Uma live cheia de firmeza e ternura – como bem traduziu uma das participantes – foi a atividade simultânea do Sintufrj e Sisejufe (Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal do Rio de Janeiro), nesta quarta-feira, 10, transmitida pelas redes sociais das duas entidades, cujas direções são majoritariamente composta por mulheres.
“Os direitos das mulheres – história e luta feminista no Brasil” foi o tema da roda de conversa, evento que fez parte da parceria firmada entre os dois sindicatos para celebrar o mês dedicado às trabalhadoras que lutam e lutaram por uma sociedade justa e igualitária para todos.
Destaques
A historiadora Glaucia Fraccaro, professora e pesquisadora da Universidade Estadual de Santa Catarina e autora de livros e artigos sobre o feminismo, trabalho e história do movimento sindical foi a debatedora convidada. A roda se completou com a participação da coordenadora do Sintufrj, Maria Angélica Silva, e a diretora do Sisejufe, Lucena Marins.
Feminismo, política, trabalho doméstico, trabalho infantil, trabalhadoras e mulheres comuns, governo Bolsonaro, home office, exploração do trabalho feminino foram assuntos debatidos na roda de conversa on line.
Glaucia enalteceu a luta cotidiana das mulheres comuns, as que não estão configuradas na história. “A consciência da ação não está nas universidades, está na nossa própria ação”, definiu ela.
Lucena Marins, do Sisejufe, acrescentou: “Nós estamos na luta ao longo da história, mas nossos nomes não estão lá. E são várias as formas de fazermos essa luta, mas fundamentalmente é preciso estarmos juntas para o enfrentamento”.
“Nesse mês de março vamos falar das mulheres e das mulheres no mundo do trabalho que pouco se conhece e pouco se fala”, completou a dirigente.
A historiadora destacou também a luta das trabalhadoras na história do feminismo:
“Consideramos como expressiva a participação das mulheres trabalhadoras como parte da história feminista no Brasil”, afirmou.
Sobre o momento atual, ela alertou: “Temos um projeto de destruição em curso que envolve especialmente a exploração intensa das mulheres”.
A coordenadora do Sintufrj, Maria Angélica, lembrou da batalha das mulheres das periferias pela vida e por seus filhos, do prejuízo que o governo Bolsonaro tem causado às mulheres e o seu pouco apreço à vida humana:
“Na demissão, as mulheres são as primeiras a serem demitidas. Precisamos estar organizadas nos sindicatos, nos locais de trabalho, nas periferias. Temos hoje no governo um genocida que não se preocupa com a vida humana”.
Maria Angélica ressaltou o vislumbre de esperança que se avizinha com a volta de Lula ao cenário político: “Desde ontem (dia em que o juiz do STF, Edson Fachin, anulou as condenações de Lula nos processos da Operação Lava-Jato) temos uma nova esperança aí surgindo”, afirmou.
A íntegra do debate está à disposição dos interessados no canal do Sintufrj no Youtube.