Um minuto de silêncio, lágrimas, vozes embargadas e muita tristeza pela perda recente de companheiros da categoria para a covid-19, entre as mais de 500 mil vítimas do vírus e milhões de pessoas enlutadas em todo o país, infelizmente foram destaques na assembleia do Sintufrj realizada nesta quarta-feira, 23, on-line.
“Nos solidarizamos com todos os amigos pelas mortes desses companheiros guerreiros e lutadores, e é muito bom saber que temos uma militância aguerrida”, disse a coordenadora-geral do Sintufrj, Neuza Luzia.
A pauta da assembleia foi análise de conjuntura e eleição dos delegados à plenária nacional da Fasubra dias 25 e 26 de junho, além de informes da base e da direção.
Fora Bolsonaro!
As homenagens se intensificaram no ponto de avaliação da conjuntura, quando todos, sem exceção, se manifestaram pelo fortalecimento das manifestações de rua, mas com os cuidados necessários de segurança conta o vírus, para pôr fim, antes das eleições do próximo ano, ao governo do genocida Bolsonaro.
“É necessário reiterar, na plenária da Fasubra, esforços na busca de uma unidade nacional para tirar Bolsonaro. Uma grande preocupação e consternação é que ainda tem servidores postando nas redes apoio a esse governo. A campanha Vacina no braço, comida no prato tem muito valor. O país se transformou em terra arrasada! Temos que desgastar Bolsonaro, Mourão, Guedes e tudo o que eles representam para a população brasileira, apontou Gerly Miceli, coordenadora-geral do Sintufrj.
“Fomos para a rua no dia 29 de maio e 19 de junho, e foi um sucesso. Em contrapartida, Bolsonaro continua gastando milhões no Congresso Nacional para garantir a aprovação da reforma administrativa.
“A gente tem que mobilizar, porque é com o povo na rua que vamos tirar o Bolsonaro. Não dá para esperar a eleição de 2022. Vamos tirar esse cara e vamos para a plenária da Fasubra com a intenção de quebrar o marasmo que ainda existe para pôr em prática essa decisão”, afirmou o coordenador do Sintufrj, Jesse Moura. “São mais de 500 mil mortes e milhões de sequelados em consequência da covid-19, e a eleição de 2022 está sub judice, porque o Bolsonaro vive dizendo que vai ter “fraude”, alertou Walmir Penedo.
“Bolsonaro está na defensiva e temos que estar nas ruas conversando com a população”, observou Igor Dantas. “O grande norte é fazer com que as pessoas que votaram contra o PT não voltem a votar no Bolsonaro”, acredita Juscelino, da Diseg. “A derrota de Bolsonaro tem que ser só um começo”, pontuou Rafael Raposo, acrescentando: “temos que voltar a questionar o sistema capitalista. A pandemia mostrou o fracasso das políticas neoliberais. Cuba, com todo o embargo econômico, conseguiu produzir uma vacina com mais de 92% de eficácia contra o coronavírus”.
“O movimento nas ruas está se tornando de massa e unificando estudantes e trabalhadores. Temos que aproveitar esse momento é fazer crescer a oposição à reforma administrativa do governo Bolsonaro”, propôs Francisco de Paula.
Debate
Na opinião de Esteban Crescente, a realização somente no dia 24 de junho das próximas manifestações de rua por vacina para todos, auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia, contra as privatizações e a reforma administrativa, em defesa da vida do povo negro e da educação pública, e por uma política de geração de empregos consiste em um erro de avaliação dos organizadores (Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, movimentos sociais e centrais sindicais). Ele defende que a plenária dos movimentos no dia 10 de julho antecipe essa data. “Tem que virar moda ser contra o Bolsonaro. Vamos aproveitar o gás com as muitas postagens de artistas. Até Anita se manifestou contra o Bolsonaro”, lembrou.
Neuza Luzia é favorável a se intensificar a mobilização, apesar da cautela por parte da maioria das pessoas, mas ponderou que “tem que ser mantido o caráter de unidade” na tomada das decisões conjuntas:
“Temos clareza da necessidade de ir para a rua, e a realização de atos em paralelo à CPI da Covid tem surtido efeito. As pessoas andam indignadas com as mentiras dos apoiadores do governo. Mas, em prol da unidade, a tentativa de antecipar essa data deve ser feito com muita cautela”, disse a dirigente. Ela propôs, se o dia 24 for mantido, que as entidades organizem pequenos atos até lá. “O centro do debate Fora Bolsonaro tem que estar lincado com a Defesa da Democracia e da Vida”, concluiu
Deliberações
. Realização de agitação (com carro de som e/ou distribuição de panfleto explicando a situação atual da UFRJ, as consequências da reforma administrativa para o servidor e os serviços públicos e a situação em que se encontra o país por conta do governo Bolsonaro) aos candidatos a técnico-administrativo da UFRJ, no domingo, quando farão a prova do concurso público. A proposta é
. Construir ações localizadas antes do dia 24 de julho.
Fasubra — Participarão da plenária da Fasubra nos dias 25 e 26 de junho cinco representantes da base do Sintufrj e dois da direção da entidade, eleitos em chapa única.
Por aclamação, foram aprovadas as seguintes propostas a serem levadas para este importante fórum de deliberações da Federação:
. A Fasubra deve organizar um dia nacional de luta da Educação, tendo como eixos o corte de verbas, a autonomia com democracia e não intervenções.
. A Fasubra deve incorporar o ato pelo piso salarial dos profissionais de saúde.
. A Fasubra deve defender a realização de um dia de luta em defesa do serviço público e contra a reforma administrativa, e uma campanha de reposição salarial.
CONFIRA A ÍNTEGRA DA ASSEMBLEIA NO CANAL DO SINTUFRJ: