A dupla Bolsonaro/Paulo Guedes (ministro da Economia) divulgou, na mídia, na quinta-feira, 13, a concessão de reajuste salarial de 5% para todos os servidores públicos federais a partir do mês de julho. Correndo atrás da reeleição, o governo bolsonarista espera aplacar a insatisfação da massa do funcionalismo que caminha para uma greve unificada, com esse percentual insignificante. Mas, ainda não há nada confirmado oficialmente.
Para o coordenador Jurídico e de Relações de Trabalho da Fasubra, João Paulo Ribeiro, essa ação do governo é eleitoreira e pode ser apenas um blefe. Ele afirma que é preciso esperar que seja oficial. Além disso, o dirigente avalia que é necessário, se houver realmente o reajuste linear, saber em que bases ele está sendo feito. Sendo assim, os servidores devem continuar a pressão para instalação da mesa de negociação entre o governo e o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais).
Precaução
“Vamos esperar o comunicado oficial sair no diário oficial para depois avaliarmos. Quais são as bases dessa ação eleitoreira? O governo vai dar 5% linear para todos ou só para os ativos? E os aposentados e os pensionistas? Não sabemos de nada. Para nós, é um blefe. É mais uma fake news. Então é aguardar e continuar a pressão para que tenha mesa de negociação efetiva”, recomenda João Paulo.
Na avaliação das entidades que compõem o Fonasefe, entre elas a Fasubra Sindical, o governo não só desrespeita o conjunto dos servidores ao divulgar uma decisão unilateral, como o índice é insuficiente. “Os 5% não representam um terço do que as entidades solicitam como mínimo, que são os 19,99%, que cobre apenas a inflação dos últimos três anos”, afirma a Fasubra em sua página na internet.
Aumentar a pressão
Independente de anúncios oficiosos do governo, o Fonasefe decidiu, em reunião na quinta-feira, 14, manter a agenda de mobilizações neste mês de abril e continuar a construção da greve unificada dos servidores públicos federais. Ofício ao Ministério da Economia será encaminhado solicitando informações sobre o que foi anunciado na imprensa e abertura de negociação de fato.
Nas próximas duas semanas a vigília em frente ao Ministério da Economia será reforçada, de terça a quinta, das 11h às 13h. Nova Jornada de Lutas acontecerá de 25 a 29 de abril, com paralisação nacional dia 28.