Em reunião promovida pelo Sintufrj, nesta terça-feira, 29, no Instituto de Economia, para debater o Projeto VivaUFRJ, a direção do sindicato criticou a posição economicista do grupo de estudos – em detrimento de uma avaliação social -, ratificou a posição de defesa dos princípios da universidade pública e cobrou da Reitoria o compromisso de realização de audiências públicas para o debate com a comunidade.
“Não se trata apenas de terrenos ou locais com uma determinada localização geográfica. Há a possibilidade de um prejuízo social que não está sendo levado em conta. Por isso, reafirmamos a posição do sindicato e temos premissas nesta questão. Que a universidade permanecerá pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada; que a UFRJ detenha o controle e o gerenciamento desse projeto; e que não exista nada por escrito sobre demolição e remoção, com a garantia das devidas contrapartidas para a universidade”, enfatizou a coordenadora-geral, Neuza Luzia.
“No momento em que as propostas forem expostas – sem os atuais limites de confidencialidade contratual – que façamos mais reuniões e audiências públicas com a comunidade. Saberemos os detalhes e teremos condição de aprofundar debate, apontar o que decidirmos e encaminhar para o Conselho Universitário”, completou Neuza.
O vice-reitor, Carlos Frederico, pediu paciência à comunidade da UFRJ e defendeu a transparência no debate. “Peço paciência â comunidade. Estamos no processo de estudos e pode haver alterações nas propostas em curso. Portanto, precisamos dos estudos finais e assim que os tivermos iremos convocar as entidades e realizar o debate com a comunidade. Não está no horizonte desta Reitoria o uso dos frutos deste projeto. Então, interessa a nós que esse processo seja principalmente transparente”. sustentou.
Carlos Frederico colocou ainda a confiança na equipe da UFRJ. “Eu tenho confiança nos técnicos dessa universidade. Tenho confiança de que nós iremos saber fazer tecnicamente um processo de licitação, caso ele seja necessário”.
Prazos
O grupo de trabalho da UFRJ prevê que os estudos serão entregues em dezembro. Com isso, os estudos serão avaliados pela UFRJ e no início de 2020, as propostas possam ser colocadas para debate com a comunidade. Neuza propôs que isso seja feito a partir de março, quando se inicia o ano letivo da universidade e todos possam participar da discussão.
O VivaUFRJ – uma parceria da universidade com o BNDES com o objetivo de utilizar os ativos imobiliários da universidade para negociar contrapartidas em obras de infraestrutura com empresas privadas – tem inquietado a comunidade da Praia Vermelha (PV).
Parte da comunidade deste campi vê com desconfiança a utilização dos espaços dos Institutos de Psiquiatria, Neurologia, Casa da Ciência, e antigo Canecão.
A coordenadora do grupo da UFRJ, Nadine Borges, fez todo um histórico do processo, informando que mais de 50 reuniões já foram realizadas na UFRJ. Ela afirmou que o projeto foi realizado para alçar alternativas ao orçamento, com prioridade para assistência estudantil.
Nadine solicitou que a comunidade procure se inteirar do projeto e tudo o que pode ser que divulgado está no site https://www.viva.ufrj.br.