“Quando vamos nos dar conta do tamanho desta hecatombe?”, questionou o respeitado cientista Miguel Nicolelis ao repercutir o novo recorde macabro da pandemia no Brasil
Matéria retirada do site da Revista Fórum.
O Brasil registrou nesta terça-feira (6) um novo recorde relacionado à pandemia do coronavírus. Segundo balanço do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), 4.195 pessoas morreram em decorrência da Covid-19 nas últimas 24 horas. Trata-se da primeira vez que o número de óbitos supera a marca de 4 mil de um dia para o outro.
Desde o início da pandemia, já foram contabilizados 336.947 óbitos causados pela doença.
O número de infectados pelo vírus também segue crescendo de maneira descontrolada. Foram, segundo o Conass, 86.979 casos confirmados de Covid-19 nas últimas 24h, o que faz o acumulado desde o início da crise sanitária saltar para 13.100.580.
Pelas redes sociais, o respeitado cientista Miguel Nicolelis, que desde o início do ano vem pregando um lockdown nacional para cessar a escalada de mortes, reagiu aos novos números. “Segundo CONASS atingimos 4195 mortos por COVID19 nas últimas 24 horas no Brasil! Quando vamos nos dar conta do tamanho desta hecatombe?”, questionou.
Bolsonaro segue pregando contra lockdown e em favor de remédios sem eficácia
Mais cedo, antes da divulgação do novo número recorde da Covid no Brasil, Jair Bolsonaro atribui a queda no número de internações anunciada pelo prefeito João Rodrigues (PSD) em Chapecó, Santa Catarina, ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença no propagado “tratamento precoce”, que utiliza remédios como cloroquina e ivermectina.
“Naquele município – e em mais também, em estados -, o médico tem a liberdade total de trabalhar com o paciente. Total. Esse é o dever do médico. É uma obrigação e um direito dele. Não tem um remédio específico, ele trata da melhor maneira possível, por isso os índices foram lá para baixo”, disse Bolsonaro, ignorando que, entre as medidas adotadas pelo prefeito, está o lockdown, medida tida por especialistas como a mais efetiva para conter as mortes enquanto não há vacinação em massa e que é rechaçada pelo presidente.