Como e quando será o amanhã na UFRJ?

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Como e quando serão retomadas as aulas na UFRJ? O Conselho de Ensino de Graduação (CEG) constituiu um Grupo de Trabalho (GT) para discutir a organização da retomada das atividades acadêmicas na universidade, que foram interrompidas desde 23 de março, por conta da chegada da pandemia da Covid-19 no país. As entidades representativas dos docentes (Adufrj) e dos estudantes (Centros Acadêmicos, DCE e APG) também estão debatendo o tema. Veja a posição das entidades:

 Adufrj

A presidente da Adufrj, Leonora Ziller, disse que a entidade ainda não tem posição definida, porque o debate só está no início e o tema é complexo. Ela adiantou que entre os professores há posições divergentes, porque a retomada das atividades acadêmicas envolve a realidade heterogênea e diversa das unidades de ensino na UFRJ. A dirigente defende que a categoria discuta com a máxima urgência a reorganização do seu trabalho, mas tendo como foco os estudantes sem condições de acompanhar aulas não presenciais (ensino remoto).

“É urgente que a gente comece a discutir a nossa reorganização, mas isso pressupõe uma preocupação com aquela parcela de estudantes que não vão poder nos acompanhar completamente se o ensino for o ensino emergencial remoto, como está sendo chamado. As discussões estão se iniciando. As unidades são muito variadas, têm exigências muito diferenciadas, desde práticas de laboratório até salas de aula com muitos alunos e relações individuais de aluno e professor, como no caso da Escola de Música.

Enfim, o quadro é muito diversificado e muito heterogêneo.

Estamos caminhando no sentido de escutar e conversar nessa primeira fase. Estamos começando a pensar sobre o assunto, mas com delicadeza e cuidado, porque o que a gente menos precisa no momento é tensionar ou exigir respostas muito rápidas da universidade.

Acho que precisamos construir uma proposta segura, que englobe a grande maioria da universidade e possa ser seriamente inclusiva, ou seja, precisa ser uma proposta que inclua todos”, pontuou Ziller.

DCE Mário Prata

 

Principalmente depois de a reitora Denise Pires declarar que a UFRJ não tem como voltar à sua normalidade este ano, e da proposta de oferta de matérias eletivas por atividade remota, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) Mário Prata tem se debruçado sobre essa nova realidade. Uma universidade com 56 mil alunos, sendo mais de 10 mil com perfil para a assistência estudantil, portanto, com dificuldades para acesso remoto (internet banda larga) pleno às aulas, preocupa os dirigentes estudantis. “Porque ninguém pode ficar para trás.”

“Estamos pensando em termos de alternativas para esse momento, entre as propostas de modelo híbrido e de atividades remotas. Integramos todos os grupos de trabalho compostos pela Reitoria e temos pontuado nas discussões que necessitamos encontrar alguma alternativa com o foco de que nenhum estudante da universidade fique para trás.

“A UFRJ tem mais de 10 mil alunos perfil PNAES (Programa Nacional de Assistência Estudantil), temos muitos alunos com dificuldade de acesso remoto, muitos que perderam sua fonte de renda, como estágios, e muitos que estão perdendo familiares devido à Covid-19. Então, temos que  pensar como dar uma resposta para que a gente tenha a UFRJ na sua totalidade caminhando em conjunto”, disse a dirigente do DCE Nathália Borges.

Segundo Nathália, no momento o DCE está voltado para encontrar uma solução para não prejudicar os alunos formandos. “Muitos precisam completar sua formação para serem efetivados no trabalho; entrar em programas de pós-graduação ou até mesmo nos programas de residência na área da saúde, que começam em março do ano que vem. Entendemos que esse grupo exige uma resposta mais rápida, e estamos fazendo um levantamento com o objetivo de vislumbrar perspectivas. Precisamos pensar em todos os estudantes para que nenhum seja prejudicado”, frisou.

 APG

 A Associação dos Pós-Graduandos (APG) defende a aprovação de um calendário unificado da pós-graduação para toda a UFRJ.

“A APG está integrando o GT Calendário do CEPG (Centro de Ensino de Pós-Graduandos) e estamos construindo uma proposta para apresentar ao plenário na próxima sessão. Acreditamos que a existência de múltiplos calendários simultâneos traria o prejuízo de transferir a responsabilidade, que é do CEPG, para os Programas de Pós-Graduação, a respeito de prazos dos procedimentos de matrícula, cancelamento, registro de avaliações etc. Por isso, defendemos a aprovação desse calendário para toda a UFRJ”, afirmou Kelimy Toledo, dirigente da associação.

Atuação do GT do CEG

De acordo com a representante do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) no GT do CEG, Rejane Amorim – em entrevista para o site do Centro –, o Conselho de Ensino de Graduação debate propostas para o que tem sido chamado de “nova normalidade” que virá após a pandemia. A intenção é estudar e projetar cenários possíveis de retorno às atividades acadêmicas a pós a fase crítica da crise sanitária no país.

Para isso, os integrantes do grupo de trabalho estariam fazendo o mapeamento, junto às decanias e unidades, das limitações e possibilidades existentes para a  organização do retorno. O mapeamento considera, principalmente, a realidade dos estudantes, corpo docente e da equipe técnica da universidade. A preocupação do GT é com a segurança de todos diante da possibilidade de contágio da Covid-19.

O GT CEG também discute questões estruturais relatadas por dirigentes das unidades, como a adoção de protocolos de segurança, higienização, circulação de ar nas salas, quantitativo de estudantes por sala, reorganização de espaços administrativos para acolher com segurança a equipe técnica.

“Quando se fala em atividades remotas, a principal preocupação tem sido o acesso dos estudantes, que estão representados nesse GT, o que para nós é de máxima importância. Independentemente da forma pela qual optaremos para o retorno a essa normalidade, devemos garantir que todos estejam incluídos, tenham acesso e estejam em segurança, desde o nosso servidor que abre o prédio até o último a sair. E isso inclui nossos funcionários terceirizados, nossa equipe técnica, professores, estudantes e todo os que circulam pela universidade”, complementou Rejane na entrevista ao site do CFCH.

CIDADE UNIVERSITÁRIA. O silêncio envolve o Campus do Fundão, contraste com a rotina roubada pela pandemia quando a UFRJ fervilhava . Quando isso voltará, ninguém sabe

 

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