Política em Copa do Mundo? Na Seleção Brasileira só é ok se for de direita

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Relembre como é dura a vida de um esquerdista vestindo a amarelinha em Mundiais

Rodrigo Durão
Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

 

Ao se analisar a convocação da seleção brasileira para a Copa do Mundo no Catar, fica evidente que a polarização vista na sociedade não se reflete entre os jogadores que vão representar o país no Mundial. Enquanto alguns dos principais nomes do elenco apoiaram publicamente o candidato derrotado Jair Bolsonaro (PL), como Neymar, Dani Alves e Thiago Silva, nenhum dos 26 convocados declarou preferência por Lula.

Isso não é novidade. Historicamente, o país sempre aceitou melhor manifestações de direita do que de esquerda se vindas da seleção brasileira, em especial em Copas do Mundo. Neste 2022 de ânimos acirradíssimos, fica ainda mais difícil.

Mas é possível conjecturar que, mesmo intimidados pelo contexto do futebol profissional masculino, que tem entre seus financiadores bolsonaristas fervorosos, como Luciano Hang, cuja Havan patrocina vários times, entre eles o Flamengo, existam apoiadores do petista entre os selecionados.

Um deles é Richarlison, atacante do Tottenham da Inglaterra. Mesmo sem se dizer abertamente lulista, ele já se posicionou da mesma forma que o presidente eleito em temas como o ambientalismo e a ciência – o oposto das visões de Bolsonaro.

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“Toda vez que me posiciono por algo que acredito, vem um monte de gente xingar, um monte de gente para de me seguir e dá uma dor de cabeça danada. Só que eu não ligo para isso. Enquanto puder fazer algo pra mudar meu país para melhor, eu vou estar aqui pra colocar a boca no mundo e gritar mesmo.”, declarou ele ao UOL.

Outro que possivelmente nada contra a maré bolsonarista é o meia Everton Ribeiro. Discreto, o flamenguista (vide a menção acima à Havan) não se manifesta, mas sua esposa sim.

“Gente, eu nunca escondi que sou contra esse governo desde que vi a primeira entrevista do atual presidente no extinto CQC“, postou Marília Nery no Twitter, em 2020.

Entre os ex-atletas, a proporção também pende fortemente à direita. Craques do passado recente como Rivaldo, Ronaldinho Gaucho e Romário apoiaram nessas eleições o militar expulso. Causa surpresa quem faz diferente, como os tetracampeões Raí e Bebeto, que se manifestaram a favor de Lula, e o ex-vascaíno Juninho Pernambucano, que até participou do horário eleitoral do petista.

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Do outro lado, Neymar chegou a declarar pouco antes do pleito em live com Bolsonaro, que celebraria seu primeiro gol no futuro Mundial fazendo o símbolo do 22, o número do candidato perdedor.

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