Solidariedade vermelha: HU precisa de sangue

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O HU precisa de sangue. Volta e meia esse apelo é publicado no site do Hospital Clementino Fraga Filho (HUCFF). Mas esta semana uma ação voluntária foi deflagrada pela comunidade universitária da UFRJ em socorro ao Banco de Sangue da unidade hospitalar, cujo estoque, por conta da diminuição de doadores em consequência da pandemia viral, está abaixo das expectativas mais otimistas.  

Para um hospital especializado em procedimentos de alta complexidade, incluindo transplantes, como é o caso do HU da UFRJ, a quantidade ideal diária de candidatos a doadores é de 80 pessoas. Mas, embora a demanda tenha sido alterada um pouco em função da pandemia, a média chegou a 10 doadores/dia. Subiu para 15 e 20 alguns meses e voltou a cair nas últimas semanas.

Esse quadro dramático foi exposto pelo hematologista Tiago Barros, responsável técnico substituto pelo Serviço de Hemoterapia. Segundo ele, é preciso aumentar os estoques para atender pacientes internados ou que vão se submeter a processos que podem precisar de sangue, como cirurgia de transplante de medula.

Solidariedade  

“A comunidade da UFRJ sempre foi crucial para a manutenção de nossos estoques. Com a pandemia, alunos e muitos dos docentes estão em casa, o que colaborou para a queda nas doações”, constata Tiago Barros. Como neste momento fica difícil para o hematologista contou que os Serviços de Hemoterapia e Hematologia do HU procuraram a ajuda de familiares dos pacientes para uma grande mobilização em busca de doadores de sangue. 

A iniciativa ganhou fôlego quando Thiago Augusto Passos Bezerra, aluno de doutorado da universidade e paciente do HU abraçou a causa. Ele gravou um vídeo propondo a formação de uma rede solidariedade que viralizou nas mídias sociais no dia 20 de outubro e agitou a comunidade universitária. 

Nas duas semanas anteriores, a média de sangue nos estoques havia voltado a cair. “A gente ficou apreensivo, mas mesmo com o feriado a mobilização com o vídeo nos ajudou. Hoje (quarta-feira) o número de doadores foi expressivo: 30 pessoas, sendo que 18 compareceram em nome do autor do vídeo”, contabiliza o responsável técnico pelo Serviço de Hemoterapia. 

Mesmo durante a pandemia, apesar de toda dificuldade, o hospital realizou uma média de quatro transplantes de medula por mês. Um feito louvável, segundo o médico, considerado as dificuldades impostas pela pandemia. E ele espera que os doadores continuem comparecendo, porque 10 pessoas por dia apenas pode comprometer alguns procedimentos. 

Doação com segurança  

Tiago Barros garante que a equipe do Serviço de Hemoterapia garante toda segurança necessária aos doadores de sangue. Como  distanciamento, uso de álcool em gel, mínimo de tempo de espera para os procedimentos, inclusive há a possibilidade de agendar  horário de doação.

O Serviço de Hemoterapia funciona no 3º andar do HU. Para doar, é preciso documento com foto (identidade, carteira de trabalho, certificado de reservista, carteira do conselho profissional ou de habilitação) e estar bem de saúde.

Pessoas a partir de 16 (com autorização dos pais) até 69 anos e pesando mais de 50 Kg podem ser doadoras. Não é necessário estar em jejum, mas deve-se evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação. A coleta é feita das 7h30 às 13h30.

Em função da pandemia do novo coronavírus as pessoas que fazem parte dos grupos de riscos precisam ter atenção às recomendações de isolamento.  Outras informações e agendamento pode ser feitos pelo email hemoter@hucff.ufrj.br. (Todos os candidatos têm que passar pela triagem clínica).

 

 

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