O Colégio Eleitoral da UFRJ, reunido nesta terça-feira, dia 16, para elaboração das listas tríplices para reitor e vice-reitor, ratificou a vontade expressa pela comunidade nas urnas: Roberto Medronho e Cassia Turci foram os mais votados e encabeçam cada uma das listas, respectivamente.
O Colégio Eleitoral cumpre um rito legal na formulação das listas enviadas ao Ministério da Educação para nomeação do reitor para o quadriênio 2023 a 2027 pela Presidência da República.
Nesse procedimento leva em conta a votação da pesquisa, realizada entre os dias dia 25 a 27 de abril, na comunidade universitária que indicou Medronho e Cássia para reitor e vice-reitora.
O auditório do CT2 ficou movimentado com dezenas de conselheiros, membros do Conselho Universitário, do Conselho de Curadores, Conselho de Ensino para Graduados, de Ensino de Graduação, e de Extensão Universitária.
No início, os presentes aprovaram por ampla maioria que o voto seria aberto e uninominal. Em seguida o reitor em exercício Carlos Frederico Leão Rocha, que presidiu o colegiado, suspendeu a sessão para inscrição das chapas.
Além de Medronho, se inscreveram, os decanos Walter Suemitsu (Centro de Tecnologia) e Luiz Eurico Nasciutti (Centro de Ciências da Saúde); para vice-reitor, além de Turci, se inscreveram os decanos Flávio Martins (Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas) e Afrânio Barbosa (Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza) – nomes inscritos em apoio ao processo democrático.
Dezenas de conselheiros de cada colegiado foram ao microfone anunciar seu voto e consagraram a chapa vencedora na consulta à comunidade universitária.
Vigor da democracia
O coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente apontou que, como tem sido tradição na UFRJ, foi respeitada a vontade democrática da comunidade acadêmica e a maioria dos conselheiros apresentou seu voto para a reitor e vice nos nomes apontados nas urnas. “Isso é muito importante porque simboliza a força e vivacidade da democracia na Universidade”, disse.
Ao destacar que o Sintufrj esteve presente (ele, a coordenadora-geral Laura Gomes e o colaborador Francisco de Assis) na sessão do Colégio Eleitoral, Esteban informou que o sindicato pretende marcar reuniões com os novos gestores da UFRJ para pautar as demandas da categoria.
“Temos pendentes muitas questões para serem resolvidas, como a contagem de tempo especial, questão de segmentos específicos da categoria que precisam de andamento, a questão da insalubridade, melhoria das condições de trabalho, avanço na capacitação. O Sintufrj está comprometido com esta pauta”, anunciou, parabenizando o reitor e a vice-reitora indicados.
E agora
A Secretaria dos Órgãos Colegiados informou que vai preparar a documentação para enviar ao MEC para homologação e, assim, aguardar a nomeação do reitor de da vice-reitora pela Presidência da República. Segundo o site da UFRJ, as listas seriam enviadas ainda nesta terça-feira, dia 16 e a nomeação é esperada para junho e a posse em julho, mas isso pode ser antecipado, já que o cargo de reitor está vago desde a saída de Denise Pires para a Secretaria de Educação Superior.
Como se viu, portanto, a eleição, do ponto de vista burocrático, não se encerrou na pesquisa à comunidade. Precisou ser formalizada conforme determina a Lei 9.192/95, com a reunião do Colégio Eleitoral, com a composição de 70% de docentes.
Uma legislação arcaica e antidemocrática, da época de FHC (que aliás interveio na UFRJ desrespeitando a vontade da comunidade) e que precisa ser posta em xeque. Tanto que o presidente Lula se comprometeu, em encontro com reitores em janeiro, a respeitar a autonomia das universidades: “Quem tem que gostar do reitor é a comunidade universitária que tem que saber quem é que pode administrar bem por eles”, disse ele.
Valorização da categoria e autonomia
Em entrevista logo após o resultado, Roberto Medronho abordou primeiras medidas, Carreira, Plano de Qualificação Institucional, Programa de Gestão e Desempenho e outros temas de interesse da categoria técnica-administrativa (em breve em vídeo no canal do Sintufrj no Youtube). Mas também, sobre autonomia universitária.
“O acordo com o corpo social foi o cumprido”, disse Medronho, avaliando o resultado da sessão, mas comentando que, na sua avaliação, a lei precisa ser mudada. Para ele, a etapa de formulação da lista não precisaria ter ocorrido e o eleito deveria ser empossado e a UFRJ vai trabalhar para isso:
“No que depender da UFRJ, sim. Acho que podemos avançar na nossa autonomia e isso evita qualquer problema como o que já ocorreu em período pretéritos, infelizmente, quando o candidato mais votado na consulta não foi indicado pelo presidente da República e gerou uma crise sem precedente na história da universidade. O mais votado deve ser indicado. Isso é a meu juízo um avanço para assegurar a autonomia. Estaremos na linha de frente na luta pela autonomia universitária”, declarou.