O Sintufrj manifestou na sessão virtual do Conselho Universitário (Consuni) nesta quinta-feira, 24, suas restrições à proposta de calendário acadêmico aprovada no Conselho de Ensino de Graduação (CEG), em 2 de setembro.
A coordenadora do Sintufrj, Damires França, expôs no expediente as razões pelas quais a entidade defende um ajuste no calendário para inclusão de uma semana a mais de recesso entre 2020.1 e 2020.2.
A sessão não foi conclusiva sobre o tema, porque a bancada estudantil pediu vistas do processo. Iria à votação do Consuni o parecer sobre o calendário do CEG pós Período Letivo Especial (PLE) apresentado pela Comissão de Ensino e Títulos do colegiado.
Excessos
A sobreposição de datas para início e fim dos períodos sobrecarregaria o trabalho principalmente dos técnicos-administrativos das secretarias acadêmicas e de coordenação de cursos, que não teriam tempo suficiente para planejar e organizar os semestres. Os estudantes, segundo a dirigente, também seriam prejudicados, assim como a qualidade do ensino.
“A angustia dos servidores técnicos-administrativos é grande, principalmente para quem trabalha nas secretarias acadêmicas e na coordenação de cursos como eu, onde as tarefas aumentam consideravelmente no início de cada semestre. É importante lembrar que o PLE é facultativo apenas para docentes e alunos”, disse Damires.
Segundo a dirigente, houve pressão para o início do semestre de 2021.1 em junho alegadamente para atender prazos do Enem, cujas datas ainda nem foram divulgadas. A proposta dos centros para os meses de julho e agosto não foi considerada e a escolha de junho deixou os dois períodos de 2020 limitados em até sete meses. “O tempo de recesso entre os semestres que compõem 2020 e 2021 precisa ser estendido para realização do nosso trabalho, que fazemos com muita dignidade, e não acarretar em adoecimento. O CEG tem que garantir a oportunidade para que todo o corpo social exponha suas demandas. Estamos solicitando que seja garantido uma extensão desse período de recesso, mas sem sobreposição de períodos”, afirmou Damires.
Ampliar o debate
A representante técnico-administrativa no Consuni e coordenadora do Sintufrj, Joana de Angelis, reforçou a necessidade de ampliar a discussão sobre o tema, mas reconheceu que houve, sim, o empenho da Pró-Reitoria de Graduação e dos conselheiros do CEG em responder com rapidez à demanda acadêmica, tendo o cuidado de seguir todos os ritos institucionais.
“Para os técnicos-administrativos das secretarias acadêmicas e coordenação de cursos nem as três semanas de recesso seria o ideal. Todos os segmentos envolvidos correm risco de adoecerem pela sobrecarga de tarefas. E para dar conta do excesso de trabalho, corremos risco grande de convocação para trabalho presencial”, alertou.
Diante dos problemas levantados e que afetarão também estudantes e docentes, a conselheira fez um apelo para que o Consuni considerasse a necessidade de redefinição do parecer, lembrando que nem todos os integrantes da Comissão de Ensino e Títulos o haviam aprovado.
A Adufrj também se manifestou no Consuni: “Não queremos contestar e nem reabrir a discussão, mas solicitamos que o nosso colegiado máximo considere um ajuste no calendário que foi aprovado pelo CEG, e inclua uma semana a mais no recesso entre 2020.1 e 2020.2” Eleonora Ziller, presidente da entidade.