CT adia cobrança de estacionamento

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A decania do Centro de Tecnologia (CT) adiou para data indefinida o inicio da cobrança aos usuários do seu estacionamento. A medida tinha início previsto para esta quarta-feira 20. A alegação para o adiamento, de acordo com nota da decania, é que a empresa Viamil (que vai explorar o negócio) não concluiu “as adequações mínimas previstas em contrato”. Mas a pressão de setores da comunidade contra a cobrança podem ter inibido o início das operações pagas no estacionamento do centro.

A criação de tarifas para quem usar o estacionamento está anunciada numa faixa estendida na entrada do terreno próximo à Linha Amarela. No Centro de Ciências da Saúde (CCS), no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, na Faculdade de Letras e na Reitoria o estacionamento é gratuito.

A decisão sobre a cobrança foi aprovada pelo Conselho de Centro do CT em junho de 2017, por iniciativa do então decano Fernando Ribeiro, mas as representações técnico-administrativa e estudantil foram contra. De lá para cá, mudou o comando na Decania.

Justificativas do atual decano

Walter Soemitsu, o decano que sucedeu Fernando Ribeiro,, justificou a manutenção da cobrança argumentando que foi aberta uma licitação e que a empresa Viamel Eireli ME, que venceu a concorrência, fez as benfeitorias no espaço exigidas no contrato. Ele também se disse obrigado a seguir uma gestão privada nos estacionamentos do CT devido à falta de recursos da UFRJ para esse tipo de despesa.

Em nota enviada ao Jornal do Sintufrj, Suemitsu diz: “Houve aprovação da proposta de licitação na reunião do Conselho de Centro ocorrida em 19/6/2017, por iniciativa do decano do CT, Fernando Ribeiro, e, posteriormente, a mesma foi aprovada pelo Conselho Superior de Coordenação Executiva e pelo Conselho Universitário. Embora reconhecendo que a universidade deveria se responsabilizar pela gestão de seus estacionamentos, sou obrigado a admitir que no momento o Orçamento da UFRJ não permite desviar recursos destinados a suas atividades-fins para a gestão dos estacionamentos do CT, obrigando a uma gestão privada dos mesmos, de acordo com a legislação vigente”.

Estudantes e técnicos são contra

O Diretório Acadêmico da Escola de Química e o Centro Acadêmico de Engenharia organizaram um plebiscito entre os estudantes em 2018 e 94% se manifestaram contrários à cobrança.

A dirigente do Diretório Central dos Estudantes Mário Prata, Natália Borges, afirma que o processo de decisão foi pouco democrático e pouco transparente. Segundo ela, os alunos e os técnicos-administrativos não foram consultados institucionalmente. “A medida abre as portas para a privatização”, alerta.

O coordenador de Organização e Política Sindical do Sintufrj Jessé Mendes de Moura avalia que o perigo maior de uma medida como esta será a senha para a liberação de serviço particular num espaço público. “Pior ainda na UFRJ, pois, se prosperar, poderá ser o início da terceirização de todos os setores da universidade. A cobrança de R$ 80 mensais do estacionamento vai pesar no bolso dos servidores, que estão arcando com as perdas das ações judiciais”, conclui o dirigente sindical.

COBRANÇA. Cinco áreas no entorno do CT serão administradas pela empresa Viamel Eireli. Veículos serão cadastrados

Como vai funcionar a cobrança

Cinco áreas no entorno do CT serão administradas pela empresa Viamel Eireli ME. Um único espaço será gratuito e exclusivo para carros com pelo menos dois ocupantes: o estacionamento perto da entrada do bloco A.

Haverá duas formas de cobrança: uma para mensalistas – que requer cadastramento prévio – e outra para quem utilizar o estacionamento rotativo – aberta ao público. No primeiro ano, o valor mensal será de R$ 80. Na modalidade rotativa, o valor será de R$ 4 por acesso. Apenas carros oficiais da UFRJ não pagarão.

Cada mensalista terá direito a cadastrar dois veículos, mas não poderá usá-los simultaneamente. Decanos e diretores de unidades também pagarão pelo estacionamento, segundo informou a Decania.

ESTACIONAMENTO do CT é um dos maiores da universidade
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