A reitora da UFRJ assumiu publicamente na sessão do Conselho Universitário o compromisso de no início da semana se reunir com representantes da associação dos terceirizados para discutir a situação desses trabalhadores que se agravou desde o início da pandemia.
“Vamos contatar a Attufrj (a associação dos terceirizados) para amarrar a reunião para o início da próxima semana” garantiu Denise Pires, na quinta-feira 9.
Os terceirizados enviaram ofício ao pró-reitor de Gestão e Governança, André Esteves, em 29 de junho para relatar procedimento das empresas que prestam serviços à universidade. Segundo dirigentes da associação, eles têm buscado a intermediação da pró-reitoria em busca de solução para os impasses, mas não obtiveram sucesso até o momento.
“Há tempos a UFRJ vem sofrendo um desgaste grande com os terceirizados porque as empresas não respeitam os direitos dos trabalhadores. Há casos de pessoas que trabalham há 25 anos na UFRJ e não têm sequer Fundo de Garantia, que é o sonho de todo trabalhador para poder comprar sua casa própria. As terceirizadas não cumprem com suas obrigações trabalhistas, abandonando a universidade nesta situação”, relatou o dirigente da Attufrj Robson Carvalho.
Drama sem fim
“Nós ficamos praticamente enxugando gelo e limpando carvão”, disse Robson para justificar o pedido de reunião com a reitora. “Gostaríamos de marcar uma reunião com a senhora para debater isso de modo mais profundo, para melhor a qualidade do nosso trabalho e para que a universidade não venha a ter mais esse desgaste. É ruim para a UFRJ como é para nós, trabalhadores. Há caso de pessoas doentes por que sofrem todo tipo de assédio moral. Desde já agradeço e desculpe alguma coisa”, finalizou o dirigente da Attufrj seu depoimento.
Aliás, já se tornou rotina no Consuni , há várias gestões da Administração Central, os terceirizados compartilharem como são explorados pelas empresas contratadas pela UFRJ e ao mesmo tempo pedirem a intervenção da Reitoria para que os abusos desses empresários cessem.
Ajuda
A Attufrj agradeceu ao Sintufrj, Adufrj e ao DCE Mário Prata pela ajuda material e apoio político que essas entidades estão dando aos terceirizados. “Eles estão nos apoiando nesta luta e já distribuíram cerca de 300 cestas básicas aos terceirizados sem salários e aos demitidos. Mais uma vez, Robson denunciou que foi demitido por perseguição política: “Não só eu, mas alguns outros colegas também. Tenho testemunho do fiscal de contrato, relatando meu bom trabalho. Nós gostaríamos que a Reitoria revisse essa situação da demissão e a perseguição por prestarmos um bom trabalho à universidade. Até segunda ordem não temos nenhuma infração cometida”.