Estudantes fazem exigências para ensino remoto na UFRJ

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COM A UNIVERSIDADE EM ISOLAMENTO SOCIAL, estudantes fazem exigências para o ensino remoto

Um Conselho Universitário (Consuni) extraordinário com pauta única será agendado pela Reitoria para os próximos dias para tratar exclusivamente do ensino remoto na UFRJ durante a pandemia do novo coronavírus. Este foi o compromisso assumido pela reitora Denise Pires com a bancada estudantil, na sessão do Consuni desta quinta-feira, 25.

Durante a reunião virtual do colegiado, os estudantes conselheiros leram a Carta à Reitoria, na qual elencam cinco exigências que acreditam garantirão o acesso de todos os alunos da graduação da UFRJ ao ensino remoto emergencial, como inclusão digital, edital para auxílio emergencial, entre outras ações a serem promovidas pela assistência estudantil. Eles reivindicam que a reitora assine o documento.

Denise Pires afirmou que somente após a leitura na íntegra da carta — que os estudantes enviariam para o seu e-mail –, tomaria uma decisão. Mas, antecipou que não havia nenhum posicionamento contrário da Reitoria aos cinco itens listados no texto. Ela dirá se assina ou não o documento formulado pelo DCE Mário Prata e a bancada estudantil no Consuni na reunião extraordinário do órgão para tratar sobre o tema ensino remoto.

Reivindicações dos estudantes
“Tendo em vista a aprovação da resolução pelo CEG que regulariza o ensino remoto na UFRJ para toda graduação, o DCE da UFRJ vem ao Consuni cobrar da magnífica reitora, Denise Pires, bem com de toda sua equipe, o compromisso com a garantia de condições mínimas para a implementação dessa modalidade de ensino. Vemos com muita preocupação um ponto em especial que, para todo o Movimento Estudantil, é muito central: a assistência estudantil.

“ …A UFRJ tem cumprido um papel fundamental na defesa do isolamento social e no enfrentamento à Covid-19, atendendo pacientes contaminados em seu hospital, produzindo álcool em gel em grande escala e contribuindo com a pesquisa no combate ao vírus. Essa mesma responsabilidade precisa guiar os rumos da decisão da nossa Universidade ao aderir as atividades remotas. Assim, acreditamos que as políticas adotadas pela universidade não podem ser formuladas e aplicadas de forma descolada da realidade de vida de sua comunidade acadêmica. Em uma sociedade com tanta concentração de renda como a nossa, a entrada no ensino superior normalmente já acontece de forma desigual e, durante a pandemia, a adoção emergencial das atividades remotas pode aprofundar essa desigualdade se não for adotada de forma correta e com garantias justas. Por isso, a universidade precisa se preocupar centralmente com a permanência de seus estudantes pobres e trabalhar ao máximo para diminuir as desigualdades acentuadas pelo momento que vivemos e para garantir o acesso de todos e todas às políticas acadêmicas adotadas.

Nesse sentido, trazemos nessa carta de compromisso, para ser assinada pela magnífica reitora Denise Pires, representando um compromisso de toda universidade, cinco exigências mínimas relacionados ao acesso e ao campo da assistência estudantil que vão no sentido de garantir condições mínimas para a aplicação das aulas remotas a todos os estudante. A reitoria, portanto, se compromete com:
1. A oferta de auxílios para inclusão digital de TODOS os estudantes que não dispõe desses recursos, sejam eles na forma de bolsas, chips de internet, modens e/ou aparelhos eletrônicos.
1.1. A adaptação dos aparelhos para estudantes PCDs de acordo com as suas necessidades.
1.2 Abertura de edital de bolsas para que alunos de Letras/Libras possam atuar como intérpretes nas turmas que apresentem essa demanda.
2. A abertura do edital de auxílio emergencial.
3. Que essas medidas sejam condicionantes para o início de qualquer aula e que esses auxílios possam ser cumulativos.
4. A orientação e sensibilização para que as aulas sejam gravadas.
5. A indicação para que haja um esforço na oferta das disciplinas necessárias para a conclusão de curso pelos estudantes concluintes”.

Resolução do CEG é respeitada
Uma das preocupações do DCE Mário Prata, segundo a dirigente Juliana e representante do segmento no Consuni, foi produzir um documento que “não passasse por cima das discussões do Conselho de Ensino de Graduação (CEG) para que não houvesse o argumento de que a Reitoria não assinaria por isso.” Por essa razão, acrescentou, “a carta não contém todas as nossas demandas”.

O documento inicia contemplando essa preocupação dos estudantes: “Tendo em vista a aprovação da resolução pelo CEG que regulariza o ensino remoto na UFRJ para toda graduação, o DCE da UFRJ vem ao Consuni cobrar da magnífica reitora, Denise Pires, bem com de toda sua equipe, o compromisso com a garantia de condições mínimas para a implementação dessa modalidade de ensino. Vemos com muita preocupação um ponto em especial que, para todo o Movimento Estudantil, é muito central: a assistência estudantil.”

 

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