Nesta terça-feira, 12, o Sintufrj reuniu-se com trabalhadores das pró-reitorias, no auditório do Parque Tecnológico, paradiscutir com as companheiras e companheiros os temas que no momento mobilizam o conjunto da categoria na UFRJe nacionalmente: campanha salarial, reestruturação da Carreira, PGD (Programa de Gestão e Desempenho), eleição de delegados sindicais de base, Ebserh e assédio moral.
A maioria dos servidores que se manifestou na reunião queixou-se de assédio, em função, principalmente, de mudanças de rotinas em implantação pelos atuais gestores das pró-reitorias, mas sem ouvi-los. Ficou acertado que no dia 25 de setembro, o Sintufrj realizará o “Seminário das PRs para discutir o seu fazer”. O evento constará de palestras com especialistas em assédio moral, carreira e PGD.
Campanha salarial e Carreira
“A realização pelo Sintufrj de reuniões setoriais para falar sobre os temas pautados, faz parte do processo de agitação e negociação”, explicou o coordenador da Fasubra e técnico-administrativo do Instituto de Biologia, Francisco de Assis. Nesta quarta-feira, 13, a direção sindical se reunirá com os servidores do Museu Nacional e do Instituto de Ginecologia, às 10h e às 11h, respectivamente.
Assis fez um relato suscinto sobre o resultado da primeira rodada de negociação com o governo e o Fonasefe (Fórum que reúne as entidades nacionais, incluindo a Fasubra), que tratou da pauta unificada dacampanha salarial, e da expectativa sobre o que ocorrerá na negociação com a Federação, na mesa específica com o governo, que tratará sobre a reestruturação da carreira dos técnicos-administrativos em educação das Ifes.
“O governo se organiza de acordo com o que consta na Constituição. Somos o menor salário de todo o serviço público e, no PPA (Plano Plurianul) que o governo discutirá com o Congresso Nacional, na votação geral dos temas ficamos em terceiro lugar e em primeiro no item Educação. A nossa mobilização tem que ser para colocar no centro da categoria a nossa carreira”, propôs o dirigente da Fasubra.
Segundo Assis, as bases já enviaram para a Fasubra 18 propostas de reestruturação da carreira. “O que não houver consenso vai para a plenária nacional da Fasubra, cujos delegados que nos representarão já foram tirados na assembleia. Não queremos fazer disputa, porque fragmenta a categoria. Mobilização é um eixo, assim como a democratização nas universidades. O técnico-administrativo tem que ter mais espaços nos colegiados superiores. Temos que avançar nessa luta”, observou Assis.
PGD e organização nas bases
Quem discute o PGD é o Conselho de Coordenação Executiva, órgão que reúne decanos e diretores de unidades. “O que eles têm a ver com o nosso fazer?”, indagou Assis, acrescentando que essa discussão tem que ser incorporada pelos técnicos-administrativos.
Por conta disso, e também das denúncias de assédio moral e falta de condições de trabalho presencial de todas as equipes juntas, a orientação do Sintufrj foi no sentido de que os servidores das pró-reitorias se organizassem para eleger seus delegados sindicais de base.
“As bases têm que blindar e fortalecer esses representantes para que eles dialoguem no mesmo nível até com o reitor”, disse Assis.
“Se a gente não se mobilizar não teremos reajuste e nem a reestruturação da carreira”
– Esteban Cescente
O coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, complementou: “É reforçar o que decidimos na assembleia sobre mobilização. A gente não vai conseguir reajuste e a reestruturação da carreira sem a ajuda da base. Três de outubro é Dia de Luta do Fonsasefe, porque a campanha salarial é unificada, o reajuste é linear”, lembrou. Será um dia de paralisação e de ato nas ruas e nos campi, antecipou o coordenador sindical.
Assédio
“Não conhecem o nosso trabalho. O clima é de medo. Cobram coisas para ontem, sem critérios. Estão perdendo servidores qualificados”. Essa foi uma das falas na reunião de um servidor. Esteban reafirmou a posição do Sintufrj de não recuar diante de denúncia sobre assédio moral, mesmo que envolva dois técnicos-administrativos.
“Estamos aqui à disposição da categoria e temos tido êxitos em algumas intervenções. Já conseguimos o afastamento de assediador. Em outra situação, não conseguimos afastar a chefia ou que recuasse de suas ações, mas seis profissionais experientes pediram sair”, informou o dirigente.
A necessidade de capacitar os gestores foi sugerido por um servidor. Como também que, assim como os docentes, o técnico-administrativo tivesse direito de ter substituto para poder estudar. Mas, antes disso, que houvesse reserva de vagas na universidade para a categoria cursar mestrado e doutorado.
Seminário
“Todas essas discussões temos que fazer entre nós. Por isso, o seminário proposto tem que ser visto como um dia de trabalho. Um espaço de construção coletiva. Uma ação política. Conhecemos o que fazemos. A gente não precisa que nos atrapalhem, mas de colaboração. Nós pensamos, não somos serviçais, então, podemos ajudar nas mudanças”, concluiu Francisco de Assis.