Quase centenária, a UNE rejuvenesce todo dia na luta pela democracia

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“Somos milhares de corações azuis pelo Brasil, os quatro cantos unidos pelo futuro e tradição. A UNE reúne, junta, ecoa todas as vozes, queremos e somos ouvidos”, escreveu a entidade na sua página do Facebook para marcar o 11 de agosto, o Dia do Estudantes e o aniversário de 83 anos da União Nacional dos Estudantes.

“O recado que a UNE tem para dar nesse momento é que independentemente de governo Bolsonaro ou de qualquer governo a resistência dos estudantes segue. É óbvio que nesse contexto a nossa luta se torna mais desafiadora”, declarou a dirigente nacional da UNE, Regina Brunet.

Uma luta difícil, mas que vem fazendo frente a Bolsonaro, diz Regina ao enumerar vitórias recentes do movimento estudantil como o adiamento do Enem, a aprovação do Fundeb, e até mesmo a saída de Abraham Weintraub do Ministério da Educação.

“Tudo isso só pôde acontecer por conta da mobilização estudantil e da nossa luta. A luta dos estudantes é uma luta que pensa o presente e o futuro. Nós temos muitas conquistas no presente, mas nós não vamos deixar de lutar por todas aquelas que a gente ainda quer ver no nosso futuro”, vislumbra a estudante.

Ato Virtual
Os estudantes não se fizeram de rogados para lembrar e ratificar a potência de sua voz e ações. Em plena pandemia de Covid-19 e com mais de 100 mil vidas perdidas e diante do governo fascista e negacionista de Jair Bolsonaro, eles promoveram uma Mobilização Nacional pela Vida, Democracia e Educação.

Pela manhã ocorreu um tuitaço com a hastag #LuteComoUmEstudante. Pelo país houve vários atos simbólicos nas capitais e cidades. E a noite, ocorreu um grande ato virtual transmitido pelo canal oficial da UNE no Youtube, com dezenas de convidados.

Neste ato virtual, UNE (universitários), UBES (secundaristas) e a ANPG (pós-graduandos) reuniram convidados dos movimentos sociais, das universidades, escolas, parlamentares, lideranças políticas, artistas, e formadores de opinião envolvidos com a luta pela democracia e contra a ascensão autoritária no Brasil. Foi um dia para festejar e debater os rumos democráticos do país.

História
A UNE, criada em 11 de agosto de 1937, ao longo das décadas, principalmente entre o período de 1964 e 1985 (período da ditadura militar), foi perseguida, caçada e sofreu diversas tentativas de sabotagem.

Os estudantes, assim como os trabalhadores, participaram ativamente de diversos processos de mobilização popular no Brasil como a luta pelas Direta Já, em 1984, e foram protagonistas do movimento dos caras pintadas na campanha Fora Collor! que impulsionou o impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo, em 1992.

Foi nos governos de Lula e Dilma, que a UNE se fortaleceu. Foram tempos de grandes investimentos na educação, com ampliação de vagas nas universidades, criação de políticas de cotas, investimento em assistência estudantil e implementação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que ampliou o acesso nas instituições de ensino superior públicas.

Mais, desde 2016, com o golpe para retirar Dilma Rousseff da presidência da República, a educação e a UNE, vem sofrendo ataques de toda a ordem e que se agravaram no Governo Bolsonaro. Este elegeu os estudantes, professores e funcionários das universidades e instituto federais e de escolas públicas como inimigos do país.

E os estudantes, seguem, mais uma vez, na resistência. “Hoje é um dia de orgulho para aqueles e aquelas que dedicam sua vida em defesa da educação. A UNE somos nós, nossa força e nossa voz!”, ressalta a diretora da UNE Rio, Elaine Monteiro.

 

Brasília- DF. 12-07-2019- Manifestação de estudantes na esplanada dos miistérios contra a reforma da previdência e cortes na educação. Foto Lula Marques

 

 

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