“Tudo se mistura: eu trabalho, paro e faço o almoço, volto para o trabalho; paro, dou atenção à minha filha e volto para o trabalho. Assim a gente vai lidando com as demandas de casa e do trabalho. A jornada, que era dupla, virou uma jornada contínua, que não acaba nunca”, constata Mônica Teixeira Vairo, da secretaria acadêmica do Instituto de Psicologia.
“O curso de Psicologia é integral, tem cerca de mil alunos, e tenho que administrar grades de horários nesse universo tão amplo e com particularidades. O início de semestre é sempre bem complicado para quem trabalha em secretaria acadêmica”, explicou a servidora técnica-administrativa.
Relação injusta
“Considero também que tem sido muito injusta a forma de trabalho remoto adotada pela universidade, porque não recebemos nenhuma ajuda de custo pelo uso da nossa luz, nosso papel. E ainda tivemos que comprar equipamento para realizar o trabalho com qualidade”, pontua.
Mônica teve que comprar uma impressora com scanner para realizar o seu trabalho em casa com eficiência. Ela também se queixou do aumento da demanda do seu fazer em consequência da escassez de servidores, a maioria afastados por licença médica.
“Ascensão deveria ser um direito”
Mônica se ressente pela falta de perspectiva do servidor técnico-administrativo de ascender na carreira.
E conclui seu depoimento afirmando com desalento: “Acho que o técnico-administrativo não tem visibilidade na universidade. Servimos para apagar incêndios. Há uma desvalorização total do nosso plano de carreira e também ao reconhecimento do trabalho que realizamos por parte da comunidade acadêmica”.