Manifestação bem sucedida na manhã desta quinta-feira, 28, dos Vigilantes da Front, até então sem salários e organizados pelo sindicato da categoria (SindvigRJ}, com apoio do Sintufrj de estudantes e da Adufrj, conseguiu garantias do pagamento de salário e vale alimentação atrasados. Reitor Roberto Medronho saiu do Consuni apontando a indignidade da situação para convocar donos das empresas .
Na reunião entre Sindvig, Sintufrj, Adufrj, Fasubra, Reitoria, PR3 e empresas Front e Guarda Angel, foi firmado o acordo de pagamento de fatura de setembro pela UFRJ às empresas, que por sua vez se comprometem a pagar amanhã. “Toda esta movimentação somente foi possível porque os vigilantes foram a luta”, avaliou o coordenador Geral do Sintufrj Esteban Crescente, destacando, no entanto, que a próxima semana será, mais uma vez de tensão, porque, apesar de garantido o pagamento atrasado, há incerteza quando ao próximo. “Enquanto Sintufrj estamos alertas para a luta e solidários a nossos irmãos de classe”, declarou. Os representantes do Sindvig agradeceram fortemente o apoio do Sintufrj.
O pagamento atrasado ficou compromissado, mas incerteza quanto ao próximo mostra a fragilidade da situação, cuja origem, como lembrou o coordenador da Fasubra, é a enorme restrição orçamentária. Portanto, é preciso unidade e mobilização pública de toda comunidade, para a disputa por orçamento no Congresso e para enfrentar os limites do arcabouço fiscal que cerceiam a capacidade do governo de financiar a universidade. Caso contrário, situação de cortes de energia, água e outros serviços essenciais podem não só se repetir como inviabilizar a UFRJ. “Caso contrário, continuaremos enxugando gelo”, declarou.
Fotos e vídeos: Renan Silva
No final da atividade, dirigentes das entidades da UFRJ, Fasura e Sindvig comemoram o resultado, fruto da unidade das categorias
Veja como foi
Trabalhadores da empresa de Vigilância Front, organizados pelo Sindicato da categoria no município do Rio (SinvigRio), com apoio do Sintufrj, vários militantes da sua base e de estudantes da UFRJ, realizaram manifestação, no início da manhã desta quinta-feira, 28, na entrada dos prédios das Pró-Reitorias, no Parque Tecnológico.
Sem salários há quase dois meses (não foi pago o de outubro, no início de novembro) e sem a certeza do pagamento deste mês, que deverá ser no quinto dia útil, somado a falta do auxílio alimentação, muitos deles não tem dinheiro sequer para o transporte, para comprar alimentos e há casos até de despejo entre 585 profissionais contratados pela empresa.
Representados pelo presidente do Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio, Humberto Rocha, pelo vice-presidente Leandro Siqueira e alguns outros diretores, junto com o coordenador do Sintufrj Esteban Crescente e da Fasubra, Francisco de Assis, foram recebidos em reunião com o Pró-Reitor de Planejamento Orçamento e Finanças, Helios Malebranche.
O pró-reitor detalhou o caos financeiro da instituição e explicou que, em detrimento de outras dívidas, priorizou mais um pagamento de todas as empresas de segurança (o de setembro, embora destacasse que o atraso ainda estivesse dentro do prazo contratual de 60 dias dentro do qual a empresa deve manter o serviço). Ele informou por fim que o pagamento deveria ser feito no dia seguinte.
Ato no Consuni
O grupo pediu também que a UFRJ realizasse reunião urgente com as empresas sobre o atraso e o pró-reitor sugeriu que pudesse ser na próxima segunda-feira, dia 2. Insatisfeito sem a certeza da data do pagamento e sem a urgência que esperavam no tratamento da demanda, o grupo seguiu para o auditório onde se realizava o Conselho Universitário, ocupando o auditório no ato também que contou com apoio do Sintufrj, Adufrj e DCE, buscando inciativa por parte do reitor para garantir o pagamento.
Durante o expediente, Esteban pediu no colegiado que, assim como a Reitoria mobilizou a comunidade para uma aula pública diante do corte de luz e água inviabilizando aulas e prejudicando estudantes e trabalhadores, houvesse mobilização ainda mais eloquente em se tratando da manutenção da subsistência de centenas de trabalhadores. O presidente do Sindicato dos Vigilantes, Humberto Rocha, expôs aos conselheiros a dramática situação, mencionando que, a falta de solução poderia levar à suspensão das atividades e que os dirigentes ficariam acampados em frente à pR-3 até que houvesse uma solução.
Reunião emergencial com empresas
O reitor Roberto Medronho reiterou o grau de comprometimento das finanças da UFRJ, as enormes restrições orçamentárias, mas indignou-se com a falta de pagamento dos trabalhadores e, retirando-se da sessão do conselho que presidia, convocou pessoalmente os representantes da empresas para reunião emergencial, de volta ao gabinete da PR-3.
Na segunda reunião da manhã, desta vez conduzida pelo reitor com os donos da Front, e também da Angel`s Vigilância e Segurança (outra empresa com grande número de vigilantes atuando na UFRJ), foi compromissado, não apenas o pagamento da UFRJ da parcela de setembro, como o pagamento por parte da empresa amanhã mesmo aos vigilantes da Front.
O reitor Roberto Medronho na reunião com Esteban, Humberto Rocha (SindvigRJ), Francisco de Assis, os donos das empresas Front e Engel’s (sentados à frente), o prefeito Marcos Maldonado, o pró-reitor Helios Malebranche, diretores do Sindicato dos Vigilantes e demais profissionais da empresa.