Proposta é formular plano nacional para reduzir a letalidade entre jovens e negros até novembro
Segundo o fórum brasileiro de segurança pública, em 2021 pessoas negras representavam 77,6 % das vítimas de homicídio. Levantamento do Instituto Sou da Paz entre 2012 e 2019 demonstrou que a taxa de mortalidade por homicídio de jovens negros foi 6,5 vezes maior que a taxa nacional. Diante disso, uma caravana está percorrendo capitais do país para construir um plano para reduzir a letalidade entre jovens e negros, o Plano Juventude Negra Vive.
Coordenada pelo Ministério da Igualdade Racial e pela Secretaria Geral da Presidência da República, a caravana, que começou dia 18 de maio em Fortaleza (CE), chegou, nesta segunda-feira, 19 de junho, à Maré, com a presença da ministra da Igualdade Racial Anielle Franco e da secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Isadora Brandão.
A visita aconteceu no Centro de Artes da Maré onde organizações de coletivos, lideranças e representações das associações de moradores do conjunto de favelas apresentaram propostas para favorecer o acesso a políticas públicas para a Maré, sobretudo para a juventude preta e favelada.
Encontro
O encontro discutiu pautas como violência sofrida pelas mulheres pretas de favela e a população LGBTQIAP+, impactos da violência armada na vida dos defensores de direitos humanos e a criminalização das organizações sociais, entre outros.
A ministra reafirmou o compromisso com o avanço das pautas e informou que busca agenda com o governador Cláudio Castro para a cobrança de diálogo sobre a pauta de segurança pública no Rio de Janeiro. Isadora reafirmou o compromisso do Ministério na luta pela redução da letalidade da letalidade da juventude negra.
A deputada Renata Souza (PSOL) destacou a necessidade de segurança para os defensores de direitos humanos. A vereador Mônica Benício (PSOL) propôs reflexão sobre a participação popular na construção de políticas. Nos dias 20 e 21, a caravana segue para o Circo Crescer e Viver, na Cidade Nova.
Anielle é mereense e irmã de Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 14 de março de 2018, assim como Renata Souza.