Mais um Conselho Universitário (Consuni) extraordinário que contou com o protagonismo dos estudantes e a representatividade do Sintufrj aconteceu nesta quinta-feira, 10, com direito a prorrogação até às 14h. Conforme ocorreu na sessão anterior, também de caráter excepcional, a Reitoria não conseguiu pôr em votação o seu projeto de concessão de 15 mil m² de área do campus da Praia Vermelha à iniciativa privada, que abrange o terreno da antiga casa de show Canecão e o campinho, sob administração da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD), onde são desenvolvidos vários projetos de extensão acadêmicos e social, por diferentes unidades.
A posição do Sintufrj e de parte dos professores da Praia Vermelha, além da comunidade da EEFD é contrária ao projeto. O Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) realizou na terça-feira, 8, e na quarta-feira, 9, uma consulta popular e os resultado foi o seguinte: 94% dos alunos das unidades e institutos disseram não à privatização do campinho; 79% dos técnicos-administrativos e 71% dos docentes também. O tema volta ao Consuni na sessão extraordinária na quinta-feira, 17, e a temperatura promete ser quente novamente com manifestações dos estudantes.
Debate, já!
Entre palavras de ordem cadenciadas pelo som de um bumbo, como “Nossa! Olha isso: a Reitoria é privatista. Virou disputa!”, “Você tira o meu campinho e eu tiro o seu sossego” ou “A Denise cresce com o BNDES”, representantes do DCE Mário Prata, dos Centros Acadêmicos dos cursos da Praia Vermelha, UNE e de movimentos estudantis organizados, a sessão foi marcada pela cobrança de realização de debates com a comunidade universitária sobre o projeto, que envolve o futuro da UFRJ por 30 anos – esse é o tempo de validade do contrato com o consórcio de empresas privadas, com a possibilidade de renovação por mais cinco anos –, e a leitura dos pareceres contrários ao da Comissão de Desenvolvimento do colegiado, apresentado na semana passada pelo relator.