Presidente de esquerda assume o cargo no mesmo dia em que país completa 200 anos da sua independência da Coroa espanhola
Neste 28 de julho, Pedro Castillo, do partido de esquerda Peru Livre, assume a presidência do Peru, no mesmo dia em que o país celebra 200 anos da sua independência.
O presidente do bicentenário assume o cargo depois de uma eleição apertada, em que venceu com 44 mil votos de vantagem e demorou um mês e meio para ter os resultados homologados pela Justiça Eleitoral.
Castillo promete realizar uma reforma na constituição, criar programas sociais para erradicar com o analfabetismo no país e aumentar o investimento em educação para 10% do PIB peruano.
Um dos primeiros desafios será enfrentar a pandemia de covid-19, que já infectou 1,98 milhão de peruanos e gerou 187 mil mortes, posicionando o Peru como o país com a maior taxa de letalidade do mundo: 5.941 óbitos a cada 1 milhão de habitantes.
O novo chefe de Estado promete vacinar toda a população peruana até o final do ano. Até o momento,12,2 milhões de doses foram aplicadas.
Na cerimônia de posse, que começa às 11h30 (hora de Lima), o Brasil estará representado pelo vice-presidente, general Hamilton Mourão. Os outros representantes sul-americanos são: os presidentes Luis Arce da Bolívia, Alberto Fernández da Argentina, Guillermo Lasso do Equador; o chefe de Estado colombiano Iván Duque, o chileno Sebasitán Piñera, e o o chanceler Francisco Bustillo representando o Uruguai. A Espanha enviou o rei Felipe VI.
Já o gabinete de ministros deve ser empossado às 16h30 de hoje.
Congresso
O Congresso peruano é composto por 130 deputados e ficou dividido em dez bancadas, a maior é a do partido governante Peru Livre com 37 parlamentares, seguido da organização de extrema-direita Força Popular com 24 cadeiras.
A aliança governista ficou conformada pelos partidos: Peru Livre, Somos Peru, Partido Morado e Juntos pelo Peru, totalizando 54 congressistas.
A extrema-direita, representada pelos partidos Renovação Popular e Força Popular postularam Jorge Montoya como candidato à presidência legislativa, que acabou recebendo apenas 10 votos.
Outros partidos formaram uma aliança de centro-direita para assumir a direção do Parlamento. Enquanto a chapa inscrita pela aliança governante não foi aceita, acusando inscrição fora do prazo.
Dessa forma, na votação realizada na última segunda-feira (26), houve 50 votos em branco contra 69 votos, que elegeram María del Carmen Alva, do partido de centro-esquerda Ação Popular, terceira maior força do congresso, para a presidência do período legislativo 2021-2022. Como vice-presidentes foram eleitos Lady Camones, de Aliança Para o Progresso, Patricia Chirinos, de Avança País, e Enrique Wong, de Podemos Peru.
María del Carmen defendeu a unidade para o fortalecimento da democracia peruana. “Terminemos o conflito entre poderes. O governo deve cumprir com sua tarefa e o Legislativo também”, declarou no seu primeiro discurso como presidenta do Congresso.
Por outro lado, o deputado Enrique Wong já manifestou que acredita “não ser o momento” para uma reforma da Constituição – principal proposta de campanha de Castillo.
Edição: Rebeca Cavalcante