O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil e no mundo, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Mas quando a doença é detectada em fase inicial, a chance de cura ultrapassa os 90%.
Por isso, a importância de conscientização sobre a necessidade de prevenção. As atividades que marcam o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata (17 de novembro) ocorrem durante todo mês, na campanha conhecida como Novembro Azul.
Atenção à saúde masculina
O movimento surgiu em 2003 na Austrália chamado Movember – união das palavras em inglês Moustache (bigode) e November (novembro) —, quando homens deixaram crescer o bigode para chamar atenção à saúde masculina e fazer um alerta sobre o câncer de próstata.
A campanha expandiu-se pelo mundo e inspirou o Novembro Azul, criado em 2011 pelo Instituto Lado a Lado pela Vida em conjunto com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), para promover ações de esclarecimento sobre a doença no Brasil.
Incidência
De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), só em 2013 foram 13.112 mortes causadas pelo tumor e a estimativa é que tenham 68.220 novos casos até o fim deste ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil é justificado, parcialmente, pela evolução dos métodos diagnósticos, a melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.
Diagnóstico
Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas. Quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Assim, os sintomas são: dores na parte baixa das costas, ossos, corpo ou na pélvis (abaixo dos testículos), dores ao urinar, vontade de urinar com frequência, presença de sangue na urina e/ou no sêmen, diminuição do jato da urina, sensação de que a bexiga não esvaziou completamente ao urinar, disfunção erétil, dificuldade para iniciar e parar a passagem da urina, dor ao ejacular e insuficiência renal.
Tratamento
A indicação de tratamento depende de vários aspectos, como estado de saúde, estadiamento da doença e expectativa de vida. Em casos de tumores de baixa agressividade há a opção da vigilância ativa, em que periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença, intervindo se houver progressão da mesma. Por isso, é importante que haja sempre o acompanhamento de um médico oncologista e um urologista.
Como as causas do câncer são, em geral, multifatoriais e a doença é completamente silenciosa, a prevenção é feita com uma dieta balanceada, prática de atividades físicas, controle do peso, diminuição do consumo de álcool e corte do cigarro (tabaco). Caso haja fatores de risco, como histórico familiar da doença (pai, irmão e tio), obesidade ou se o paciente for negro (homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer), o cuidado deve ser maior.
Prevenção fundamental
A realização do exame de toque retal e o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico) com um urologista, a partir dos 45 (se houver fatores de risco) ou 50 anos (sem estes fatores) é fundamental. Tais procedimentos permitem avaliar alterações da glândula, como o endurecimento ou presença de nódulos suspeitos. Outros exames poderão ser solicitados se houver suspeita de câncer de próstata, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom transretal.