Foi frustrada a intenção da Reitoria de pôr em votação nesta quinta-feira, 3, no colegiado máximo de decisões da instituição, o projeto “Valorização dos Ativos Imobiliários da UFRJ”, ex-Viva UFRJ — O que está em jogo é uma área de 15 mil m² na Praia Vermelha e por três décadas.
Após manifestações vigorosas da bancada estudantil e das lideranças dos Centros Acadêmicos dos cursos de graduação do campus, e da representação técnica-administrativa, com o apoio do Sintufrj e do DCE Mário Prata, foi pedido vistas do processo, sendo adiada a apreciação pelos conselheiros do parecer da Comissão de Desenvolvimento.
Ao convocar em caráter extraordinário o Conselho Universitário (Consuni) presencial, a expectativa da Administração Central era que fosse aprovado o parecer do relator Walter Suemits (decano do Centro de Tecnologia) — que foi lido integralmente na sessão –, favorável à concessão da área, por 30 anos, a um consórcio privado, em troca de pagamento mensal à universidade e contrapartidas, como construção de salas de aulas e de um restaurante universitário.
Adiamento
“Não é um assunto simples e, por conta disso, peço vistas ao projeto”, encerrou a questão o conselheiro Ricardo Medronho, que foi acompanhado na sua decisão por outros seis representantes das bancadas técnico-administrativa, estudantil e docente. A reitora Denise Pires de Carvalho espera voltar ao tema na próxima sessão do Consuni.
No dia 16 de novembro, está prevista a realização de uma audiência pública. Enquanto isso, um abaixo-assinado contra o projeto da Reitoria já circula na universidade com mais de mil assinaturas.
Exigência: debate com a comunidade
Os manifestantes no Consuni, maioria estudantes, cobraram da Reitoria a realização de um debate amplo sobre o projeto com a comunidade universitária. Essa é uma exigência que as entidades estudantis, como também o Sintufrj, não abrem mão. A convocatória extraordinária do colegiado para tentar aprovar o parecer favorável da comissão foi alvo de críticas, bem como a Resolução do Conselho de Curadores da universidade autorizando a “desafetação (alienação de um bem público) de partes do imóvel do campus da Praia Vermelha…respectivamente a área de lazer da Escola de Educação Física e Desportos” (o campinho), e do antigo Canecão.