Auto de Resistência

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A violência policial no Rio é tema do documentário Auto de Resistência, vencedor do Festival É Tudo Verdade 2018. Dirigido por Natasha Neri e Lula Carvalho, o filme retrata casos de homicídios cometidos por policiais contra jovens no Rio de Janeiro.

O documentário tem depoimentos de mães de jovens mortos em chacinas no Rio, como a de Costa Barros (2015), na zona norte, em que cinco foram mortos por 111 disparos de policiais.

No filme, o professor e pesquisador da UFRJ Michel Misse informa que, entre 2002 e 2010, cerca de 10 mil mortes no Estado do Rio de Janeiro foram registradas como auto de resistência. Classificados pelos PMs e pela Justiça como auto de resistência, ou seja, legítima defesa, os casos na sua grande maioria envolvem jovens negros moradores da periferia.

O filme, que foi exibido no Instituto de Filosofia e Ciências Socais da UFRJ (IFCS) no dia 17 de setembro, segue sendo apresentado em sessões especiais em comunidades e em outras capitais. . http://www.autoderesistencia.com.br/. O site mostra estatísticas:

Números absurdos

– 98% dos inquéritos sobre mortes ocorridas em ações policiais acabam arquivados sem conclusão das investigações.

– Mais de 16 mil pessoas foram assassinadas pela PM do Rio com a justificativa de “auto de resistência” desde 1997.

– Até hoje, o relatório da CPI da Alerj sobre Autos de Resistência não foi votado pelos deputados.

– 154 pessoas foram assassinadas por PMs do Rio que alegaram “legítima defesa”, só em janeiro de 2018.

– Cinco pessoas foram assassinadas por dia, pela PM do Rio, em janeiro de 2018. Um recorde histórico.

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