O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, nomeou o segundo colocado na consulta à comunidade para a direção-geral do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) e abriu uma crise na instituição.
A chapa 1, liderada por Solange Rocha, alcançou 40% dos votos, vencendo a consulta eleitoral. Contudo, através da portaria n° 106, de 16 de janeiro de 2019, o ministro indicou Paulo André Bulhões, da chapa 4, para dirigir o instituto.
A decisão contraria os mais de 900 votos depositados em urnas por docentes, técnicos e estudantes do Ines no pleito realizado ainda em novembro de 2018.
Em nota, a Associação dos Servidores do Instituto Nacional de Educação de Surdos (ASSINES) afirma que a medida do ministro “fere os princípios democráticos que vinham norteando o nosso Instituto até a presente data”.
Como nas universidades federais, o processo de escolha do dirigente máximo do Ines envolve a apresentação de uma lista tríplice (como manda a lei) que é antecedida de uma consulta à comunidade.
Também como tem ocorrido nas universidades federais, um acordo político entre os concorrentes resulta na indicação do mais votado na consulta.
A nota da Assines informa que a associação – que sempre foi contra a existência da Lista Tríplice, “por se tratar de um mecanismo autoritário criado no período da Ditadura Civil Militar” e “que limita a fundamental autonomia das instituições federais de ensino” – entregou uma carta aos candidatos para que se comprometessem em não assumir a direção do Ines, caso o nomeado não fosse o primeiro colocado.
As chapas 1, 2 e 4, esta última sendo a nomeada pelo ministro, firmaram o compromisso publicamente.
A chapa vencedora também divulgou nota condenando a decisão do Ministério da Educação.
Como se sabe, a UFRJ já se movimenta para a escolha de sue próximo reitor com início de mandato previsto para julho deste ano.