Comunidade do Cefet-RJ impede exoneração de diretores

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Sob intervenção do MEC, essa seria mais uma arbitrariedade cometida pelo interventor

A mobilização dos estudantes e servidores do Cefet-RJ (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckouw) impediu que o interventor imposto pelo ministro da Educação Abraham Weintraub, promovesse a exoneração em massa dos diretores da unidade. A escola federal está sob intervenção do MEC desde 15 de agosto de 2019.

No dia 18 de maio, o interventor publicou uma nota no site do Cefet comunicando que “os diretores dos campi não têm mais seus mandatos legalmente válidos, e futuras modificações poderão ser propostas em busca de segurança jurídica e que a instituição precisava recuperar sua identidade”.

Sob pressão, segundo Valena Ramos, da Adcefet-rj SSind, o interventor foi obrigada a recuar de sua decisão de exonerar todos os diretores das unidades descentralizadas, mas manteve a exoneração da diretora da unidade de Nova Iguaçu. Mas a mobilização virtual continua com a realização de lives, reuniões, apitaços e manifestos, que contam com adesões de diversas entidades sindicais e estudantis, para reverter a situação no Cefet-RJ.

Mobilização
Em tempos de pandemia, a comunidade do Cefet utilizou as redes sociais para denunciar a arbitrariedade à população, conquistar adesões e impedir que o fato se consumasse. O tuitaço realizado no dia 25 de maio alcançou os trend topics (assuntos do momento).

Uma nota de repúdio assinada por diversas entidades sindicais de técnicos-administrativos e docentes, entre as quais o Sintufrj, do movimento social e estudantis, foi divulgando denunciando a atitude irresponsável e autoritária do interventor. “O ato de exonerar os diretores de unidade é uma escalada do autoritarismo e representa o total descompromisso com a transparência (…) Reiteramos que o atual interventor não tem legitimidade política para tomar mais essa atitude”, diz o texto.

Em carta aberta, diretores e gerentes dos campi denunciaram os desmandos, considerando a nova nomeação mais um golpe à democracia e com processos de exoneração feitos sem qualquer diálogo e com designação de servidores externos não capacitados para funções de direção.

Retorno à normalidade – Com o arquivamento da sindicância pelo MEC, a comunidade do Cefet-RJ reivindica o retorno do diretor eleito. Os dirigentes sindicais aguardam o prazo legal de resposta do ofício protocolado no dia 4 de maio pela Adcefet-RJ no MEC e na direção-geral da escola, solicitando resposta sobre o resultado da sindicância.

A intervenção
Em 15 de agosto de 2019, Cefet-RJ, o ministro Abraham Weintraub nomeou o seu assessor Maurício Aires Vieira, nome que sequer passou pelo crivo de uma eleição, para o cargo de diretor-geral.

No dia 15 de agosto de 2019, a comunidade do Cefet-RJ foi pega de surpresa pelo desrespeito do governo ao processo eleitoral, que definiu como diretor o professor Maurício Motta, nomeando para o cargo o seu assessor Maurício Aires Vieira, que sequer havia participado da eleição.

Toda a comunidade da escola se manifestou contra a intervenção e o MEC dizia que o processo eleitoral estava sob análise administrativa, uma sindicância e até que fosse concluída, o pro tempore ocuparia o cargo de diretor-geral da escola. As mobilizações foram aumentando e Aires foi substituído por Marcelo Nogueira, que é ligado à chapa perdedora.

 

 

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