Sintufrj realiza primeira assembleia virtual de sua história

Compartilhar:

Cerca de 300 servidores participaram da primeira assembleia virtual da história do Sintufrj nesta sexta-feira, 28. Na reunião, a direção do sindicato fez rápido inventário das ações políticas e organizativas nesses cinco meses de crise sanitária nas quais se destacaram a luta pela preservação de direitos e pela proteção da saúde dos trabalhadores durante a pandemia.

A assembleia foi aberta com um minuto de silêncio e pedido de luz e paz às vítimas fatais da Covid-19 e pelos que estão sofrendo as consequências da doença. Os trabalhos foram conduzidos pela coordenadora-geral do Sindicato, Neuza Luzia.

A assembleia foi convocada para discutir a conjuntura e os ataques do governo aos servidores. Para a direção do Sintufrj, ela foi importante para reafirmar a linha de atuação da direção durante a pandemia e reforçar as reivindicações da categoria.

Demandas aprovadas:
Massificação pelas mídias do Sintufrj de uma campanha pelo cumprimento do PL 1.328, aprovado em junho no Senado, que suspende por 120 dias o pagamento por servidores e pensionistas de créditos consignados. Além disso, o Sintufrj deve propor que Fasubra encabece uma campanha nacional para sensibilizar o Congresso Nacional a aprovar a lei.

. Recomendar aos grupos de trabalho da UFRJ que tratam da Covid-19 e da pós-pandemia na UFRJ, que determinem às unidades como condição para qualquer realização de trabalho presencial, que seja feita a testagem obrigatória dos servidores.

. Criação de mecanismos de combate ao assédio moral e a todas as formas de opressão e discriminação contra os trabalhadores na UFRJ, bem como de apoio às vítimas desses crimes.

. Moção de apoio e solidariedade aos trabalhadores ecetistas, que estão em greve para barrar a privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos anunciada pelo governo Bolsonaro.

. Endosso pela assembleia de nota de desagravo*  construída pela bancada técnica-administrativa do Conselho Universitário em favor da conselheira Vânia Godinho.

Embora estivesse programado na pauta, a assembleia não chegou a discutir o trabalho remoto por falta de tempo. O tema estará presente como um dos centros dos debates que vão acontecer no 1º Fórum Técnico-Administrativo da UFRJ que começa terça-feira, de 1º de setembro.

*Nota de desagravo

Na última sessão do Consuni, um episódio infeliz ocorreu. A conselheira Vânia Godinho, representante  dos técnicos-administrativos em educação, ao apresentar um relato de assédios e constrangimentos vividos pela categoria, teve a sua fala desqualificada e classificada como “fake news” pela reitora.

O fato não é secundário. Vivemos um período onde a universidade e o serviço público sobrevivem sob cerco permanente do governo federal. Nosso fazer é cotidianamente atacado; nossa estrutura é sucateada e, mais uma vez, vivemos a perspectiva de redução orçamentária, tornando o futuro ainda mais adverso.

A resistência da universidade brasileira como espaço vivo de produção e troca de saberes dependerá da sua capacidade de manter um ambiente de debate radicalmente democrático, respeitoso e capaz de forjar sínteses que orientem nossos passos em unidade contra os inimigos da educação, da ciência, da cultura e dos trabalhadores.

O Consuni, órgão máximo da UFRJ, precisa materializar esta expressão livre e plural de opiniões, reforçando seu caráter de arena privilegiada do debate respeitoso e democrático, tendo como ponto de convergência a defesa intransigente da universidade pública. Negar nossos conflitos e contradições não nos fortalecerá.

Dessa forma, a representação dos Técnicos-Administrativos em Educação vem manifestar seu desagravo à conselheira Vânia Godinho, afirmando que apresenta o mesmo entendimento trazido pela conselheira por ocasião do último Consuni, quando teve sua fala desqualificada pela reitora.

Reforçamos nossa disposição para enfrentar os percalços internos inerentes às relações de trabalho de uma sociedade marcada por profundas desigualdades, colaborando para a construção de uma UFRJ que reforce cotidianamente seu papel de referência como centro de excelência de desenvolvimento educacional, científico e tecnológico, voltado para o desenvolvimento nacional e o fortalecimento da democracia.

COMENTÁRIOS