Servidores: pressão faz governo acenar com negociação

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Sem reajuste há cinco anos, o funcionalismo público iniciou 2022 em campanha pela recomposição salarial emergencial de 19,99%, referente às perdas nos três anos de governo Bolsonaro. 

Uma agenda de atividades tem sido cumprida diuturnamente e após meses de silêncio, um dia antes da deflagração da greve nacional da categoria e após dois meses de mobilização intensa, o governo aceitou reunir com o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais), do qual a Fasubra faz parte, e o Fórum Nacional das Carreiras Típicas do Estado (Fonacate).

A reunião no dia 22 foi realizada no Ministério da Economia – Bloco C, e participaram pelo governo os secretários José Borges de Carvalho Filho, coordenador-geral de Negociação Sindical no Serviço Público e diretor interino de Relações de Trabalho do Ministério da Economia e o secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal, Leonardo José Matos Sultani. Da Fasubra estavam presentes os coordenadores Antônio Alves (Toninho) e Rosângela Costa.

De acordo com o coordenador-geral da Fasubra, Toninho, a reunião apontou a necessidade de abertura de uma mesa de negociação para discutir a reivindicação principal das entidades do Fonasefe, que é o aumento de 19,99%. “As entidades cobraram uma posição do Ministério da Economia sobre a necessidade real da abertura de uma mesa de negociação. O secretário (Borges) respondeu que dialogará com parte do governo para que a mesa possa ser concretizada e retornará ao Fonasefe no dia 1º de abril com uma resposta decisiva”, afirmou. 

Segundo a coordenadora da Mulher Trabalhadora Rosângela Costa, foi cobrado do governo coerência e respeito às trabalhadoras e aos trabalhadores do serviço público. “Não vamos permitir que nosso povo seja jogado na miséria para morrer à míngua, como foi feito no Brasil durante a pandemia”, criticou. Para Rosângela, é fundamental a unidade e as entidades que puderem enviar representantes nos próximos dias à Brasília será muito bom, a exemplo da campanha da PEC 32.

“Essa reunião foi fruto da mobilização que fazemos todos os dias e, principalmente, de quem está na base. Gosto de fazer uma analogia, a de que ‘governo e feijão, só amolece se tiver pressão’. Esse é o recado, é preciso cobrar nos estados, cobrar os(as) deputados(as). Nossa vitória será do tamanho da nossa luta. Quem não lutar, não vai conseguir nada”, destacou o coordenador Jurídico e Relações do Trabalho João Paulo Ribeiro, o JP.

Ocupa Brasília

A mais nova ação dos servidores públicos nessa campanha pelo reajuste emergencial será o Ocupa Brasília com caravanas de todo o país para vigília no Ministério da Economia nos dias 29, 30 e 31 de março. O dia 30, quarta-feira, será um marco nessa jornada com o Ocupa Brasília, pois tem reunião marcada com o governo dia 1º de abril e os servidores públicos precisam mostrar força para pressionar pela recomposição salarial emergencial de 19,99% para todas as categorias.

Construção da greve

Reunião ampliada da Fasubra reorientou o calendário da campanha salarial unificada devido as dificuldades de organização apresentadas pelas bases conforme avaliação feita pelo Fonasefe. Assim, o dia 23de março que estava marcado para o início da greve do funcionalismo foi transformado num dia de mobilização nacional e definido uma Jornada de Lutas até 1º de abril. 

A adesão ao movimento paredista tem sido diferenciada conforme o grau de mobilização das categorias. Nas universidades federais de todo o país o grau de mobilização dos técnico-administrativos é diverso, como no Rio de Janeiro, e a maioria das entidades de base realizaram atos no dia 23 de março. Poucas deflagram greve neste dia.

Em Brasília houve vigília de representantes de várias categorias em frente ao Ministério da Economia. 

No Rio houve atos pela manhã na UFRJ e Universidade Rural. 

Na Paraíba houve ato público pela manhã em frente ao Ministério da Economia promovido pelo Fórum Unificado dos Servidores Públicos Federais da Paraíba e Central Única dos Trabalhadores. 

Na Universidade Federal de Sergipe os técnico-administrativos estão em estado de greve e vão paralisar as atividades nos dias 29, 30 e 31 de março.  

Em Juiz de Fora os técnico-administrativos da Universidade Federal de Juiz de Fora deflagraram greve por tempo indeterminado e instalado o comando local de greve. 

Na Universidade Federal de Alagoas foi deflagrada uma greve conjunta de técnico-administrativos, professores e movimento estudantil.

Em relação a outras categorias do serviço público, os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entraram em greve por tempo indeterminado em todo o Brasil no dia 23 de março. Ação dos servidores irá paralisar os atendimentos presenciais nas unidades do Instituto de forma gradativa sendo regulada pelos comitês grevistas de cada Estado.

Os funcionários do Banco Central seguem de braços cruzados, segundo o sindicato nacional da categoria. Eles cumprem agenda de paralisações que impacta no monitoramento do sistema de pagamentos. Auditores da Receita Federal vem realizando operação-padrão.

Calendário

Na agenda de mobilização do Fonasefe estão programadas as seguintes datas:

1/4 – Sexta-feira – Ato pela Liberdades democráticas: ditadura nunca mais, convocado pelo ANDES-SN, na cidade de Porto Alegre;

7/4 – Quinta-feira – Dia Mundial da Saúde. Fortalecer atos que vão ocorrer em todo Brasil destacando a defesa do SUS; 

9/4 – Sábado – Dia Nacional construído pelo Comando Nacional de Luta pelo FORA BOLSONARO.

 

 

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