Trabalhador que recebe salário mínimo comprometeu, em março, quase 60% na compra dos produtos da cesta
O mais recente levantamento feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostra que, em março, o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em todas as capitais onde realiza (mensalmente) a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
As altas mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (7,65%), em Curitiba (7,46%) e São Paulo (6,36%). São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou o maior custo (R$ 761,19) em março, seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 750,71).
A comparação do valor da cesta em 12 meses, ou seja, entre março de 2022 e março de 2021, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preços, com variações que oscilaram entre 11,99%, em Aracaju, a 29,44%, em Campo Grande.
Longe do mínimo necessário
Com base na cesta mais cara (em março, a de São Paulo), e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em março de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.394,76, ou 5,28 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.
Cesta x salário mínimo
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, (após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social), verifica-se que o trabalhador comprometeu em média, em março de 2022, 58,57% do rendimento para adquirir os produtos da cesta, mais do que em fevereiro, quando o percentual foi de 56,11%. Em março de 2021, (o salário mínimo era de R$ 1.100,00), o percentual ficou em 53,71%.
Aumento na mesa
Cesta pesa mais no bolso no Rio
Em março de 2022, o valor da cesta básica do Rio apresentou aumento de 7,65% em relação a fevereiro de 2022. Seu custo foi de R$ 750,71, a 2ª mais cara dentre as capitais pesquisadas. Em comparação com março de 2021, o valor da cesta acumula elevação de 22,55%.
Lista salgada
Em março de 2022, onze dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram aumento em seus preços médios em comparação com fevereiro: o tomate (47,31%), a batata (12,84%), o óleo de soja (9,29%), a farinha de trigo (4,96%), o feijão preto (4,66%), o leite integral (3,77%), o arroz agulhinha (3,67%), a carne bovina de primeira (2,96%), o pão francês (2,53%), o café (1,84%) e o açúcar refinado (0,22%). Apresentaram redução de preços a banana (-2,13%) e a manteiga (-0,22%).