Na França, diretor diz que “temos que levantar a voz” contra “o cara do Brasil”, Donald Trump e Vladimir Putin
O cineasta norte-americano Spike Lee, presidente do júri do Festival de Cannes (França) em 2021, disse, nesta terça-feira (6), que o presidente brasilero, Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são “gângsters”. Depois, convocou: “Temos que levantar a voz contra eles”.
Lee estava com a palavra na cerimônia de abertura do festival de cinema francês, um dos mais prestigiados do mundo. Ele também afirmou que os três líderes nacionais referidos “não têm moral ou escrúpulos”.
O cineasta, de 64 anos, diretor de filmes como “Faça a Coisa Certa” e “Infiltrado na Klan”, é o primeiro negro estadounidense a ocupar a posição de fiscal do júri do Festival de Cannes. Ele é reconhecido internacionalmente por abordar em seus filmes questões relacionadas ao racismo nos EUA e no mundo.
“O mundo está sendo governado por gângsteres. O Agente Laranja [Donald Trump, assim chamado em referência à cor de seus cabelos e à arma química utilizada pelos EUA na guerra contra o Vietnã], o cara do Brasil [Jair Bolsonaro] e Putin. São gângsteres, e vão fazer o que quiserem. Não têm moral ou escrúpulos, esse é o mundo em que vivemos, e precisamos levantar a voz contra gângsters como esses”, conclamou o cineasta.
O Festival de Cannes teve início nesta terça e se encerra no dia 17 de julho. A declaração de Spike Lee, durante a abertura do evento, imediatamente repercutiu na imprensa internacional e no Brasil, como a postagem da ex-deputada federal Manuela d´Ávila (PCdoB-RS).
Ainda no Brasil, quem não gostou do que disse o o diretor norte-americano foi o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, conhecido por suas posições contrárias aos movimentos e pautas contrários ao racismo no país. Para ele, Spike Lee “é um hipócrita”, e qualquer crítica do cineasta a Bolsonaro “soa como elogio”.
Edição: Vinícius Segalla