A temperatura subiu no auditório do Parque Tecnológico, na manhã desta quinta-feira, 28, durante a reunião do Conselho Universitário (Consuni). Dezenas de servidores e estudantes, munidos de enormes faixas e cartazes com palavras de ordem, ocuparam a sala da sessão do colegiado para expor suas reivindicações.
As causas comuns dos protestos eram a falta de infraestrutura e a necessária de recomposição orçamentária da universidade. Depois de ouvirem os relatos e as cobranças dos manifestantes à Administração Central, os conselheiros aprovaram moção informando à sociedade sobre a gravidade dos problemas, cobrando recursos do governo e convocando a todos a se integrarem às mobilizações de 3 de outubro, Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação Pública.
Educação Infantil
“Crianças da Educação Infantil querem seu espaço de volta ao Fundão” e “Nossas crianças têm direito à educação em ambiente seguro com alimentação sadia e higiene” diziam os cartazes que as trabalhadoras técnicas-administrativas e terceirizadas, representantes da Associação de Pais, Alunos e Amigos do Colégio de Aplicação da UFRJ (CAp), estudantes de todas as idades e familiares carregavam. A comunidade do CAp exige da Reitoria o retorno do Segmento de Educação Infantil ao Fundão.
Em fevereiro, a escola foi transferida para o CAp na Lagoa, porque a ala do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), que ocupavam teve que ser desocupado por problemas na estrutura. A falta de instalações adequadas para abrigar os alunos de 2 a 5 anos de idade, que compõem o segmento infantil do CAp, não permitiu a publicação do edital de vagas para 2024.
O Consuni aprovou que seja elaborado um projeto para recuperação, até o fim do ano, de um dos prédios da antiga Bio-Rio, no Fundão, para abrigar a Educação Infantil. E a criação de comissões para acompanhar a execução da deliberação do colegiado.
Curso de dança
“Sem prédio, sem aula!” e “Por um lugar para estudar sem risco de vida!” denunciavam os cartazes levantados pelas dezenas de estudantes da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) e por representantes de diversos centros acadêmicos da UFRJ. A maioria dos manifestantes era alunos do Curso de Dança, cujas aulas foram transferidas para instalações improvisadas, em consequência do desabamento das marquises de quatro salas de aulas da unidade, no dia 6 de setembro. Os alunos exigem uma solução definitiva para os problemas estruturais do prédio.
Leia a moção na íntegra
“Mantido o atual orçamento proposto na PLOA, a UFRJ fechará no ano que vem”.
No dia 06 de setembro de 2023, a marquise do prédio da Educação Física e Dança desabou. Com aulas no local, alunos, professores e demais pessoas tiveram que evacuar o prédio.
Enquanto o governo federal anuncia a criação de 31 novos campi, o curso de Dança da UFRJ está com as aulas em locais inadequados e o segmento de Educação Infantil do Colégio de Aplicação (CAp-UFRJ) suspendeu o edital para novos alunos por falta de instalações para funcionar.
As instalações da Universidade estão seriamente comprometidas. Incêndios como o ocorrido no Museu Nacional podem se repetir. Gerimos recursos escassos para a assistência estudantil e o esforço de inclusão realizado pelos governos do princípio do século pode ser comprometido. Mantido o atual orçamento proposto na PLOA, a UFRJ fechará no ano que vem.
Somos favoráveis à expansão da educação universitária para novas localidades. No entanto, o Conselho Universitário da UFRJ vem a público afirmar ser inaceitável apresentar propostas de expansão em um momento em que as universidades estão correndo o risco de fechamento e com instalações em risco.
É essencial uma suplementação orçamentária ainda em 2023. O Consuni demanda a recomposição orçamentária para nossas universidades para garantir o nosso funcionamento.
Clamamos a participação de todos nas manifestações do dia 3/10.