 de outubro às 9h na Entrada do Parque Tecnológico, pautando a necessidade de respeito ao processo eleitoral da CIS/ UFRJ e a luta de carreira.
  • Baseado na decisão da Plenária da Fasubra na defesa do RSC para todas e todos, solicitar à Reitoria uma nota de recomendação para inclusão de RSC para Técnicos Administrativos em Educação com Doutorado ao MEC/MGI
  • A assembleia manifesta solidariedade aos companheiros e companheiras Técnicos-Administrativos em Educação da UFRJ que tiveram nomes e dados expostos em redes virtuais, por pessoas que discordavam de posições políticas acerca do debate de Carreira.
  • A assembleia do Sintufrj acata e se manifesta favorável ao conteúdo de todos os recursos até agora apresentados na comissão eleitoral do processo de CIS-UFRJ. Autorizamos à Direção do Sintufrj recorrer a todos os meios legais necessários para garantir a legitimidade do processo na UFRJ.
  • Declaramos contrariedade à metodologia de votação restrita somente a Técnicos Administrativos em Educação de níveis correspondentes para com candidatos de mesmo nível no processo de CIS/ UFRJ.
  • A assembleia repudia qualquer medida ou conduta que recorra a meios que usem a força das relações hierárquicas de gestão para impor posições políticas a membros da comissão eleitoral, durante o processo. Convocamos a categoria a ficar em alerta sobre os acontecimentos recentes.
  • Fazer nota sobre a recente proposta que obriga publicações em revista internacionais, para título de mestrado e doutorado, vindo da presidência da comissão de educação da Câmara dos Deputados.
  • A Assembleia decide por unanimidade a eleição da mesma delegação que foi enviada à Plenária da Fasubra de Setembro para a Plenária que será realizada de forma em outubro, na forma on line. Visto que se trata de uma continuidade das discussões.
  • TRABALHADORES na assembleia desta quinta-feira (10) aprovam deliberações relacionadas a várias frentes de luta