Ele parte no mesmo mês que Gal Costa, mas além do horizonte, suas músicas ficam para sempre
Erasmo Carlos, um dos maiores compositores da Música Popular Brasileira (MPB), morreu aos 81 anos, no Rio de janeiro, após ser internado às pressas nesta terça-feira (22) em um hospital da Barra da Tijuca
O eterno parceiro de Roberto Carlos havia sido hospitalizado em outubro para tratar da síndrome edemigênica, uma doença vascular. A causa da morte ainda não foi divulgada. O diretor da TV Globo Boninho se despediu de Erasmo em sua conta no Instagram.
A importância de Erasmo para a música brasileira foi imensa. Natural da Tijuca, no Rio de Janeiro, Erasmo cresceu e se envolveu com a música na virada da década de 1950 para os anos 60. Ele fez parte da turma que contava com Roberto Carlos, Tim Maia e Jorge Ben – antes de trocar o nome para Benjor – um quarteto que iria definir os rumos da MPB.
Como muitos de sua geração, se apaixonou pelo rock de Elvis Presley e, em 1965, deu início ao programa de TV Jovem Guarda, com Roberto Carlos e Wanderléa. No ar por três anos, a atração foi “a cara” da juventude brasileira da época: rebelde, rockeira e sem muito envolvimento político. Nos primeiros anos da ditadura militar (1964-85), o lado apolítico da Jovem Guarda foi intensamente combatido por outra facção da MPB, que pregava o engajamento.
Mas junto com Roberto, Erasmo capturou o sentimento da época, escrevendo canções que se tornaram eternas: Quero Que Tudo Vá Para o Inferno, É proibido Fumar, Festa de Arromba e O Calhambeque.