“Movimentos cruzados, histórias específicas. Estudo comparativo das práticas sindicais e de greves entre metalúrgicos e canavieiros” é o título do livro ganhador do prêmio da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) como a melhor obra científica das Ciências Sociais de 2020. A primorosa edição leva a assinatura da Editora UFRJ.
A obra tem vários autores, mas foi organizado pelos professores José Sérgio Leite Lopes e Beatriz Heredia (in memorian). A diretora adjunta da editora, Fernanda Ribeiro, fala da importância da premiação:
“É um incentivo e reconhecimento da produção científica realizada na universidade e difundida por uma editora universitária pública também, no campo das ciências sociais no país. E assegura a difusão dos trabalhos de excelência acadêmica e intelectual junto à comunidade científica e ao público em geral. Num ano com tantas dificuldades em virtude da Covid-19, esse prêmio trouxe uma alegria enorme para toda a equipe”.
O prêmio, observa Fernanda, é um “reconhecimento não só dos organizadores e autores, mas de toda equipe que trabalhou para que o texto se tornasse um belíssimo livro”.
O conteúdo foi tema de debate que contou com a participação de quatro pesquisadores envolvidos no projeto que resultou na obra publicada e são eles: os sociólogos Mário Ladosky, professor da Universidade Federal de Campina Grande; Jaime Santos Jr., professor da Universidade Federal do Paraná; Marilda Menezes, professora da Universidade Federal do ABC e o historiador e professor da Universidade Federal de São Paulo, Murilo Leal.
O vídeo do debate pode ser acessado pelo endereço https://www.facebook.com/editora.ufrj/. O livro encontra-se disponível gratuitamente no site da Editora UFRJ: www.editora.ufrj.br/Download.
Projeto exitoso
O livro é o resultado do projeto de pesquisa “Movimentos cruzados, histórias específicas. Análise comparativa dos ciclos de greves iniciados pelos metalúrgicos de São Paulo e do ABC Paulista e pelos canavieiros de Pernambuco no final dos anos 1970”, aprovado pelo edital da Capes “Memórias Brasileiras: Conflitos Sociais”, de 2015.
“A obra trata de uma comparação entre práticas de lutas por direitos exercidas por trabalhadores urbanos e trabalhadores rurais. Dentre vários episódios exemplares de lutas do povo brasileiro selecionados para terem um lugar importante na memória transmitida entre gerações, figuram os das greves dos metalúrgicos de São Paulo, Osasco, Guarulhos e do ABC paulista, os operários urbanos por um lado e, por outro, as greves dos canavieiros de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, no final dos anos 1970!, explica Fernanda.
Fernanda complementa informando que a escolha das categorias de grevistas visou privilegiar a comparação entre o sindicalismo de trabalhadores numa situação urbano-industrial e numa situação rural. E com isso oferecer uma ideia mais ampliada das lutas de dois setores importantes das classes trabalhadoras brasileiras desde que o direito à sindicalização foi estendido ao campo, em 1963. A comparação foi uma oportunidade de analisar recorrências e diversidades entre esses setores.