“O Negro nas Eleições” foi a live que deu início aos eventos programados pelo Sintufrj para marcar o Novembro Negro, quando se celebra Zumbi dos Palmares e o Dia da Consciência Negra, na sexta-feira, 20.
O debate desta segunda-feira, 9, foi transmitido pelo canais da entidade no Youtube e Facebook, e reuniu as candidatas à Câmara Municipal do Rio de Janeiro Tainá de Paula (PT) e Andrea Bak (PSOL), e Edson Santana (PCdoB), que também disputa uma vaga de vereador, e teve a participação do sociólogo Wescrey Pereira.
Segundo a coordenadora do Sintufrj, Noemi Andrade, que atuou como mediadora, os debatedores representavam todas as candidaturas negras e de esquerda no Rio de Janeiro. A live está disponível nas mídias do Sindicato.
O Sintufrj realizará várias atividades ao longo do mês com o objetivo de fomentar a discussão racial na comunidade universitária da UFRJ.
Candidaturas negras
O sociólogo Wescrey Pereira destacou a importância da representatividade negra nas instâncias de decisões políticas: “No país temos 54% de negros e negras, mas eles não chegam a 20% no parlamento”, disse ele.
Tainá de Paula e Andréa Bak são militantes negras de esquerda que, a exemplo de Marielle Franco, lutam contra a discriminação e o preconceito racial e pela conquista de melhores condições de vida para a população negra, principalmente para as mulheres negras, que são minoria na política institucional partidária.
“A porteira se abriu e não há volta para a senzala. O Rio precisa refletir e responder a execução de Marielle Franco. Entendo que o voto em mulheres negras, o voto negro é essencial para reconstrução da crença na política e para a discussão da democracia que a gente quer”, afirmou Tainá. A candidata enfatizou ainda importância pedagógica de garantir a visibilidade das candidaturas negras nestas eleições.
A Andréa Bak foi taxativa: “A gente tá na rua. Tá na hora de fazer a mudança acontecer. Tô junto com essa galera que tá aí, cheia de vontade de dar um baque nas estruturas. O ano 2020 é da pretitude. A gente botou fogo no engenho e não pode dar nenhum passo para trás. Precisamos dessa cadeira para colocar nossa cor lá dentro, para ter um projeto político efetivo pensado por e para nós”.
Edson Santana, candidato pelo do PCdoB, disse que a sua candidatura representava o coletivo Malês, portanto, uma candidatura coletiva do movimento negro constituída por quatro ativistas. “Acreditamos que o mandato só pode estar a serviço da participação popular, sobretudo das populações negras, periféricas e em especial da população favelada”, concluiu.
CONFIRA A ÍNTEGRA DO DEBATE: