Fundão é local de abandono de animais

Voluntários querem o envolvimento da Reitoria para criar o Serviço de Monitoramento de Animal e Ambiental da UFRJ

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Diariamente, cães são abandonados no principal campus da UFRJ, o da Cidade Universitária. Técnicos-administrativos, professores e alunos se organizam voluntariamente para cuidar dos animais.

 

Em 2003, um grupo tentou reproduzir na UFRJ o projeto criado em 2001 pela comunidade universitária da Universidade de São Paulo, USP Convive. Mas a iniciativa não emplacou para tristeza dos caninos e felinos que perambulam sujos, doentes e mal alimentados pelos gramados da UFRJ.

 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil há cerca de 30 milhões de espécies sem um lar. Já a Sociedade União Protetora dos Animais (Suipa), relatou que só em 2012 foram acolhidos, em média, 35 animais por dia.

Ação solidária

Maria Helena da Silva, professora aposentada do Instituto de Microbiologia Professor Paulo de Góes, visita frequentemente a Cidade Universitária para prestar assistência aos animais abandonados no campus, a maioria cachorros. Ela diz que são animais de diversas raças.

A mobilização para arrecadar dinheiro para compra de ração, remédios, pagar castração e outros cuidados de saúde aos animais é constante. Uma tarefa que, segundo a professora, não é fácil. A Administração Central da UFRJ se omite diante do problema.

 

Há quatro anos, quando casos de ataques de matilhas a estudantes e servidores, na Cidade Universitária, foram noticiados pela mídia comercial, os voluntários prepararam um relatório sobre a situação dos animais e entregaram à Reitoria e à Prefeitura Universitária, mas nunca houve retorno.

 

As decanias também resistem à presença de animais nos prédios. Muitas vezes os protetores dos animais são obrigados a leva-los para hospedagem paga. Porém, o que mais incomoda a Maria Helena é a falta de conscientização da população, que não assume compromisso com os bichinhos. “De que adianta nos mobilizarmos por providências em prol dos animais de rua, se as pessoas continuam a largá-los aqui? É uma questão cultural, que vai muito além do abandono”, lamenta.

 

Discussão no Consuni

No Conselho Universitário (Consuni) do dia 16 de agosto, o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Osvaldo Silva, um dos voluntários, pôs em pauta a discussão sobre a elaboração do Serviço de Monitoramento Animal e Ambiental, proposta que constou em relatório de 2014. A ideia é que a universidade reserve um espaço físico para a castração das espécies presentes nos campi, com participação da Prefeitura Universitária.

 

Os voluntários pretendem se reunir com o reitor Roberto Leher para tratar do assunto.

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