Pró-Reitor de Finanças avisa que a UFRJ só tem cobertura orçamentária até meados do mês que vem. O funcionamento da instituição está ameaçado
No dia de mobilizações nacionais em defesa da democracia, da universidade pública e por eleições livres, em sessão nesta quinta-feira, dia 11, no auditório do bloco A do Centro de Tecnologia, o Conselho Universitário da UFRJ, que teve como pauta a crise orçamentária que tem ameaçado o futuro da universidade, aprovou por unanimidade carta ao Ministério da Educação em que reivindica a recomposição de recursos, expondo os feitos drásticos dos cortes.
No Consuni, autoridades universitárias, conselheiros, e entidades representativas de técnicos-administrativos, docentes e estudantes (cuja fala foi aprovada por unanimidade), também se manifestaram em defesa da recomposição do orçamento da universidade e do Estado Democrático de Direito.
A reação acontece um dia depois de mais um exemplo de desprezo de Bolsonaro pela educação e saúde públicas: o governo vetou dispositivos na Lei de Diretrizes Orçamentárias que impediam que setores como educação e saúde tivessem em 2023 dotações inferiores às deste ano. Foram vetados aumentos de recursos para universidades e institutos federais de ensino, e recursos para serviços públicos de saúde, por exemplo.
Funcionamento em risco
O pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças, Eduardo Raupp explicou que esta não tem comparação com as crises anteriores. Pela primeira vez, com cortes num orçamento já em aplicação, integralmente liberado em lei e já 90% empenhado, comprometendo contratos com fornecedores: “Temos cobertura orçamentária até meados do mês que vem, colocando em risco nosso funcionamento”.
Segundo ele, é importante discutir a gravidades da crise neste momento de resposta aos ataques a democracia, porque o corte no orçamento é a forma como se expressa o desprezo com a educação: de 2019 para cá, o orçamento foi reduzido em R$70 milhões, sem considerar a inflação.